sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

LEVADA DAS 25 FONTES E LEVADA DO RISCO - ILHA DA MADEIRA

O que visitar na Ilha da Madeira

A Levada das 25 Fontes era uma das caminhadas que mais queríamos realizar durante a nossa passagem pela Ilha da Madeira. 
Uma vez que as previsões meteorológicas para a segunda metade do dia anunciavam a probabilidade de ocorrência de chuva, sabíamos que era imperativo alcançar o início do trilho logo ás primeiras horas da manhã, mesmo que isso implicasse um despertar demasiado prematuro. Acordámos então antes de haver qualquer sinal de luz natural e depois de cerca de trinta minutos a percorrer as estradas desertas da ilha chegámos ao, ainda despido, parque de estacionamento que serve de ponto de partida daquele que é um dos mais conhecidos percursos pedestres da pérola do Atlântico. 
Antes mesmo de iniciarmos o trilho aproveitamos a presença naquele ponto privilegiado para lançarmos o olhar sobre a paisagem envolvente que lentamente se vai libertando da espessa neblina, mostrando-nos de quando em vez a beleza do impressionante vale que servirá de cenário ao nosso passeio de hoje. 

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

No preciso momento em que o sol surge para lá da montanha já nós avançamos sobre o tapete de asfalto que cobre o primeiro par de quilómetros deste trajeto e que não tarda nada se extinguirá sobre a densa floresta que povoa esta área da ilha. Ainda nos metros iniciais cruzamos um pequeno lago que devido á chuva dos últimos dias transbordou e acabou por alongar os seus limites, obrigando-nos a caminhar com cuidados redobrados.

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

A certa altura uma seta de madeira diz-nos que devemos virar à esquerda e as nossas botas calcam agora uma escada talhada na encosta que acaba por nos conduzir até à Casa de Abrigo do Rabaçal onde aproveitamos para atestar de água uma das garrafas que por esquecimento havia ficado por encher.
É a partir deste ponto que o caminho nos revela toda a sua beleza. Pela frente temos uma mão cheia de quilómetros que serão realizados sobre a luxuriante floresta laurissilva que em algumas áreas quase não permite que a luz solar alcance o nível do solo. Apesar do ambiente sombrio a floresta recusa-se a dar sinais de fraqueza e numa altura em que as árvores se libertam das folhas agora amarelas, o musgo e os fetos não perdem a sua aparência viçosa. Como seria de esperar a água é presença constante uma vez que o trilho acompanha em praticamente toda a sua extensão os típicos canais de irrigação que rasgam as encostas da ilha, transportando de forma engenhosa o precioso líquido desde as montanhas até ás zonas de cultivo. Também há pequenas cascatas, algumas completamente inseridas na paisagem, outras que certamente surgiram devido à precipitação e que acabam por nos dificultar a passagem, ora porque ocupam parcialmente o caminho ora porque dão origem a alguns trechos mais lamacentos. Contudo estamos no inverno e encontramo-nos obviamente à mercê dos caprichos da meteorologia que por agora, e ao contrário do que diziam as previsões, não nos impõe grandes limitações. 


O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira
 
Já na parte final do trilho, um quilómetro depois de cruzarmos uma ponte de pedra de onde conseguimos vistas incríveis sobre um imponente vale, escutamos pela primeira vez o ruído da queda de água que assinalará a nossa chegada ao objetivo pretendido. 
Voltamos a embrenhar-nos na vegetação agora sobre um carreiro que estreitou consideravelmente muito por culpa de um canal de irrigação que corre farto, ainda que na direção oposta aos nossos passos. De súbito abrandamos o ritmo devido a um encontro inesperado. Saído do arvoredo um pequeno passarinho insiste em nos acompanhar, saltando primeiro de galho em galho e depois sobre o muro que delimita a levada. Achamos-lhe graça e a ousadia é recompensada com um punhado de migalhas roubadas ao pão que trazemos na mochila. 


O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

Com o som da água cada vez mais forte sabemos que estamos perto e as nossas suspeitas não tardam as ser confirmadas quando vislumbramos a indicação que contabiliza os derradeiros metros do trilho que por diversas vezes nos fez recordar a caminhada que realizámos ao longo da LEVEDA DO CALDEIRÃO VERDE. À chegada o nosso olhar é inevitavelmente sequestrado pela imponente cascata que se arremessa do alto de uma espécie de anfiteatro de pedra com várias dezenas de metros de altura. Como fomos os primeiros a iniciar o trilho temos agora o privilégio de desfrutar do local sem a presença de outros caminhantes. Depois de longos minutos de contemplação arriscamos a aproximação ao pequeno lago presente aos pés da cascata mas as pedras escorregadias não permitem grandes aventuras. 

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

Ainda que seja realizado pelo mesmo caminho, o trajeto de volta ao ponto de partida permite-nos não só apreciar a paisagem de uma perspetiva completamente diferente mas também prestar atenção a um ou outro detalhe que acabou por nos escapar aquando da primeira passagem. 


Já nas proximidades da Casa de Abrigo, numa bifurcação ali existente, optamos por fazer um pequeno desvio que promete acrescentar mais um local fantástico ao nosso passeio. A caminhada é curta e em menos de dez minutos estamos frente a frente com a Cascata do Risco que devido à precipitação dos dias anteriores escorre de forma generosa ao longo de uma escarpa rochosa que se alonga até à base do profundo vale. 

