sábado, 12 de fevereiro de 2022

KOTOR - VISITAR UM DOS LOCAIS MAIS BONITOS DO MONTENEGRO

Visitar Kotor - Roteiro completo

Apreciar a baía de Kotor enquanto percorremos a estrada que serpenteia as vertentes rochosas que abraçam a cidade foi talvez a introdução perfeita às experiências que contávamos viver nos dias que vamos ficar na região
Estamos em Janeiro e é com alguma surpresa que constatamos que o movimento de veículos que percorrem este trecho é relativamente escasso, ajudando-nos assim a ultrapassar sem dificuldades as estreitas e acentuadas curvas que se sucedem até bem perto do centro da cidade. 
Já no terminal rodoviário consultamos o gps que nos mostra que afinal estamos somente a meia dúzia de minutos do alojamento que reservámos para a nossa estadia. Pelo caminho passamos sem grandes demoras pelas ruínas do Mosteiro de São Francisco onde para além da importância histórica e das várias dezenas de pedras tumulares espalhadas pelo local não existem outros motivos de interesse que nos façam permanecer por muito tempo. Se de um lado temos a marina que ocupa esta área da baía, do lado oposto é a antiga muralha que se impõe a quem por aqui circula e, que hoje tal como no passado, assinala os limites do centro histórico.
Acedemos então à zona velha de Kotor através do Portão Sul que quase nos passa despercebido perante a imponência do Bastião Gurdic que protegido por um pequeno reservatório de água era a primeira linha de defesa. 

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Com parte da bagagem no alojamento fazemos um reconhecimento superficial das ruas quase desertas da cidade, onde os gatos parecem ser reis e senhores de uma boa parte deste espaço que nos trás à memória a nossa passagem por Dubrovnik. Estamos em pleno inverno e são poucos os restaurantes e as lojas de souvenirs que optam por abrir portas nesta altura do ano. Percebe-se claramente que por agora o turismo não tem grande impacto no quotidiano de quem aqui vive.  
Lentamente vamos desvendando as labirínticas ruas de pedra que subitamente desembocam em bonitas praças onde quase sempre existe uma Igreja ou um palácio que nesta incursão matinal optamos por não visitar. Para já, o nosso primeiro objetivo é chegar à fortaleza, e quase por acaso, numa estreita viela encabeçada por um arco de pedra, deparamo-nos com a indicação que tanto procurávamos. Uma placa de madeira, pendurada na parede, assinala o início do longo caminho que nos levará até ao ponto mais elevado da cidade e de onde nos foram prometidas as melhores vistas sobre a baía. 

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A partir deste ponto é sempre a subir. Conhecedores dos nossos limites optamos por adotar um ritmo moderado até porque a ascenção é exigente e os sucessivos degraus vão certamente acabar por nos maltratar os joelhos. Valem-nos as várias pausas que fazemos para apreciar a paisagem e que invariavelmente acontecem na companhia de um ou mais gatos que surgem aos nossos pés vindos não sabemos de onde. 
A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios é um dos locais mais marcantes deste trajeto e o ponto que escolhemos para nos determos por longos minutos com o propósito de fazer meia dúzia de fotos tirando partido do bonito enquadramento. 

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A subida agora é mais íngreme e a inclinação dos degraus é, em alguns locais, quase na vertical, não nos afastando contudo das nossas ambições que acabam compensadas com a chegada a uma primeira zona fortificada. Exploramos as ruínas de cada um daqueles antigos edifícios militares que depois de anos a assegurar a defesa da região são hoje incapazes de travar o avanço quase impiedoso da vegetação selvagem. 

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Uns metros mais adiante, numa altura em que nos preparávamos para atacar a derradeira etapa da subida ao forte, deparamo-nos com uma abertura na muralha que segundo o gps nos levará aos despojos de uma antiga aldeia. Sem hesitações transpomos a pequena janela e, através de um trilho que não se alonga para lá de uma centena de metros, chegamos a um mundo quase esquecido pelo presente mas que certamente teve a sua importância histórica no passado. 
Das muitas estruturas que compunham aquele aglomerado habitacional de outros tempos, constatamos que poucas se mantêm de pé, dando a entender que cada uma daquelas casas já se despediu dos seus habitantes há um longo período de tempo. Por entre as dezenas de paredes de pedra que sucumbiram ao passar dos anos só a modesta Igreja teima em permanecer num estado relativamente aceitável. Aproximamo-nos do templo mas à nossa chegada somos surpreendidos por um burro de aspeto pachorrento que por alguma ação divina nos barra a entrada, fazendo com que a nossa passagem pelo local se resuma aos terrenos exteriores. 

