Com o corpo meio dormente das emoções vividas em Petra, iniciámos ainda de noite, o caminho em direção à realização de mais um sonho.
A movimentada auto-estrada do deserto ficou para trás e rolamos agora numa via secundária que segundo as indicações do gps nos levará ao destino desejado. De ambos os lados somos acompanhados por um mar de areia vermelha que se prolonga por quilómetros e no qual parecem flutuar gigantescas ilhas rochosas de mil formas.
É uma paisagem incrível!
À medida que o sol vai ganhando o seu lugar, sobre as nossas cabeças o céu vai-se aos poucos pintando de azul, anunciando mais um dia de calor.
De súbito, uma incontrolável vontade de pisar aquele interminável tapete encarnado toma conta de nós. Paro o carro na berma, saímos e pela primeira vez sentimos a areia do deserto de Wadi Rum sob os nossos pés. Parecemos duas crianças. Saltamos,corremos e tocamos vezes sem conta aquele solo que teima em escorrer-nos por entre os dedos.
Dali até ao centro de visitantes é um "saltinho" e ao contrário do que seria de esperar ninguém nos controla o Jordan Pass quando transpomos o grande portal que marca oficialmente a nossa entrada no mítico deserto. Segue-se um ponto de controlo da polícia e logo depois a pequena aldeia de Wadi Rum onde temos encontro marcado com o pessoal do Rum Stars Camp.
Á nossa chegada ao parque de estacionamento, deparamo-nos com um movimento inesperado. Tal como nós dezenas de outros visitantes dão naquele pequeno espaço, início a uma experiência que se espera inesquecível. São muitas as carrinhas de caixa aberta pertencentes ás diversas agências que ali aguardam pelos seus clientes.
A concorrência é feroz mas saudável e a prova da camaradagem que se vive no seio daquela comunidade é-nos de imediato dada por um beduíno que apesar de representar uma outra agência faz questão de ligar aos nossos anfitriões a anunciar a nossa chegada.
O carro fica ali. Ás costas levamos tudo o que iremos precisar para a nossa expedição, abandonando sem demoras o parque de estacionamento sentados na traseira de uma pick up. Connosco seguem três rapazes de Singapura e um Americano... tudo gente porreira!
Depois de uma breve conversa onde nos foi explicado o plano da visita, chegou o momento que tanto aguardávamos.
Despedimos-nos da aldeia deixando para trás uma espessa nuvem de pó que assenta quase de imediato.
Com habilidade e precisão, o driver leva o veículo todo o terreno a avançar a bom ritmo, deslocando-se sem dificuldades sobre aquela interminável estrada de areia onde os limites são impostos por quem segue atrás do volante.
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Quanto a nós, acomodados na parte traseira da carrinha, vemos desfilar paisagens difíceis de descrever mas que vão sendo armazenadas no cartão de memória da minha máquina fotográfica.
A primeira meia hora é vivida quase em silêncio. O que vemos passar diante dos nossos olhos assalta-nos a alma, roubando-nos a atenção e as palavras.
São paisagens áridas, típicas de um deserto mas que aqui têm uma dimensão diferente daquelas que conheci em Marrocos, no Irão ou no Perú.
Rapidamente se perdem pontos de referência. Só as marcas de pneus deixadas pelas carrinhas que por ali vão circulando, servirão eventualmente como ponto de orientação naquele mundo em que tudo parece igual.
No roteiro pré estabelecido, estão previstas diversas paragens que vão sendo devidamente respeitadas, algumas delas com ligação directa a Thomas Edward Lawrence, o famoso arqueólogo que aqui se estabeleceu no início do século XX.
A manhã passou sem as habituais pressões de tempo tão comuns nos tour's organizados. Foram quatro horas soberbas em que subimos e descemos dunas, penetrámos em estreitos desfiladeiros, decifrámos inscrições gravadas na rocha e vimos estranhas formações geológicas talhadas pelos elementos.
O almoço incluido na tarifa, aconteceu já perto das duas da tarde.
No chão estende-se uma esteira e com os luxos possíveis numa expedição deste nível aconchega-se o estômago com atum enlatado, pão,tomate, húmus,um pacote de sumo, fruta e meia dúzia de bolachas que fazem a vez de sobremesa.
Abrigados do sol, no nosso acampamento temporário, as conversas vão fluindo de forma espontânea, especialmente com o Americano que afinal se chama David e com o qual estabelecemos uma relação de maior proximidade.
A pausa tem a duração perfeita e culmina com uma aconchegante chávena de chá preparado ali mesmo pelo nosso guia que embora seja de poucas palavras vai realizando um trabalho cinco estrelas.
