Estamos no inverno e apesar do céu azul, no ar paira um ventinho gelado que nos obriga a calçar as luvas de forma a agasalhar as mãos.
Ainda é cedo. Passam poucos minutos das sete de manhã, mas as ruas que percorremos já se encontram bem preenchidas de gente que, com certeza, segue a caminho dos seus empregos. Quanto a nós, depois de uma curta viajem numa carruagem de metro a rebentar pelas costuras, chegamos ás imediações da Praça Tiananmen de onde já conseguimos avistar a grandiosa entrada da Cidade Proibida.
Numa área situada para lá do fosso que circunda o complexo tentamos em vão questionar alguns passantes sobre o local onde poderemos eventualmente adquirir o ingresso. A pergunta é repetida vezes sem conta mas a comunicação revela-se tão difícil como encontrar o imperador no meio de toda aquela multidão.
O tempo passa sem que encontremos o tão desejado ponto de venda. Perto das oito horas, e já em desespero, aproximamo-nos de um grupo de três jovens chineses na esperança que nos saibam dar a informação que procuramos.
Também não falam inglês...nem uma palavra!
Quase a perder a paciência insistimos.
"-TICKETS! WHERE CAN WE BUY TICKETS?"
O silêncio por parte dos jovens revela total incompreensão e as nossas palavras só são descodificadas graças à preciosa ajuda do tradutor que um deles tem instalado no telemóvel.
O diálogo acaba facilitado pela tecnologia e fico então a saber que se existe uma bilheteira, eles não sabem onde fica e que seria bem mais cómodo se tivéssemos comprado o bilhete através da internet.
"Pois...agora é tarde demais!"
De olhos postos nos ecrãs dos seus telefones os nossos amigos de ocasião trocam meia dúzia de palavras em mandarim e de forma inesperada revelam que nos podem comprar o bilhete...só precisam dos nossos passaportes.
A compra é então realizada ali mesmo a dois passos da entrada do grande palácio e a meia dúzia de minutos da abertura das portas.
Quanto ao preço, nunca ficámos a saber, pois aqueles três jovens fizeram questão de não receber um único cêntimo.
Agradecemos mil vezes aquele ato de bondade, trocamos contactos, fazemos uma foto em conjunto e despedimo-nos convencidos que talvez estas novas gerações de chineses já terão uma maior facilidade em partilhar.
Apesar do contratempo inicial o nosso primeiro dia em Pequim começa da melhor forma!
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Ás oito e meia em ponto as portas são abertas e sem grandes pressas cruzamos o Portal Meridiano que por sua vez nos conduz a um enorme pátio onde cinco pontes de mármore branco atravessam o Rio das Águas Douradas.
Percebendo que a multidão avança numa espécie de enxurrada incontrolável, vamo-nos propositadamente deixando ficar para trás. Constatamos que num ápice a escadaria central do Portão da Suprema Harmonia se encontra totalmente preenchida por uma multidão que parece não reparar na existência de dois acessos situados nas laterais. É então para lá que seguimos. Depois de nos cruzarmos com um dos grandes leões que montam guarda ao edifício, percorremos uma série de alas que acabam por nos conduzir aos Palácios Ocidentais, onde quase por acaso encontramos uma passagem que dá acesso ao Jardim Imperial.
Ás oito e meia em ponto as portas são abertas e sem grandes pressas cruzamos o Portal Meridiano que por sua vez nos conduz a um enorme pátio onde cinco pontes de mármore branco atravessam o Rio das Águas Douradas.
Percebendo que a multidão avança numa espécie de enxurrada incontrolável, vamo-nos propositadamente deixando ficar para trás. Constatamos que num ápice a escadaria central do Portão da Suprema Harmonia se encontra totalmente preenchida por uma multidão que parece não reparar na existência de dois acessos situados nas laterais. É então para lá que seguimos. Depois de nos cruzarmos com um dos grandes leões que montam guarda ao edifício, percorremos uma série de alas que acabam por nos conduzir aos Palácios Ocidentais, onde quase por acaso encontramos uma passagem que dá acesso ao Jardim Imperial.
