A dála-dála que nos transportou desde Stone Town percorre agora o último par de quilómetros que nos separa do nosso objectivo. Jambiani é logo ali e quando chegamos já o sol se esconde para lá da copa das palmeiras que povoam a linha costeira.
O calor abrasador que nos acompanhou durante grande parte do dia é agora atenuado por uma brisa agradável que nos afaga o cabelo e massaja o corpo moído da viagem.
Deixámos as mochilas na pequena guesthouse onde ficaremos alojados nas próximas noites e corremos para o areal já pouco iluminado, onde meia dúzia de rapazes jogam uma improvisada partida de futebol, enquanto algumas meninas vestidas com trajes coloridos apanham conchas trazidas pelo oceano. Um pouco mais adiante um grupo de pescadores faz-se ao mar num pequeno barco que empurrado pelo vento facilmente ultrapassa a ondulação.
Em silêncio e sentados num tronco velho, assistimos a toda aquela movimentação, enquanto o tempo avança ao sabor das vagas que num eterno vai e vem beijam a areia branca daquela praia de sonho.
Foi desta forma simples mas genuína que Jambiani nos deu as boas vindas.
Nessa noite adormecemos embalados pelo som das ondas que entra pelas janelas abertas do nosso quarto.
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O dia amanheceu cinzento e com algumas gotas de chuva. Lá fora já se sente o movimento dos habitantes de Jambiani que iniciam naquela altura a sua labora diária.
Meio ás apalpadelas deixamos o quarto e percorremos os poucos metros que nos separam da praia, com o objectivo de assistir ao nascer do sol que como seria de esperar nunca chegou a surgir naquele horizonte carregado de nuvens.
Completamente desiludidos e com o corpo a pedir mais umas horas de sono regressámos à cama, esperançados que quando voltássemos a acordar o tempo nos surpreendesse.
A verdade é que em pouco mais de um par de horas tudo se alterou. O céu cinzento deu lugar a uma lindíssima tela azul que parece estender-se até ao infinito, realçando ainda mais a beleza daquela pintura exótica. O mar que ontem quase nos beijava os pés recuou e a praia parece outra. O areal prolonga-se agora por quase um quilómetro, fazendo com que tomar banho seja por agora uma tarefa difícil de concretizar.
O tempo está ótimo e sem outras alternativas aproveitamos a maré baixa para passear ao longo da costa...Talvez até à cidade vizinha de Paje.
Sem pressas vamos avançando cada vez mais deslumbrados com a beleza quase surreal da paisagem que vai desfilando diante dos nossos olhos. De um lado, alinhados um após outro, erguem-se centenas de coqueiros que dançam ao sabor da leve brisa que se faz sentir. Do outro, alguns barcos de pesca que com a ausência de mar assentam os seus cascos de madeira nas pequenas poças que resistiram à maré.
Num vai e vem constante entre o mar e o areal, várias mulheres cruzam-se connosco carregando algo que não conseguimos identificar. Seguimos uma delas na tentativa de indagar o que fazem e o que transportam naqueles sacos que de forma hábil equilibram sobre as suas cabeças.
Rapidamente percebemos que aquelas senhoras dedicam grande parte do dia ao cultivo de uma espécie de algas que se multiplicam de forma natural numas hortas improvisadas, que depois de secas e em troca de um punhado de xelins são vendidas à industria da cosmética que por sua vez as transformam em produtos de luxo só acessíveis a certas bolsas. É uma vida inglória, sem sombras nem proteções, vivida sob um sol escaldante que lhes maltrata o rosto já por si queimado pela constante exposição à água salgada.
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Mais à frente já se avista um grande pontão que avança quase até ao ponto onde o mar azul beija a areia branca. O passeio vai agora a meio e aproveitamos a sombra de uns arbustos para descansar as pernas e hidratar o corpo.
O calor está cada vez mais forte e nem a generosa camada de protector solar que aplicámos, parece ter força para impedir que o sol nos queime a pele. Sabe-nos bem esta pausa!
O calor está cada vez mais forte e nem a generosa camada de protector solar que aplicámos, parece ter força para impedir que o sol nos queime a pele. Sabe-nos bem esta pausa!
Está na altura de avançar. Galgamos a grande passadeira de madeira e caminhamos até ao extremo oposto onde funciona um bonito bar, que aquando da maré cheia oferece a quem por ali passa, uma das mais incríveis vistas sobre o Oceano Índico.
Pouco a pouco o mar volta a aproximar-se da costa e as pegadas que deixámos para trás vão sendo apagadas pelas pequenas vagas, que de uma forma quase artística as substituem por desenhos ondulados.
Paje está cada vez mais perto e no horizonte já conseguimos avistar as velas dos Kite Surfer's que elegeram este pedaço de paraíso como um dos melhores spot's do mundo para a pratica deste desporto.
Se até aqui havíamos realizado grande parte do percurso só com a esporádica presença de alguns meninos e meninas locais que de vez em quando nos abordavam na esperança de obterem uma moeda, é sem surpresas que constatamos que quanto mais nos aproximamos de Paje maior é a presença de turistas.
Se até aqui havíamos realizado grande parte do percurso só com a esporádica presença de alguns meninos e meninas locais que de vez em quando nos abordavam na esperança de obterem uma moeda, é sem surpresas que constatamos que quanto mais nos aproximamos de Paje maior é a presença de turistas.
Num espetáculo digno de se ver aquele maravilhoso céu azul encontra-se agora salpicado de velas coloridas que ao sabor do vento puxam e fazem deslizar sobre a água um infindável numero de "surfistas".
