Ainda que me agrade este regresso precoce à Europa o que quero mesmo é transpor as muralhas que abraçam a zona velha e perder-me nas suas ruas labirínticas. Pelo caminho passamos pelo Parque Feddan e é a partir desse espaço público que avistamos pela primeira vez o casario que compõe a Medina. Agarrado à vertente de uma encosta surge um aglomerado de casas pintadas de branco que de certa forma me parece familiar e me faz recordar alguns dos cenários que connosco se cruzaram durante a nossa viagem pela Andaluzia.
Daí até a Bab Tut são menos de cinco minutos de marcha. É por esta antiga porta que acedemos à área mais carismática de Tétouan e quase de imediato percebemos que afinal a nossa passagem pela cidade iria ser especial. O mercado que ocupa uma boa parte das ruas que agora palmilhamos é o tónico perfeito para que a apresentação a esta nova realidade aconteça de forma natural, sem abordagens indesejadas nem pressões para comprar isto ou aquilo. Misturamo-nos com os transeuntes que para falar verdade quase nem reparam em nós, mantendo-se completamente focados nos seus afazeres, dando a ideia de que por aqui ainda parece viver-se sem o pensamento de que o turismo é uma espécie de galinha dos ovos de ouro.
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Com tantos pontos de distração, acabamos por demorar mais do que seria expectável a chegar à Praça Hassan II onde se situa o Palácio Real e tal como havíamos testemunhado aquando da nossa passagem por outras cidades do país, as medidas de segurança em redor do edifício não passam despercebidas a quem por ali anda. Para lá das barreiras de metal alinham-se vários militares que apesar do rosto fechado, não deixam de aceder ao nosso pedido quando os questionamos se podemos fotografar o local.
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O espaço é bonito mas a movimentação torna-se difícil devido ao aparato montado em torno da residência real e na falta de outros motivos de interesse optamos por beber um chá numa das esplanadas da grande praça enquanto entretemos o olhar com o que se passa na mesa ao lado. Três homens lançam à vez um pequeno dado sobre um tabuleiro de madeira e ainda que não entendamos os critérios do jogo, dá gosto assistir ao entusiasmo gerado por tão acesa disputa.
Segue-se uma breve incursão pelo bairro Judeu. Este novo acesso ao emaranhado das ruas da Medina faz-se pela Bab Rouah que nos transporta mais uma vez para o tal mundo misterioso limitado por paredes pintadas de branco onde por vezes parecemos ser os únicos a caminhar.
Num passeio onde o sentido de orientação parece desafiar toda e qualquer lógica somos constantemente surpreendidos por estreitas vielas que subitamente desembocam numa bonita praça ou por uma bem arejada rua que termina num frustrante beco sem saída.
Desde que chegámos a Tétouan, tem-nos sido impossível não reparar que as pessoas se vestem de uma forma bastante mais conservadora e esta nossa observação acaba por ser mais uma vez confirmada quando nos cruzamos com alguns fieis que depois da oração se juntam à porta de uma Mesquita. Apesar dos Homens apresentarem alguma discrição na indumentária, são as mulheres que parecem fazer questão de manter mais vincada a tradição, cobrindo o corpo com longas vestes que na maioria dos casos se prolongam até aos tornozelos.
O espaço é bonito mas a movimentação torna-se difícil devido ao aparato montado em torno da residência real e na falta de outros motivos de interesse optamos por beber um chá numa das esplanadas da grande praça enquanto entretemos o olhar com o que se passa na mesa ao lado. Três homens lançam à vez um pequeno dado sobre um tabuleiro de madeira e ainda que não entendamos os critérios do jogo, dá gosto assistir ao entusiasmo gerado por tão acesa disputa.
Segue-se uma breve incursão pelo bairro Judeu. Este novo acesso ao emaranhado das ruas da Medina faz-se pela Bab Rouah que nos transporta mais uma vez para o tal mundo misterioso limitado por paredes pintadas de branco onde por vezes parecemos ser os únicos a caminhar.
Num passeio onde o sentido de orientação parece desafiar toda e qualquer lógica somos constantemente surpreendidos por estreitas vielas que subitamente desembocam numa bonita praça ou por uma bem arejada rua que termina num frustrante beco sem saída.
Desde que chegámos a Tétouan, tem-nos sido impossível não reparar que as pessoas se vestem de uma forma bastante mais conservadora e esta nossa observação acaba por ser mais uma vez confirmada quando nos cruzamos com alguns fieis que depois da oração se juntam à porta de uma Mesquita. Apesar dos Homens apresentarem alguma discrição na indumentária, são as mulheres que parecem fazer questão de manter mais vincada a tradição, cobrindo o corpo com longas vestes que na maioria dos casos se prolongam até aos tornozelos.
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Entretanto chegamos a mais um mercado. Primeiro cruzamo-nos com meia dúzia de carpintarias e logo depois entramos num corredor ao longo do qual se alinham várias lojas onde os artigos em pele expostos nos dizem que estamos nas imediações dos curtumes. Sem saber muito bem qual a direção a seguir, inquirimos um sujeito que para lá de uma bancada rudimentar, vai cortando e dando forma a um pedaço de couro. Quase sem levantar a cabeça e como se tivesse adivinhado o que pretendíamos, o homem aponta para uma rua lateral. O que inicialmente pensámos ser um beco sem saída dava afinal acesso a uma pequena porta que nos permitiu entrar no curtume propriamente dito, composto por várias dezenas de tanques nos quais as peles são tratadas e tingidas. Sem a presença de vendedores insistentes conseguimos percorrer calmamente todo o espaço que talvez por ser sexta-feira não apresenta grandes sinais de movimentação.