O que visitar na Ilha da Madeira

O que visitar na Ilha da Madeira

Sem aviso prévio a chuva fez a sua aparição assim que voltámos costas à imponente queda de água. Sem tempo para mais contemplações e com o sentimento de dever cumprido, aligeirámos o passo, realizando trajeto de volta ao carro tão rápido quanto possível.  
Nas últimas quatro horas explorámos os caminhos desta espécie de jardim infinito, sujámos as botas, apanhámos chuva, transpirámos, soltámos gargalhadas e sem explicação falámos em surdina para não incomodar a natureza. 

  • DADOS IMPORTANTES A TER EM CONTA:
  • Percurso pedestre linear, com início e fim no Parque de estacionamento do Rabaçal (ER105).
  • A Distância total do percurso (PR6) é de aproximadamente 4,3 Km's/8,6 Km's regresso.
  • Duração média é de 3 a 4 horas.
  • Esta caminhada tem um nível de dificuldade fácil.
  • A extensão até à Cascata do Risco (PR6.1) acresce de 2 Km's suplementares (ida e volta).
  • O percurso é realizável durante todo o ano, contudo o calor dos meses de verão e a constante presença de água e piso escorregadio dos meses de inverno são factores a ter em conta na planificação do passeio.
  • Devido ao piso irregular é aconselhável o uso de calçado apropriado.
  • É importante seguir sempre pelo trilho sinalizado.
  • Respeitar e não danificar a fauna e flora existentes.
  • Não fazer lume.
  • Não deitar lixo para o chão.
  • Qualquer percurso pedestre deve ser sempre realizado com a companhia de alguém.


-INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA ORGANIZAR A SUA VISITA À ILHA DA MADEIRA-

-QUANTOS DIAS SÃO NECESSÁRIOS?
A duração da estadia depende acima de tudo do ritmo e dos objetivos de cada um. 
Se o propósito da visita é ficar a conhecer a ilha da Madeira de forma superficial, passando sem grandes demoras pelos principais pontos de interesse, então pode dizer-se que quatro ou cinco dias serão suficientes. Contudo, se o visitante quiser aprofundar um pouco mais o conhecimento e, quem sabe, passar uns dias na Ilha de Porto Santo, então o melhor mesmo é prolongar o roteiro por duas ou três semanas. No nosso caso já tivemos a oportunidade de visitar a ilha da Madeira por duas ocasiões e mesmo assim estamos longe de poder dizer que vivenciámos tudo o que este pequeno paraíso tem para oferecer a quem o visita. Ainda que este pedaço de território insular aparente ter uma área relativamente reduzida, a verdade é que os quase 750 Km2 que o compõem guardam em si uma imensidão de surpresas que merecem ser saboreadas com o devido vagar.  

-QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR A ILHA DA MADEIRA?
A ilha da Madeira é um destino que, devido ao seu clima ameno, pode ser visitado durante praticamente todo o ano. Os meses de Junho, Julho e Agosto são por norma os mais quentes e nos quais se regista um maior fluxo de visitantes. Neste período os preços são mais elevados e o risco de congestionamento de turistas nos principais pontos de interesse é bastante maior.
Ainda que já tenhamos estado na ilha durante o mês de Dezembro, na nossa opinião Abril, Maio e Setembro são também excelentes opções, uma vez que para além da presença de visitantes ser menor, os preços são igualmente mais baixos e as temperaturas mais temperadas. 

-ONDE GOSTÁMOS DE DORMIR?
A ilha da Madeira tem sabido responder da melhor forma ao aumento da procura de alojamento que se vem registando nos últimos tempos.
As opções são muitas e variadas, com ofertas para todos os gostos e carteiras.
A nossa escolha recaiu sobre um local bem localizado, confortável e onde tivemos a oportunidade de confeccionar as nossas próprias refeições.
FX Hostel & Guesthouse Carvalhal foi o local que nos serviu de casa durante as nossas visitas e do qual só temos coisas boas a apontar.


-O QUE COMER E BEBER?
No que diz respeito à gastronomia, a Madeira é extremamente rica em pratos típicos, muitos deles ligados ao mar. De entre as muitas especialidades destacamos os Filetes de Peixe Espada e as deliciosas Lapas Grelhadas que em jeito de petisco podem ser acompanhadas por uma Cerveja Coral ou uma Brisa bem frescas.
Outras das delícias que podem ser degustadas numa qualquer passagem pela ilha são as Espetadas de Carne, o tradicional Bolo do Caco, o Bolo de Mel, o Vinho da Madeira e a inevitável Poncha.


-COMO SE DESLOCAR NA ILHA DA MADEIRA?
Apesar da rede de transportes rodoviários ser relativamente bem organizada e se estender a quase toda a ilha, a verdade é que para quem tem o tempo de certa forma limitado, esta opção poderá não ser a mais indicada.
Se pretender rentabilizar ao máximo as suas deslocações, então é melhor recorrer ao aluguer de uma viatura, lançando-se assim à descoberta das lindíssimas estradas da ilha, parando onde quiser e o tempo que pretender.
À chegada ao aeroporto o visitante terá ao seu dispor um número considerável de empresas de rent-a-car e se não teve a oportunidade de realizar a reserva antecipadamente (o que não aconselhamos) poderá então tentar fazê-lo nesse momento. 




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