Por vezes esquecemo-nos que uma viagem vai muito para além de fazer meia dúzia de fotografias em frente dos seus principais pontos turísticos. A proximidade nem sempre significa cumplicidade e conhecer um país, uma cidade ou simplesmente um local é acima de tudo entender e aprender com a sua história, criando dessa forma uma empatia reciproca que tende a perdurar para lá do primeiro encontro.
Lisboa tem uma personalidade muito própria que se revela nas palavras das suas gentes, no perfume e sabor da comida e nos testemunhos do passado que nos ajudam a compreender que a cidade de hoje é o reflexo direto de uma história escrita durante várias centenas de anos.
Na capital de Portugal existem lugares que parecem atrair sobre si todas as atenções e depois, existem outros que de forma inexplicável ainda se mantêm afastados do interesse geral.
O Mosteiro de São Vicente de Fora é um daqueles segredos que Lisboa só revela a quem se mostra disposto a ir para lá do óbvio. Este é sem sombra de dúvidas um dos mais incríveis locais da capital, e se o leitor faz parte daquele lote de pessoas que pretende mesmo conhecer o melhor que a cidade tem para oferecer, então não hesite em incluir este local na sua lista de desejos.
Para além da imponência arquitectónica, o Mosteiro tem, como já foi referido, um importante peso na história do país, uma vez que a obra original foi erguida por ordem de D.Afonso Henriques aquando da conquista aos mouros da cidade de Lisboa. Mais tarde e já num período em que D.Filipe I era simultaneamente Rei de Portugal e Espanha, iniciou-se então a construção que resultou na incrível obra que hoje domina uma das zonas altas da cidade.
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No século XVIII, e com a chegada a Lisboa das riqueza provenientes das Américas, o complexo voltou a sofrer algumas alterações que para além de embelezarem ainda mais o interior também aumentaram a sua área total.
Para lá das suas paredes, o Mosteiro guarda os túmulos de quase todos os elementos da dinastia de Bragança assim como o Panteão Patriarcal, local onde estão sepultados os patriarcas de Lisboa desde D.Carlos da Cunha até D.José Policarpo.
Não deixe também de passear pelos claustros que são o único ponto de acesso à Sacristia, local onde de certo não escapará à sua atenção a influência da arquitetura italiana, presente na soberba decoração e que salta à vista nos mármores multicolores que cobrem as paredes e o teto de praticamente todo o espaço.
Percorrer as salas e os inúmeros corredores do complexo dar-lhe-á a oportunidade de admirar a maior coleção de azulejos barrocos de Portugal. Um valioso tesouro pintado em tons de azul e branco que cobre muitas das paredes não só interiores como também exteriores. Num dos pisos superiores encontram-se expostos mais de três dezenas destes painéis de cerâmica que retratam algumas das mais marcantes cenas das conhecidas fabulas de La Fontaine.
Antes do final da visita ainda terá a oportunidade de subir até ao terraço para, a partir dai, conseguir uma incrível vista de 360° sobre a cidade de Lisboa.
O mosteiro merece que lhe dedique toda a sua atenção, por isso não tenha pressa. Guarde pelo menos um par de horas para a visita.
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