sexta-feira, 14 de julho de 2017

PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA - LISBOA


Enquanto percorria as páginas de uma revista, dei de caras com um interessante artigo que falava de um palácio situado a dois passos de Belém, que de imediato despertou a minha atenção. 
Aquelas linhas bem escritas, falavam de um tal Palácio Nacional da Ajuda, que após uma leitura mais aprofundada percebi ser um dos locais que frequentemente aparece nos noticiários, quando o governo Português recebe visitas de estado.
Podia ler-se num dos parágrafos daquele texto que me cativava cada vez mais:
"Um local fantástico, pleno de riqueza e capaz de transportar quem o visita para os tempos em que reis, rainhas e príncipes, percorriam aqueles corredores repletos de veludos que seguramente ainda guardam segredos proibidos".

Tinha de visitar aquele espaço. Queria estar perto e sentir na pele um pouco do passado glorioso de um dos grandes testemunhos da riqueza de outrora!
Amanhã vou até lá....vou mesmo!


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O dia está ótimo para um passeio.
Tudo calmo. Estamos em Julho e para minha surpresa não me cruzo com as hordas de turistas que por esta altura invadem a zona de Belém.
Chego pelas traseiras, atravesso a fachada inacabada da Calçada da Ajuda, e já no grande pátio interior caminho sobre o bonito chão calcetado que me leva até à bilheteira. Logo ali a simpática senhora por detrás do balcão dá-me as primeiras explicações sobre a história deste local e dos seus antigos inquilinos.

"O Palácio que hoje vemos nasceu no mesmo local onde anos antes existira um outro construído em madeira, que acabou por ser completamente consumido por um incêndio.
As obras tiveram inicio em 1802, por ordem de D.José I e o projecto inicial foi sofrendo ao longo dos anos diversas alterações, nunca tendo ficado concluído.
Atualmente só um terço deste grandioso edifício se encontra terminado.
Além da falta de verbas, também as invasões francesas tiveram influência na não conclusão deste que foi o último palácio a ser erguido no nosso país.
Nos meados do século XIX o palácio ganha finalmente dimensão de paço real com a chegada dos Reis D.Luis I e D.Maria Pia que fazem deste local a sua residência oficial, tendo tido ambos uma forte influência no que hoje ali vemos."




Logo ali, no piso térreo, inicia-se uma viagem no tempo. Durante cerca de duas horas terei o privilégio de pisar o mesmo chão e cruzar as mesmas portas que alguns dos antigos membros da realeza de Portugal.
As divisões sucedem-se. No total são vinte, sempre com o bom gosto a ser visível em cada detalhe. Muito do que hoje vemos foi imaginado e escolhido pela Rainha D.Maria Pia que, devido à sua grande paixão por novas tendências, decorou o espaço com peças e obras de arte trazidas dos quatro cantos da Europa.
Gosto especialmente da Sala do Despacho, da Sala da Música, do Quarto do Rei, da Sala Rosa, do Quarto da Rainha e da Sala de Jantar.

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Sigo agora por um corredor que termina numa larga escadaria de mármore que me conduz ao Andar Nobre onde, sem surpresa, o cenário se mantêm dentro do mesmo registo.
Mais uma vez o charme continua presente em cada uma das dezassete salas que estranhamente vou percorrendo sem a presença de mais visitantes.
Nas paredes pendem quadros com imagens de antigos notáveis que em silêncio parecem observar os passos que dou sobre o chão de madeira gasto que range à medida que me movimento.
Era nesta área do palácio que na época aconteciam as recepções de gala, os bailes e os grandes banquetes que envolviam várias centenas de pessoas.

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O Palácio Nacional da Ajuda é na minha opinião um dos mais bonitos Palácios de Portugal e faz, sem dúvida, frente aos mais elegantes da Europa. E o melhor de tudo? Está logo aqui... tão perto de nós!

No final, já no exterior, atravessei a Calçada da Ajuda e complementei o passeio com uma curta visita ao bonito Jardim Botânico que em tempos chegou a fazer parte dos terrenos do Palácio.

Como podemos conhecer o mundo se não nos damos ao trabalho de descobrir o nosso país?



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