A jornada inicia-se ainda com a penumbra da madrugada a envolver completamente as paisagens rurais que cercam a pequena aldeia de Moni. Ao volante da "nossa" scooter cruzamos as ruas desertas de uma espécie de mundo de sombras que para já se mantém imerso num sono tão profundo quanto silencioso.
Sempre a subir, a estrada vai serpenteando por entre vastas áreas de campos agrícolas onde o vento fresco da manhã circula agora com mais à vontade, massajando-nos o rosto que de forma teimosa revela alguma dificuldade em despertar. Esforçamo-nos para nos mantermos focados no caminho mas o olhar teima em esgueirar-se para o horizonte onde se desenham os contornos de diversas montanhas que, contra o céu pintado de azul intenso, vão ganhando imponência à medida que delas nos aproximamos.
O trajeto vai sendo realizado sem pressas, num misto de excitação e cautela até porque a pouca luz não nos permite antecipar de forma clara as irregularidades da estrada e cada curva traz com ela uma incómoda sensação de incerteza.
Sem contratempos de maior alcançamos a entrada do parque que, para nosso espanto, não regista grande movimentação. Estacionamos a mota e depois de pagar o direito de acesso ao trilho damos início à subida. A vegetação acompanha-nos durante uma boa parte do caminho que vai ficando cada vez mais nítido à medida que a luz do sol rompe as copas das árvores.
No topo o espetáculo revela-se ainda mais sublime. Diante nós, as crateras do Kelimutu exibem os seus lagos de cores fortes que, na falta do devido conhecimento científico, parecem ser o resultado de algo sobrenatural que desafia toda e qualquer lógica. Ainda que nos desagrade o ruído causado por outros visitantes tentamos abstrair-nos do que nos rodeia, guardando em nós só a estranha beleza daquela paisagem vulcânica.
Afastamo-nos para um ponto mais resguardado no qual, com a devida atenção, podemos finalmente contemplar a inegável beleza do local que temos diante nós. Ao espalhar-se, a luz solar acaba por acentuar os contornos da paisagem que de forma progressiva vai adquirindo uma dimensão difícil de descrever. A partir deste momento o Kelimutu revela-se ainda mais incrível. As tonalidades azuis dos dois lagos principais mostram agora um contraste quase hipnótico que nos leva a prolongar aquele momento de contemplação por mais alguns instantes.
Alcançamos por fim uma espécie de varandim debruçado sobre o imponente monstro adormecido, no qual realizamos uma derradeira pausa de contemplação antes de iniciarmos o caminho de volta ao local onde deixámos a mota. Tirando partido daquela posição mais elevada fazem-se mais alguns fotos na esperança que consigam exprimir um pouco da beleza deste que será porventura um dos mais belos locais da ilha das Flores.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
.ONDE DORMIMOS EM MONI:
Devido à sua localização privilegiada, a pequena aldeia de Moni foi foi o local que escolhemos para pernoitar. Durante a nossa estadia ficámos alojados num hotel simples mas extremamente bem arranjado que acabou por satisfazer as nossas necessidades. O quarto era espaçoso e equipado com casa de banho privativa assim como com acesso a um terraço comum de onde se conseguem vistas privilegiadas para as paisagens rurais da região. A localização do Bintang Bungalws Tour & Travel também é ótima uma vez que se encontra no centro da aldeia, a dois passos de alguns restaurantes e pequenas lojas. Um aspeto que eventualmente pode desagradar a algumas pessoas é o facto da casa de banho não possuir água quente.
.COMO NOS DESLOCÁMOS DESDE MONI ATÉ À CRATERA DO VULCÃO KELIMUTU:
Ainda que pudéssemos ter recorrido a outro meio de transporte, alugar uma scooter foi a opção que escolhemos para realizar o trajeto entre a aldeia de Moni e a área que permite o acesso à cratera do vulcão Kelimuto. Se tal como nós o visitante também escolher deslocar-se desta forma é importante ter em conta que deverá sentir-se minimamente à vontade sobre duas rodas uma vez que para além de em alguns trechos se encontrarem em mau estado, as estradas são também as estradas são sinuosas.
Se pretender algo mais cómodo então poderá usar os serviços de um táxi ou das sempre úteis aplicações digitais GRAB/GOJEK. Pergunte no seu alojamento se conhecem alguém de confiança e que esteja disponível para realizar este serviço.
.COMO CHEGÁMOS A MONI:
Chegámos a Moni vindos de Bajawa, usando a companhia Gunung Mas que (segundo percebemos) opera esta rota diversas vezes por dia. O trajeto teve uma duração de aproximadamente 5 horas, com a tarifa para este serviço a ser de 250.000 IND/passageiro.
Chegámos a Moni vindos de Bajawa, usando a companhia Gunung Mas que (segundo percebemos) opera esta rota diversas vezes por dia. O trajeto teve uma duração de aproximadamente 5 horas, com a tarifa para este serviço a ser de 250.000 IND/passageiro.
