Lá em baixo, no ponto onde as serras se unem, as
águas do Rio Varosa avançam sem grandes pressas em direção ao grande Douro,
como se aproveitassem para desfrutar da sua fugaz passagem pela região.
Ocasionalmente atravessamos pequenas aldeias que convidam a uma paragem para
um café ou simplesmente para matar a sede no chafariz público que desde à
séculos e de forma ininterrupta continua a abastecer a
população.
Olhamos à volta e constatamos que estamos longe de tudo. O centro urbano de
Lamego já há muito que ficou para trás e percorremos agora uma área do país
rica em lendas e histórias que falam de uma comunidade de monges que poderá
estar ligada à fundação de Portugal.
O cenário diz-nos que estamos oficialmente no Vale do Varosa e esta viagem
de dois dias será certamente fértil no contacto com a natureza, na
descoberta de património histórico e na degustação da gastronomia
típica. E é exatamente isto que procuramos. Num verão atípico, em que tudo se fez
para valorizar o turismo interno, percebemos que este é ainda um daqueles
pedaços de Portugal que não aparece sinalizado nos guias turísticos mas para
nós é e será um dos tesouros mais valiosos do território nacional. Melhor
assim...
O VALE DO VAROSA, A ORDEM DE CISTER E AS ORIGENS DE PORTUGAL
Foi nestas terras que nos século XII se estabeleceu uma comunidade de monges
ermitas que mais tarde acabaria por integrar a ordem religiosa de Cister, responsável pela construção de alguns dos
monumentos Cistercienses presentes no nosso itinerário pela
região.
São diversos os edifícios de arquitetura românica espalhados numa área
entre as cidades de Lamego e Tarouca que pelo legado deixado nos convidam a
viajar até ás origens de Portugal.
Ainda que possam existir outros motivos de interesse, neste roteiro optámos
por incluir aqueles que segundo pesquisámos se destacam pela sua importância
histórica, estado de conservação e beleza arquitectónica.
OS MONUMENTOS HISTÓRICOS E RELIGIOSOS PRESENTES NO VELE DO VAROSA:
.CAPELA DE SÃO PEDRO DE BALSEMÃO
Muitas são as teorias sobre a origem e o período cronológico desta pequena
capela situada a meia dúzia de quilómetros da cidade de Lamego. Os
sinais arquitectónicos presentes nos detalhes e na decoração interior levam
os especialistas a tirar diferentes conclusões sobre a data da sua
construção inicial. Polémicas à parte uma coisa é certa, a Capela de
S.Pedro de Balsemão é (apesar do seu aspeto simples) um dos mais valiosos
monumentos presentes no Vale do Varosa.
- O acesso à Capela de S.Pedro de Balsemão é gratuito.
.IGREJA E MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE SALZEDAS
Na área mais central da pequena aldeia de Salzedas ergue-se este antigo
complexo monástico que hoje tal como no ano da sua construção continua a
marcar a sua posição de destaque no quotidiano das gentes locais. A partir
da monumental igreja temos acesso à sacristia, a um museu no qual se
encontra exposto um valioso espólio de arte sacra e ao que resta do
imponente claustro.
- O acesso à Igreja de Santa Maria de Salzedas é gratuito ao passo que a visita ao Museu, Sacristia e Claustro tem um custo de 3 euros.
- Devido ás restrições causadas pelo vírus Covid19, a visita ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e ao Claustro deverá ser agendada com antecedência através do SITE oficial do Vale do Varosa.
.IGREJA E CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE FERREIRIM
Atualmente já pouco resta da construção original deste antigo complexo
monástico ainda que a sua importância histórica se mantenha inalterada.
Muitas das estruturas ali existentes que no século XVI acolheram uma
comunidade de monges Franciscanos sucumbiram ao passar dos tempos e hoje,
nada mais resta, que as histórias de um passado glorioso ainda presentes no
lindíssimo altar da Igreja, nas tábuas pintadas pelos denominados
mestres de Ferreirim ou na torre fortificada que teima em não se deixar
cair.
- O acesso à Igreja de Santo António de Ferreirim é gratuito ao passo que a visita ao Museu tem um custo de 3 euros.
- Devido ás restrições causadas pelo vírus Covid19, a visita ao Mosteiro Santo António de Ferreirim e ao Museu deverá ser agendada com antecedência através do SITE oficial do Vale do Varosa.