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Depois daquela inesperada viagem ao passado regressamos ao ponto onde abandonámos a fortaleza, a partir do qual já avistamos o topo da encosta encabeçado por uma bandeira do país que assinala o exato local que queremos alcançar. 
Os derradeiros degraus levam-nos através de mais um conjunto de edifícios bélicos mal amanhados que para nossa surpresas são o espelho do que encontramos à chegada ao Castelo de São João. O espaço encontra-se bastante negligenciado e percebe-se claramente que o dinheiro cobrado aos visitantes nos meses de verão não está a ser aplicado na preservação deste valioso pedaço de património. Salvam-se as vistas brutais sobre uma boa parte da baía que transportam o nosso olhar até à cidade vizinha de Perast que visitaremos no dia seguinte. 

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De volta ao ponto de partida, aproveitamos a proximidade para lançar um olhar sobre a Igreja de Santa Maria, cruzando pouco depois a North Gate que desemboca numa ponte de pedra de aspeto medieval. Atravessamo-la, caminhamos uma dúzia de metros e quando alcançamos a Kampana Tower a perspectiva da encosta que ainda à pouco trepámos faz-nos ter a verdadeira consciência do quão exigente é o trajeto

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Cruzamos a Sea Gate e neste nosso regresso ao centro histórico, as boas vindas são-nos dadas pela Torre do Relógio. Na bem arranjada praça que temos diante nós, para além dos edifícios que a abraçam, destacam-se também as decorações natalícias e um carrossel que neste início de tarde parece ser o único foco de agitação presente no interior da muralha. 
Embrenhamo-nos por algumas ruas menos centrais, nas quais a luz do sol já não penetra e voltamos a experiênciar uma tranquilidade que pensámos nunca ser possível existir num destino tão turístico. Este ambiente calmo e rústico permite-nos absorver com maior proximidade cada uma das construções que connosco se vão cruzando, onde se inclui a bonita Igreja Ortodoxa de São Nicolau na qual somos recebidos por um simpático jovem que se apressa a pôr-nos à vontade para as eventuais fotos que queiramos fazer. Num inglês bastante aceitável trocamos várias impressões sobre o espaço e antes de nos despedirmos inquirimos sobre como e quando será possível aceder à pequena Igreja de São Lucas que se encontra encerrada. Com um discurso pausado o nosso anfitrião explica-nos que só abre ao público entre as 8 e as 10 da manhã mas que se tivermos interesse pode facilitar-nos o acesso naquele instante. 
Sem hesitações aceitamos aquela benesse e num piscar de olhos estamos no interior de um dos mais antigos templos religiosos do país na companhia de alguém que com visível orgulho nos fala das origens e da história do monumento. 
No final fazemos questão de agradecer a simpatia com punhado de moedas que são prontamente recusadas.

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As labirínticas ruas levam-nos até mais uma praça que noutras alturas será certamente um dos principais pontos de diversão de quem visita a cidade. Tal como tem acontecido até aqui é o silêncio que nos impressiona e se dúvidas havia quanto à sazonalidade do turismo a que esta região está sujeita, estas desfizeram-se por completo quando diante da Catedral de São Trifão nos deparamos com um amontoado de cadeiras vazias que aguardam a chegada da época alta, altura em que os passageiros dos navios de cruzeiro invadem a cidade. Quanto a nós fazemos umas fotos, compramos uns Kebab's e seguimos viagem, uma vez que nos foram pedidos três euros por pessoa para visitar o maior monumento católico de Kotor. 