.COMO ACEDER À INTERNET NA ILHA DAS FLORES E EM TODO O TERRITÓRIO INDONÉSIO:
Se for daquelas pessoas que não faz questão de estar ligado à internet em permanência, então a rede wifi do alojamento assim como dos bares, cafés e restaurantes que frequentar durante a sua estadia será certamente suficiente para as suas necessidades. No entanto, se fizer questão de se manter conectado ao mundo digital de forma frequente poderá fazer como nós e adquirir um prático e funcional eSim. Durante a nossa viagem pelo Sudeste Asiático usámos a Operadora Saily que mostrou estar sempre à altura das nossa exigências, mesmo em algumas regiões mais remotas. Se optar por esta solução utilize os nossos códigos (PAULAE8084 & JOAOEN5015) e consiga 5 USD de desconto na sua primeira compra.
.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR A ILHA DAS FLORES:
A melhor altura do ano para visitar não só o vulcão Kelimutu mas também praticamente todo o território indonésio é entre os meses de Junho e Setembro, altura em que os dias são maioritariamente solarengos e a probabilidade de ocorrência de chuva é relativamente menor. Na Indonésia existem duas estações distintas: a estação das chuvas que ocorre entre Outubro e Abril e a estação seca que acontece entre Junho e Setembro.
Tendo em conta que a ilha das Flores se localizada numa região subtropical não é de excluir que, de forma ocasional, possam ocorrer perturbações climáticas que contrariem os padrões meteorológicos normais.
.PARA SABER QUAL É A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR, NÃO SÓ, AS DIVERSAS REGIÕES DA INDONÉSIA MAS TAMBÉM OS RESTANTES PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO CLIQUE AQUI.
.VISTO E FORMALIDADES FRONTEIRIÇAS PARA A INDONÉSIA:
Para qualquer viagem de cariz turístico, os cidadãos portugueses não necessitam de visto para estadias inferiores a 30 dias. À sua chegada à Indonésia o visitante deverá estar munido de um passaporte com validade de pelo menos seis meses no qual, depois de pagar uma taxa Rp 500.000, será carimbada a devida autorização de entrada no país. Se tal como nós pretender permanecer por um período entre 30 e 60 dias deverá deslocar-se ao consulado da Indonésia ou realizar todo o processo através deste SITE. Este visto poderá ser prolongado duas vezes (por 30 dias cada) até um período máximo de 120 dias.
Quer a chegada ao país aconteça por via aérea, terrestre ou marítima os visitantes deverão preencher o HEALTH PASS. Este registo deverá ser realizado previamente, indicando (para além dos dados pessoais) as datas de entrada e saída, assim como algumas informações relativas à saude do passageiro. Há também a necessidade de completar on-line uma DECLARAÇÃO ELETRÓNICA DE ALFÂNDEGA. Ambos os processos deverão ser realizados nas 48 horas que antecedem a sua chegada ao país, com o visitante a receber posteriormente um QR Code que deverá ser apresentado no ponto de entrada na Indonésia.
.CUIDADOS DE SAÚDE:
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do início da viagem.
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do início da viagem.
- OUTROS ARTIGOS SOBRE A INDONÉSIA (ILHAS DE KOMODO E FLORES):
- Wae Redo - Visitar a aldeia pedida no interior das florestas da ilha das flores
- Aldeias de Bajawa - Visitar o último reduto da comunidade Ngada
- Ilha de Komodo - Visitar o lar dos dragões gigantes da Indonésia
- OUTROS ARTIGOS SOBRE A INDONÉSIA (ILHA DE JAVA):
- Visitar Jakarta - Um dia na imensa capital da Indonésia
- Visitar o Templo de Borobudur - Guia completo
- Visitar o Templo de Prambanan - Guia completo
- Mount Bromo - Visitar um dos vulcões ativos da Indonésia
- Cratera de Ijen - Como chegar e visitar de forma independente
- OUTROS ARTIGOS SOBRE A INDONÉSIA (ILHAS DE BALI E LOMBOK):
- Visitar Bali e as Ilhas Gili - Roteiro Completo para 15 dias
- Visitar a Ilha Gili Tawangan - Roteiro completo
- Visitar a Ilha Gili Air - Roteiro completo
- Visitar a Ilha Gili Meno - Roteiro completo
- Ubud - Roteiro para uma estadia inesquecível
- Sul de Bali - À descoberta das praias da Península de Bukit
- Norte de Bali - A beleza da ilha dos deuses para lá das praias do sul
- Visitar Nusa Penida - Roteiro completo para 3 dias incríveis
- Nusa Lembongan e Nusa Ceningan - Descobrimos o paraíso ao largo de Bali
- Monte Rinjani - Subir ao grande vulcão da ilha de Lombok
- Kuta - À descoberta das mais belas praias do sul de Lombok
Sem comentários:
Enviar um comentário