.ALDEIA DE UCANHA E A SUA PONTE FORTIFICADA
Das várias dezenas de aldeias vinhateiras que cruzaram o nosso caminho
durante o passeio pelo Vale do Varosa, nenhuma parece ter argumentos
estéticos suficientes para suplantar Ucanha. Dos momentos que ali passámos, gostámos especialmente de percorrer as ruas estreitas de onde despontam as casinhas coloridas e no final, já
com o sol a fugir no horizonte, atravessámos a Ponte Fortificada que desde o
século XII liga as duas margens do Rio Varosa.
- O acesso à Ponte e à Torre Fortificada é gratuito.
.IGREJA E MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE TAROUCA
Nesta viagem pelo Vale do Varosa guardámos o melhor para o fim. Se a visita
à Igreja de São João de Tarouca já era motivo suficiente para nos deslocarmos
a este local encravado entre as encostas vinhateiras da Serra de Leomil,
aproveitámos para valorizar ainda mais a nossa passagem pela região para
conhecermos as ruínas do antigo mosteiro ali existente de forma a entender e
saber um pouco mais sobre a história da Ordem de Cister. Segundo os registos
este foi o primeiro monumento religioso de origem Cisterciense erguido no
território nacional e está diretamente ligado à fundação de Portugal.
- O acesso à Igreja de São João de Tarouca é gratuito ao passo que a visita ao Centro Interpretativo e Ruínas do Mosteiro tem um custo de 3 euros.
OUTROS LOCAIS VISITADOS DURANTE ESTA VIAGEM PELO VALE DO VAROSA:
.LAMEGO
Lamego é na nossa opinião um excelente ponto de partida para todos os que se
querem lançar à descoberta do Vale do Varosa. Esta é para nós uma cidade
especial, onde nos sentimos bem e à qual regressamos sempre que temos
oportunidade. Património histórico, cultural e religioso, boa comida, boa
gente, bom espumante e um ambiente ainda relativamente calmo quando comparado
com outros centros urbanos. Um dia será suficiente para subir ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, ao Castelo, para visitar o Museu de Lamego, as caves Raposeira e no final da tarde ainda terá tempo para beber um refresco nas esplanadas presentes na Avenida Dr. Alfredo Sousa.
.A CRÓNICA COMPLETA COM TUDO O QUE PODE VISITAR EM LAMEGO PODE SER LIDA AQUI.
.CASCATAS E PRAIAS FLUVIAIS DO RIO VAROSA
O Rio Varosa é literalmente a peça central desta região e muitas são as
paisagens naturais de beleza extrema criadas pelas suas águas. Destacamos as
diversas praias fluviais que ajudam a refrescar o corpo nos dias de maior
calor e também as cascatas formadas pelos declives geológicos existente ao
longo do seu curso que nos "obrigaram" a parar por diversas vezes.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
.O BILHETE HERITAGE TOUR (VALE DO VAROSA + MUSEU DE LAMEGO)
Se tal como nós tem o objetivo de percorrer toda a região do Vale do Varosa complementando a visita com uma passagem pela cidade de Lamego, sugerimos então que adquira (por 9 euros) o ingresso heritage que combina as entradas em todos os monumentos pagos do Vale do Varosa assim como o acesso ao bem organizado Museu de Lamego. Desta forma poderá realizar uma poupança de 3 euros, uma vez que quando comprados separadamente os ingressos para cada um deste locais terão um valor total de 12 euros.
.ONDE DORMIMOS
Estrategicamente situado a dois passos da pitoresca aldeia de Ucanha, o
Hotel Quinta do Lameiro foi o local escolhido para pernoitarmos durante a
nossa passagem pelo Vale do Varosa. O espaço é constituído por oito
bungalows equipados com cozinha e casa de banho privativa. As acomodações encontram-se completamente integradas na paisagem natural envolvente, proporcionando ao hóspede uma estadia tranquila. Para além da excelente localização, destacamos também a piscina, o estacionamento privativo e o farto pequeno almoço servido na zona de refeições situada num edifício contíguo.
.A CRÓNICA COMPLETA SOBRE A NOSSA ESTADIA NO HOTEL QUINTA DO LAMEIRO PODE SER LIDA AQUI.
-VISITÁMOS O VALE DO VAROSA COM O APOIO DA REDE DE MONUMENTOS DO VALE DO VAROSA.
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