Já é noite quando deixamos Puno. As luzes daquela cidade que não tivemos tempo de conhecer vão ficando para trás até se transformarem em minúsculos pontos luminosos que parecem flutuar sobre as águas do Lago Titicaca.
Diante nós uma parede de escuridão vai sendo rasgada pelo potente feixe de luz que sai da lanterna da pequena lancha que nos carrega. Chega a ser assustador. Temos literalmente as nossas vidas nas mãos de um desconhecido que de forma hábil vai desbravando aquelas águas, confiando somente na sabedoria adquirida ao longo dos anos.
Depois de quase vinte minutos, a embarcação abranda e no horizonte já se avista o que parece ser uma das cinquenta ilhas flutuantes existentes no lago.
Estamos a salvo e afinal não havia motivos para alarme!
Um vulto feminino surge no local onde a lancha se prepara para atracar. Aos poucos vai-se revelando o rosto afável da simpática Cristina, uma das mentoras deste projeto de turismo rural e com quem havíamos trocado diversos e-mails.
"Bienvenidos à la Isla Uros Khantati".
As calorosas palavras de boas vindas são acompanhadas por um delicioso e quente chá de coca que nos ajuda a repor a temperatura do corpo gelado pela aragem desagradável que se faz sentir.
No ar paira um silêncio quase incomodativo que vai sendo somente quebrado pelo ruído daquela espécie de palha (totora) que estala a cada passo que damos na direção da confortável cabana que esta noite nos servirá de lar.
Aproveitamos para reforçar os agasalhos e logo depois dirigido-nos para o local onde o jantar está quase a ser servido e no qual os nossos anfitriões já nos aguardam na companhia de alguns convidados.
Quando chegamos percebemos que os convidados são na realidade outros turistas que tal como nós decidiram enriquecer as sua viagem pelo Peru com a experiência de dormir numa das ilhas flutuantes do Lago Titicaca.
As apresentações são facilitadas pela atmosfera familiar que ali se vive, e o que começou por ser uma simples refeição rapidamente se transformou num serão memorável, regado com risadas, estórias, danças tradicionais e uma mão cheia de novos amigos.
A noite passou demasiado rápido!
Foram poucas as horas que correram até que por volta das cinco da manhã o despertador quase nos faz saltar da cama.
Lá fora o dia ainda não acordou e ainda de pijama ali ficamos com a porta da cabana entreaberta a admirar aquele infindável mar de estrelas que sobre as nossas cabeças salpicam o céu ainda negro.
O frio que se mantêm faz o meu corpo tremer de forma quase descontrolada, e numa tentativa de auto proteção regressamos ao aconchego dos lençóis para mais uns momentos de preguiça.
Entretanto há mais um espetáculo prestes a começar. Vestimo-nos meio à pressa e já com a paisagem pintada de tons laranja, trepamos até a um ponto mais elevado, onde na companhia de um simpático gato assistimos ao aparecimento do grande astro.
Estranhamente somos os únicos espetadores de um show que mistura luzes, sombras e sons que de forma gloriosa nos é servido pela mãe natureza. É uma visão avassaladora aquela que temos diante dos nossos olhos e que põe a descoberto toda a beleza daquela pequena ilha artificial que flutua nas águas espelhadas do mais elevado lago navegável do planeta.
Eis o Lago Titicaca em todo o seu esplendor!
À medida que o sol ganha altitude, o movimento sobre as águas do lago vai-se intensificando com a aparição de pequenas embarcações que no seu vai e vem rasgam as águas até agora imóveis.
Na ilha também já se nota uma certa agitação. Na altura em que regressarmos à cabana, cruzamo-nos com alguns residentes que iniciam naquele momento as suas tarefas matinais.
A manhã está ótima e já não vale a pena voltar a dormir. Damos uma arrumação geral nas mochilas, tomamos o pequeno almoço e logo de seguida somos desafiados para acompanhar o Wilber, que no seu barco típico se prepara para ir recolher o pescado aprisionado nas redes colocadas ao redor da ilha. Estamos todos a bordo, e manobrada pelas mãos experientes daquele capitão ocasional a embarcação avança lentamente por estreitos canais onde a totora cresce de forma abundante.
A pescaria acaba por não se revelar muito produtiva mas o passeio, esse é quase tão magnífico como o lindíssimo azul que entretanto tomou conta do céu.
A navegação acaba por se estender para lá do previsto e no regresso à ilha ainda há tempo para mais umas gargalhadas, quando meio à pressa experimentamos alguns trajes típicos.
Temos mesmo que nos apressar.
Ao longe já se avista a lancha que diariamente passa na direção da Ilha Taquille.
É entre palavras de agradecimento e promessas de que um dia regressaremos, que acontecem as despedidas.