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Ao fim de mais de uma hora de completo deleite alcançamos o Portão da Grandeza Divina e depois de uma curta pausa iniciamos o caminho de regresso ao ponto de partida. Seguimos pelo lado oposto daquele que nos trouxe até aqui e que mais uma vez nos mantém longe das multidões. Neste trajeto passamos pela Galeria do Tesouro, pela Ópera e pelo Painel dos Nove Dragões.
Com o cartão de memória da máquina fotográfica bem recheado, estamos de volta à Corte Interior onde o Hall da Suprema Harmonia chama a si todas as atenções. Galgamos uma das escadarias que ladeiam a enorme Calçada de Mármore e aproximamo-nos o quando podemos da entrada daquele impressionante pavilhão no qual se encontra o mais pomposo dos tronos usados pelo imperador.
Pela primeira vez desde que chegámos à Cidade Proibida sentimos alguma dificuldade em nos movimentar. Meio a custo fazemos algumas fotos do local, abandonando esta área logo de seguida.
Ao fim de mais de uma hora de completo deleite alcançamos o Portão da Grandeza Divina e depois de uma curta pausa iniciamos o caminho de regresso ao ponto de partida. Seguimos pelo lado oposto daquele que nos trouxe até aqui e que mais uma vez nos mantém longe das multidões. Neste trajeto passamos pela Galeria do Tesouro, pela Ópera e pelo Painel dos Nove Dragões.
Com o cartão de memória da máquina fotográfica bem recheado, estamos de volta à Corte Interior onde o Hall da Suprema Harmonia chama a si todas as atenções. Galgamos uma das escadarias que ladeiam a enorme Calçada de Mármore e aproximamo-nos o quando podemos da entrada daquele impressionante pavilhão no qual se encontra o mais pomposo dos tronos usados pelo imperador.
Pela primeira vez desde que chegámos à Cidade Proibida sentimos alguma dificuldade em nos movimentar. Meio a custo fazemos algumas fotos do local, abandonando esta área logo de seguida.
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A partir deste momento a densidade populacional por metro quadrado parece aumentar a cada passo que damos. Ainda assim continuamos a nossa caminhada para Norte, passando por alguns palácios, salões cerimoniais, pátios e escadarias mais ou menos elaboradas.
No meio daquela espécie de formigueiro desorganizado vamos tentando arranjar motivos de interesse que nos façam prolongar a visita, mas a motivação acaba sempre por ser esmagada por toda aquela algazarra.
Meio desapontados interpretamos isto como um sinal de que a nossa passagem pela Cidade Proibida está prestes a cessar. Antes das despedidas ainda lançamos um derradeiro olhar tentando guardar em nós toda aquela beleza.
O que diriam os vinte e quatro imperadores se aqui voltassem e vissem que o seu refugiu intransponível acabou por se vergar ao poder uma "coisa" chamada turismo?
A partir deste momento a densidade populacional por metro quadrado parece aumentar a cada passo que damos. Ainda assim continuamos a nossa caminhada para Norte, passando por alguns palácios, salões cerimoniais, pátios e escadarias mais ou menos elaboradas.
No meio daquela espécie de formigueiro desorganizado vamos tentando arranjar motivos de interesse que nos façam prolongar a visita, mas a motivação acaba sempre por ser esmagada por toda aquela algazarra.
Meio desapontados interpretamos isto como um sinal de que a nossa passagem pela Cidade Proibida está prestes a cessar. Antes das despedidas ainda lançamos um derradeiro olhar tentando guardar em nós toda aquela beleza.
O que diriam os vinte e quatro imperadores se aqui voltassem e vissem que o seu refugiu intransponível acabou por se vergar ao poder uma "coisa" chamada turismo?
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