O objectivo foi alcançado. Elejamos um bem cuidado bar de praia para almoçar e sentados numa esplanada com vista privilegiada, comemos um delicioso wrap de manga e frango acompanhado de uma cerveja local.
Nesse final de tarde ainda apanhámos uma dála-dála até Pingwe onde conhecemos o famoso restaurante The Rock.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
.COMO CHEGÁMOS A JAMBIANI DESDE STONE TOWN?
Nós chegámos a Jambiani vindos de Stone Town, optando por fazer a viagem de dála-dála. Numa primeira fase,apanhámos este transporte publico perto do Mercado Darajani até à cidade de Tunguu (zona do marcado). A tarifa para este trajeto de pouco mais de 15 km's é de 200 xelins. Uma vez em Tunguu voltámos a seguir de dála-dála até mesmo à porta do nosso hotel em Jambiani. Esta última fase da viagem teve um custo de 2000 xelins. A duração total do trajecto entre Stone Town e Jambiani foi de aproximadamente uma hora e meia.
Para aqueles que preferem algo mais confortável e rápido a melhor opção é sem dúvida o táxi, que em menos de uma hora vos transportará até ao destino desejado.
Como não recorremos a este meio de transporte não dispomos de uma informação exacta sobre os preços praticados para este trajecto. Ainda assim e segundo alguns comentários recolhemos na internet percebemos que as tarifas variam entre 35 USD e 55 USD, dependendo da capacidade de negociação de cada um.
.ONDE GOSTÁMOS DE DORMIR EM JAMBIANI?
Em Jambiani existem diversas opções de alojamento, contudo e após alguma pesquisa descobrimos o Zanzistar Lodge onde pernoitámos por duas noites e do qual só temos coisas boas a apontar.
Fica situado a dois passos da praia e todos os quartos se encontram decorados de forma simples mas com extremo bom gosto.
De referir que o espaço possui uma pequena piscina e uma área comum onde é servido o pequeno almoço (incluido na tarifa do quarto) e onde todas as noites é possível beber um copo ao mesmo tempo que se convive com os outros hóspedes.
.ONDE COMEMOS EM JAMBIANI?
Apesar de no hotel onde ficámos ser possível realizar qualquer tipo de refeições, a verdade é que achámos os preço um pouco acima das nossas possibilidades o que nos levou a procurar outra alternativa.
Sem grande dificuldade encontrámos o Chez Hassan, um pequeno restaurante, situado a menos de cem metros do alojamento. Foi neste local que durante a nossa estadia fizemos todas as refeições. Aqui são servidos pratos típicos, em dozes avantajadas e a preços extremamente económicos.
Nós chegámos a Jambiani vindos de Stone Town, optando por fazer a viagem de dála-dála. Numa primeira fase,apanhámos este transporte publico perto do Mercado Darajani até à cidade de Tunguu (zona do marcado). A tarifa para este trajeto de pouco mais de 15 km's é de 200 xelins. Uma vez em Tunguu voltámos a seguir de dála-dála até mesmo à porta do nosso hotel em Jambiani. Esta última fase da viagem teve um custo de 2000 xelins. A duração total do trajecto entre Stone Town e Jambiani foi de aproximadamente uma hora e meia.
Para aqueles que preferem algo mais confortável e rápido a melhor opção é sem dúvida o táxi, que em menos de uma hora vos transportará até ao destino desejado.
Como não recorremos a este meio de transporte não dispomos de uma informação exacta sobre os preços praticados para este trajecto. Ainda assim e segundo alguns comentários recolhemos na internet percebemos que as tarifas variam entre 35 USD e 55 USD, dependendo da capacidade de negociação de cada um.
.ONDE GOSTÁMOS DE DORMIR EM JAMBIANI?
Em Jambiani existem diversas opções de alojamento, contudo e após alguma pesquisa descobrimos o Zanzistar Lodge onde pernoitámos por duas noites e do qual só temos coisas boas a apontar.
Fica situado a dois passos da praia e todos os quartos se encontram decorados de forma simples mas com extremo bom gosto.
De referir que o espaço possui uma pequena piscina e uma área comum onde é servido o pequeno almoço (incluido na tarifa do quarto) e onde todas as noites é possível beber um copo ao mesmo tempo que se convive com os outros hóspedes.
.ONDE COMEMOS EM JAMBIANI?
Apesar de no hotel onde ficámos ser possível realizar qualquer tipo de refeições, a verdade é que achámos os preço um pouco acima das nossas possibilidades o que nos levou a procurar outra alternativa.
Sem grande dificuldade encontrámos o Chez Hassan, um pequeno restaurante, situado a menos de cem metros do alojamento. Foi neste local que durante a nossa estadia fizemos todas as refeições. Aqui são servidos pratos típicos, em dozes avantajadas e a preços extremamente económicos.
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Muito bom!!!!! Aguardando as próximas crónicas. 🤗🤗
ResponderEliminarJá agora relativamente à viagem, foram via que cidade europeia? Duas escalas? Conseguiram bom preço?
Olá Cristina.
ResponderEliminarComo habitamos na Bélgica,aproveitámos uma promoção da companhia TUIFLY e por 300 € I/V voamos para Zanzibar com escala em Nápoles.Dê uma vista de olhos no site deles,pois por vezes aparecem promoções bastante interessantes com partida de Bruxelas.
Olá :)
ResponderEliminarObrigada pela dica!
Já andei a cuscar mas ainda só vi voos da Tui para Zanzibar até Março. As minhas datas andam por Julho e Agosto. Também ando a ver via Milão, que me parece ser a opção mais económica para as datas que tenho em mente.
Vou continuar a pesquisar....
Muito obrigada! :)