A viagem continua...
Diante nós uma parede de escuridão vai sendo rasgada pelo potente feixe de luz que sai da lanterna da pequena lancha que nos carrega. Chega a ser assustador. Temos literalmente as nossas vidas nas mãos de um desconhecido que de forma hábil vai desbravando aquelas águas, confiando somente na sabedoria adquirida ao longo dos anos.
Depois de quase vinte minutos, a embarcação abranda e no horizonte já se avista o que parece ser uma das cinquenta ilhas flutuantes existentes no lago.
Estamos a salvo e afinal não havia motivos para alarme!
Um vulto feminino surge no local onde a lancha se prepara para atracar. Aos poucos vai-se revelando o rosto afável da simpática Cristina, uma das mentoras deste projeto de turismo rural e com quem havíamos trocado diversos e-mails.
"Bienvenidos à la Isla Uros Khantati".
As calorosas palavras de boas vindas são acompanhadas por um delicioso e quente chá de coca que nos ajuda a repor a temperatura do corpo gelado pela aragem desagradável que se faz sentir.
No ar paira um silêncio quase incomodativo que vai sendo somente quebrado pelo ruído daquela espécie de palha (totora) que estala a cada passo que damos na direção da confortável cabana que esta noite nos servirá de lar.
Aproveitamos para reforçar os agasalhos e logo depois dirigido-nos para o local onde o jantar está quase a ser servido e no qual os nossos anfitriões já nos aguardam na companhia de alguns convidados.
Quando chegamos percebemos que os convidados são na realidade outros turistas que tal como nós decidiram enriquecer as sua viagem pelo Peru com a experiência de dormir numa das ilhas flutuantes do Lago Titicaca.
As apresentações são facilitadas pela atmosfera familiar que ali se vive, e o que começou por ser uma simples refeição rapidamente se transformou num serão memorável, regado com risadas, estórias, danças tradicionais e uma mão cheia de novos amigos.
A noite passou demasiado rápido!
Foram poucas as horas que correram até que por volta das cinco da manhã o despertador quase nos faz saltar da cama.
Lá fora o dia ainda não acordou e ainda de pijama ali ficamos com a porta da cabana entreaberta a admirar aquele infindável mar de estrelas que sobre as nossas cabeças salpicam o céu ainda negro.
O frio que se mantêm faz o meu corpo tremer de forma quase descontrolada, e numa tentativa de auto proteção regressamos ao aconchego dos lençóis para mais uns momentos de preguiça.
Entretanto há mais um espetáculo prestes a começar. Vestimo-nos meio à pressa e já com a paisagem pintada de tons laranja, trepamos até a um ponto mais elevado, onde na companhia de um simpático gato assistimos ao aparecimento do grande astro.
Estranhamente somos os únicos espetadores de um show que mistura luzes, sombras e sons que de forma gloriosa nos é servido pela mãe natureza. É uma visão avassaladora aquela que temos diante dos nossos olhos e que põe a descoberto toda a beleza daquela pequena ilha artificial que flutua nas águas espelhadas do mais elevado lago navegável do planeta.
Eis o Lago Titicaca em todo o seu esplendor!
À medida que o sol ganha altitude, o movimento sobre as águas do lago vai-se intensificando com a aparição de pequenas embarcações que no seu vai e vem rasgam as águas até agora imóveis.
Na ilha também já se nota uma certa agitação. Na altura em que regressarmos à cabana, cruzamo-nos com alguns residentes que iniciam naquele momento as suas tarefas matinais.
A manhã está ótima e já não vale a pena voltar a dormir. Damos uma arrumação geral nas mochilas, tomamos o pequeno almoço e logo de seguida somos desafiados para acompanhar o Wilber, que no seu barco típico se prepara para ir recolher o pescado aprisionado nas redes colocadas ao redor da ilha. Estamos todos a bordo, e manobrada pelas mãos experientes daquele capitão ocasional a embarcação avança lentamente por estreitos canais onde a totora cresce de forma abundante.
A pescaria acaba por não se revelar muito produtiva mas o passeio, esse é quase tão magnífico como o lindíssimo azul que entretanto tomou conta do céu.
Temos mesmo que nos apressar.
Ao longe já se avista a lancha que diariamente passa na direção da Ilha Taquille.
É entre palavras de agradecimento e promessas de que um dia regressaremos, que acontecem as despedidas.
A viagem continua...
- CONTACTO PARA RESERVAS:
- uruskhantati@hotmail.com
- OUTROS ARTIGOS SOBRE O PERU:
- Peru - Roteiro completo para 12 dias incríveis
- Machu Picchu - Visitar a cidade perdida dos Incas
- Linhas de Nazca - Como visitar de forma independente
Sem comentários:
Enviar um comentário