Voltamos a tomar os nossos lugares na traseira da carrinha e com o grupo a sentir-se cada vez mais à vontade dá-se início à segunda etapa daquela aventura.
Nas horas que se seguem revivem-se emoções, repetem-se comentário e vezes sem conta os nossos olhos vão-se perdendo naquelas paisagens de aparência quase lunar que se pintam de um vermelho ainda mais intenso à medida que o sol se move na direção do horizonte.
Quanto a nós, acomodados na parte traseira da carrinha, vemos desfilar paisagens difíceis de descrever mas que vão sendo armazenadas no cartão de memória da minha máquina fotográfica.
A primeira meia hora é vivida quase em silêncio. O que vemos passar diante dos nossos olhos assalta-nos a alma, roubando-nos a atenção e as palavras.
São paisagens áridas, típicas de um deserto mas que aqui têm uma dimensão diferente daquelas que conheci em Marrocos, no Irão ou no Perú.
Rapidamente se perdem pontos de referência. Só as marcas de pneus deixadas pelas carrinhas que por ali vão circulando, servirão eventualmente como ponto de orientação naquele mundo em que tudo parece igual.
No roteiro pré estabelecido, estão previstas diversas paragens que vão sendo devidamente respeitadas, algumas delas com ligação directa a Thomas Edward Lawrence, o famoso arqueólogo que aqui se estabeleceu no início do século XX.
A manhã passou sem as habituais pressões de tempo tão comuns nos tour's organizados. Foram quatro horas soberbas em que subimos e descemos dunas, penetrámos em estreitos desfiladeiros, decifrámos inscrições gravadas na rocha e vimos estranhas formações geológicas talhadas pelos elementos.
No chão estende-se uma esteira e com os luxos possíveis numa expedição deste nível aconchega-se o estômago com atum enlatado, pão,tomate, húmus,um pacote de sumo, fruta e meia dúzia de bolachas que fazem a vez de sobremesa.
Abrigados do sol, no nosso acampamento temporário, as conversas vão fluindo de forma espontânea, especialmente com o Americano que afinal se chama David e com o qual estabelecemos uma relação de maior proximidade.
A pausa tem a duração perfeita e culmina com uma aconchegante chávena de chá preparado ali mesmo pelo nosso guia que embora seja de poucas palavras vai realizando um trabalho cinco estrelas.
Voltamos a tomar os nossos lugares na traseira da carrinha e com o grupo a sentir-se cada vez mais à vontade dá-se início à segunda etapa daquela aventura.
Nas horas que se seguem revivem-se emoções, repetem-se comentário e vezes sem conta os nossos olhos vão-se perdendo naquelas paisagens de aparência quase lunar que se pintam de um vermelho ainda mais intenso à medida que o sol se move na direção do horizonte.
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Sem nunca o demonstrar, o driver dá pela primeira vez sinais alguma apreensão no que diz respeito ao avançar do relógio. Ainda assim realiza-se uma derradeira paragem no grande Arco de Pedra que naquele final de tarde regista um movimento de visitantes difícil de compreender.
Num vai e vem constante, dezenas de pessoas vão trepando a enorme parede rochosa para depois registarem o momento em que caminharam sobre uma ponte de aspecto frágil que a mim não me inspira confiança.
Prefiro ficar cá em baixo enquanto a Paula arrisca a subida que não demora mais de cinco minutos, aguardando talvez outros tantos até que a estreita plataforma fique totalmente desimpedida.
Fazem-se as fotos desejadas e o grupo é reunido e encaminhado para um local estratégico ainda a tempo de assistir ao momento em que o grande astro se esconde para lá do olhar.
Escolhem-se os melhores lugares e num silêncio quase total encerra-se o dia com mais um espetáculo sublime.
O deserto de Wadi Rum prepara-se para ir dormir!
Num vai e vem constante, dezenas de pessoas vão trepando a enorme parede rochosa para depois registarem o momento em que caminharam sobre uma ponte de aspecto frágil que a mim não me inspira confiança.
Prefiro ficar cá em baixo enquanto a Paula arrisca a subida que não demora mais de cinco minutos, aguardando talvez outros tantos até que a estreita plataforma fique totalmente desimpedida.
Fazem-se as fotos desejadas e o grupo é reunido e encaminhado para um local estratégico ainda a tempo de assistir ao momento em que o grande astro se esconde para lá do olhar.
Escolhem-se os melhores lugares e num silêncio quase total encerra-se o dia com mais um espetáculo sublime.
O deserto de Wadi Rum prepara-se para ir dormir!
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