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Tendo em conta que no inverno o sol parece não pedir licença para se retirar de cena, seguimos em passo mais ou menos apressado pela movimentada marginal em busca de um local privilegiado para assistir ao momento em que o grande astro se esconde para lá das encostas montanhosas. Depois de uma curta caminhada alcançamos uma pequena praia que apesar da aparência modesta se revelou a localização perfeita para que aquele final de tarde se transformasse numa das memórias mais marcantes da nossa passagem por Kotor. 
O Montenegro continua a não defraudar as expectativas e naquele instante faz questão de nos mostrar que para lá das incríveis paisagens naturais é também capaz de nos surpreender com cervejas de qualidade. É então de garrafa na mão, sentados numa praia de cascalho e com olhar fixo no céu pincelado em tons dourados que damos por terminado o nosso primeiro dia na região

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Depois do sol se ter esgueirado para outras latitudes a cidade veste o seu traje de gala, cobrindo-se pouco a pouco de mil pontos de luminosos. Mesmo continuando a achar que lhe falta algum movimento, Kotor apresenta-se neste início de noite num registo visual tão ou mais belo que aquele que testemunhámos durante o dia.  
Há realmente qualquer coisa de especial neste local.

.ONDE DORMIMOS EM KOTOR
Durante as duas noites que permanecemos em Kotor optámos por ficar hospedados numa área central que nos facilitasse as deslocações entre os diferentes locais que queríamos visitar. A nossa escolha recaiu sobre os Studios Kono, um pequeno mas bastante agradável alojamento local situado no coração do centro histórico e a dois passos dos principais pontos de interesse. Ainda que os quartos sejam simples, revelaram-se extremamente confortáveis e asseados. Para além do preço bastante em conta, este local também satisfez plenamente os nossos padrões de exigência.

.COMO CHEGÁMOS A KOTOR
Depois da nossa chegada a Podgorica bastou-nos apanhar um autocarro que em cerca de duas horas realizou o trajeto entre a capital e a cidade de Kotor. Mesmo sabendo que poderíamos ter alugado um carro, e dessa forma ter mais liberdade de movimentos, esta foi para nós a opção que (segundo as circunstâncias) se revelou mais prática e económica. O autocarro teve um custo de 7 euros por pessoa. 

.LOCAIS QUE (TAMBÉM) GOSTÁMOS DE VISITAR NAS PROXIMIDADES DE KOTOR
Dispúnhamos de quatro dias na região e não queríamos de forma alguma que a nossa passagem pela costa do Montenegro se resumisse à cidade de Kotor. Assim sendo esforçámo-nos para capitalizar ao máximo o tempo que tinhamos ao nosso dispor para conhecer outros locais que com maior ou menor destaque acabaram por valorizar ainda mais esta viagem. 
  • PERAST: Situada a aproximadamente 10 Km's a norte de Kotor, esta cidade é sem sombra de dúvidas um dos locais mais bonitos que visitámos nesta área do país. Para além do bem arranjado centro histórico, Perast, destaca-se também pelo seu incrível enquadramento paisagístico. Sobre as águas da baía, a talvez uma centena de metros da margem, podem-se avistar duas ilhas nas quais se erguem outros tantos edifícios religiosos. Á esquerda o Mosteiro de São Jorge e à direita a Igreja de Nossa senhora das Rochas, esta última acessível através de uma breve viagem de barco. 
  • BUDVA - Este pouco organizado centro habitacional situado a cerca de 30 Km's de Kotor é indiscutivelmente o maior e mais movimentado polo turístico da região. Ainda que a visível falta de ordenamento existente na área mais recente da cidade dê a entender que Budva é parca em motivos de interesse, a verdade é que passámos um dia incrível enquanto explorávamos a zona velha.
  • STEVI STEFAN - A visita a Stevi Stefan poderá eventualmente ser combinada com a sua passagem por Budva uma vez que a distância entre os dois locais é relativamente curta e quer seja de bus ou táxi, o visitante não encontrará qualquer dificuldade em chegar à praia onde se encontra esta pequena ilha privada. 
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PERAST - MONTENEGRO

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PERAST - MONTENEGRO

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BUDVA - MONTENEGRO

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BUDVA - MONTENEGRO

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STEVI STEFAN - MONTENEGRO

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