Quanto a nós e com o sol a ameaçar beijar o horizonte, decidimos adiar a viagem para Tanger e pernoitar em Tétouan. De súbito as luzes acendem-se e as sombras tomam conta das ruas da Medina que sem surpresas continua a encantar o nosso olhar...
.ONDE GOSTÁMOS DE DORMIR EM TÉTOUAN
Entretanto chegamos a mais um mercado. Primeiro cruzamo-nos com meia dúzia de carpintarias e logo depois entramos num corredor ao longo do qual se alinham várias lojas onde os artigos em pele expostos nos dizem que estamos nas imediações dos curtumes. Sem saber muito bem qual a direção a seguir, inquirimos um sujeito que para lá de uma bancada rudimentar, vai cortando e dando forma a um pedaço de couro. Quase sem levantar a cabeça e como se tivesse adivinhado o que pretendíamos, o homem aponta para uma rua lateral. O que inicialmente pensámos ser um beco sem saída dava afinal acesso a uma pequena porta que nos permitiu entrar no curtume propriamente dito, composto por várias dezenas de tanques nos quais as peles são tratadas e tingidas. Sem a presença de vendedores insistentes conseguimos percorrer calmamente todo o espaço que talvez por ser sexta-feira não apresenta grandes sinais de movimentação.
Quanto a nós e com o sol a ameaçar beijar o horizonte, decidimos adiar a viagem para Tanger e pernoitar em Tétouan. De súbito as luzes acendem-se e as sombras tomam conta das ruas da Medina que sem surpresas continua a encantar o nosso olhar...
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
.ONDE GOSTÁMOS DE DORMIR EM TÉTOUAN
Foi em Tétouan que entrámos na reta final desta viagem e depois das diversas experiências fantásticas que antecederam a chegada a esta cidade e de quase uma dezena de noites a dormir neste tipo de alojamento, estávamos convencidos que nada mais nos poderia surpreender. Ainda assim queríamos que a nossa última noite no país fosse especial e empenhámo-nos em encontrar um alojamento que, sem rebentar com o orçamento, nos proporcionasse uma despedida ao nível do que havia sido esta viagem.
As imagens que tínhamos visto do Riad Dalia diziam-nos que este local seria muito provavelmente capaz de satisfazer as nossas pretensões, mas a verdade é que nunca imaginámos que as expectativas fossem suplantadas de uma forma tão óbvia. Este bonito Riad parece transportar a alma da cidade para o seu interior, especialmente o ambiente de certa forma rústico que ainda se vive nas ruas da Medina.
.A CRÓNICA COMPLETA SOBRE A NOSSA ESTADIA NO RIAD DALIA PODE SER LIDA AQUI.
.COMO CHEGAR A TÉTOUAN:
A opção mais viável é, na nossa opinião, apanhar um voo desde Lisboa tendo como destino a cidade de Tanger. Uma vez aí existem diversas opções para chegar a esta bonita cidade. Se procura alguma liberdade de movimentos e caso se sinta à vontade, sugerimos que alugue uma viatura, conseguindo desta forma chegar a Tétouan em pouco mais de uma hora. Poderá também optar por fazer este trajeto (cerca de duas horas) usando o autocarro, que ainda que seja um pouco mais demorado e obrigue a uma certa flexibilidade em termos de horários não deixa de ser uma ótima opção, uma vez que é bastante confortável e relativamente mais em conta.
Pode igualmente usar os meios de transporte acima indicados no caso de se encontrar a viajar pelo país, podendo optar também pelo uso dos típicos grand táxi. Utilizámos por diversas vezes este táxis partilhados durante a nossa passagem por Marrocos e que além de extremamente baratos proporcionam uma experiência para mais tarde recordar.
.A CRÓNICA COMPLETA SOBRE A NOSSA ESTADIA NO RIAD DALIA PODE SER LIDA AQUI.
.COMO CHEGAR A TÉTOUAN:
A opção mais viável é, na nossa opinião, apanhar um voo desde Lisboa tendo como destino a cidade de Tanger. Uma vez aí existem diversas opções para chegar a esta bonita cidade. Se procura alguma liberdade de movimentos e caso se sinta à vontade, sugerimos que alugue uma viatura, conseguindo desta forma chegar a Tétouan em pouco mais de uma hora. Poderá também optar por fazer este trajeto (cerca de duas horas) usando o autocarro, que ainda que seja um pouco mais demorado e obrigue a uma certa flexibilidade em termos de horários não deixa de ser uma ótima opção, uma vez que é bastante confortável e relativamente mais em conta.
Pode igualmente usar os meios de transporte acima indicados no caso de se encontrar a viajar pelo país, podendo optar também pelo uso dos típicos grand táxi. Utilizámos por diversas vezes este táxis partilhados durante a nossa passagem por Marrocos e que além de extremamente baratos proporcionam uma experiência para mais tarde recordar.
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