sábado, 28 de março de 2015

TÓQUIO - TSUKIJI FISH MARKET, MINATO E SHINJUKU


À semelhança do dia anterior, voltei a acordar cedo. Hoje o objectivo é visitar o famoso mercado de peixe de Tsukiji.
Quando deixei o hotel por volta das sete da manhã a desilusão não podia ser maior, o frio continuava e para piorar as coisas, chovia bastante!
Passei numa das muitas lojas de conveniência que existem por toda a cidade para comprar um pacote de bolachas e aproveitei para tomar o pequeno almoço.
Depois de comer uma sandwish e beber um café, segui em direção à estação de metro de Akihabara.

Assim que cheguei, dirigi-me ás máquinas automáticas e adquiri o bilhete de um dia para o metro de Tokyo, bilhete esse que se viria a revelar uma grande ajuda nas deslocações que pretendia realizar no dia de hoje.
Tokyo é uma cidade gigantesca mas incrivelmente bem servida no que diz respeito a transportes públicos, principalmente o metro que chega praticamente a todos os cantos da capital do Japão.
Paguei 600 JPY pelo Tokyo Metro One Day Open Ticket que me dava acesso a todas as linhas da companhia Metro de Tokyo.
Existem outros tickets com opções mais alargadas e acesso a outras linhas, mas todos eles com um custo mais elevado. Como se viria a comprovar esta minha escolha foi a mais acertada.


Como era hora de ponta tive de me espremer um pouco para entrar na carruagem.
Vinte minutos depois chegava à estação que "serve" o mercado de Tsukiji.
Para os visitantes as portas do mercado abrem somente ás nove da manhã, se bem que há a hipótese de assistir aos leilões de peças de atum que se realizam entre as 05:00 e as 7:00 am. Neste caso é preciso ter a sorte de conseguir um dos 120 bilhetes postos à disposição. Ainda era cedo e para me abrigar da chuva resolvi ir visitar o enorme templo budista que fica situado logo à saída do metro.
Sem grandes detalhes na decoração, onde claramente faltam os apontamentos dourados típicos, o Tsukiji Hongan-ji tem um aspecto exterior bastante diferente daquele que estamos habituados a ver nos templos budistas.

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A simplicidade exterior estende-se ao interior que é composto por um grande espaço amplo, preenchido por centenas de cadeiras orientadas na direção do altar, este sim, decorado com tons dourados e no qual se destacam várias imagens de Buda. Mais uma vez fiquei claramente com a sensação de que este era um templo diferente dos demais.
Infelizmente não me foi permitido fotografar o interior.


Quando cheguei à zona do Tsukijo Fish Market deviam ser talvez umas 8:45 e para fazer tempo percorri a área circundante onde se situa o chamado mercado exterior, composto por inúmeras bancas nas quais se vende um pouco de tudo. À medida que ia caminhando ia também parando aqui e ali, falando com as pessoas que por sinal eram bastante simpáticas e que me foram dando a provar os mais variados tipos de especialidades típicas.
Degustei lulas secas, sementes de soja torradas (que são deliciosas), alguns doces, chá e frutas. Foi quase um segundo pequeno almoço!



Ás nove em ponto os portões do mercado abrem-se e a romaria tem início. Até ao momento este foi o local onde me tinha cruzado com mais turistas o que confirma a ideia de ser um dos pontos mais visitados da cidade.
Convém referir que na totalidade o mercado ocupa uma área de aproximadamente 230,836m2 o que faz dele o maior deste gênero em todo o mundo. Diariamente são aqui transacionadas cerca de 2000 toneladas de peixe.
Lá dentro é um mundo e facilmente nos perdemos no meio dos muitos corredores preenchidos por milhares de bancas nas quais estão expostos os mais variados tipos de peixe.

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Gostei bastante de aqui andar, principalmente pelo ambiente que envolve todo o espaço, mas achei um pouco cruel e pouco digna a maneira como os peixes são mortos. Talvez seja sempre assim e provavelmente acontece o mesmo com todo o tipo de mercados de venda de animais, mas assistir a tudo aquilo ao vivo e a cores acabou por mexer comigo.
Uma das regras impostas aos visitantes é o respeito pelos trabalhadores do mercado e como tal, tentei andar sempre com cuidado para não atrapalhar os vendedores que transportam os carrinhos carregados de peixe e se mantêm em constante movimento. 


Tinha pensado almoçar num dos vários restaurantes existentes no exterior do mercado, mas quando resolvi que a visita estava concluída o relógio ainda só marcava 11:30 e não me apetecia mesmo comer a esta hora. Além disso os preços praticados eram estupidamente elevados.
Resolvi então gastar 250 JPY num delicioso café que bebi numa pequena banca pertencente a uma simpática e jovial senhora que ia servindo todos os seus clientes com o sorriso mais genuíno que encontrei em toda a minha viagem pelo Japão.

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Ainda que não tenha sido convidada a chuva teimava em fazer-me companhia. 
Tentei que o mau tempo não condicionasse o meu roteiro e voltei a apanhar o metro e dei um "saltinho" até ao distrito de Minato, onde fica situada a icónica Tokyo Tower.
Depois da Tokyo Sky Tree, que visitei no dia anterior, esta estrutura é a segunda mais alta da cidade, com uma altura total de 333 metros.
Existem dois níveis onde estão instalados os respetivos deck's de observação, o primeiro encontra-se a 150 metros (main observatory) e o segundo (special observatory) a 250 metros de altura. Como já tinha subido à Tokyo Sky Tree  achei que não valia a pena gastar mais dinheiro.

Limitei-me a passear pela área ao redor e acabei por descobrir e entrar num bonito templo ali existente.
O Zojoji Temple fica situado a uma curta distância da torre e é mais um dos muitos santuários budistas que visitei durante estes dias, este em particular é considerado um dos mais bonitos. 




Apesar da chuva ainda andei por ali um bom bocado e sem grandes pressas percorri o complexo que é composto por diversos pavilhões de onde se destaca o Main Hall também chamado Daiden ou Hondo, onde tive o privilégio de assistir a um ritual de oração bastante interessante.


Quando me dirigia para o metro passei por um restaurante onde comi uma tigela daquele que será muito provavelmente um dos pratos mais típicos do país.
O Ramen consiste numa espécie de sopa de noodlles com molho de soja, rebentos de bambu, algas, cebola, um ovo cozinho e neste caso lombo de porco cozido.
Até ao momento a cozinha japonesa estava a surpreender e agora percebia claramente o que me haviam dito: "olha que a comida Japonesa é muito mais que sushi".

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Segui o meu caminho e a próxima paragem foi o Meiji Jingu Shrine que está entre os mais bonitos santuários da cidade. Este local de origem shinto data de 1920 e segundo soube é aqui que se encontram guardadas as cinzas do imperador Meiji.
Pela primeira vez a meteorologia resolveu dar tréguas e consegui visitar todo o espaço sem ter de andar constantemente a abrigar-me da chuva.





Andei por ali um bom bocado e como o santuário está inserido no Yoyogi Park (outro dos grandes espaços verdes da cidade) resolvi passear um pouco na esperança de encontrar algumas das famosas Harajuku Girls que se reúnem aqui (principalmente aos domingos).
Não era domingo mas mesmo assim cruzei-me com algumas delas e tive o privilégio de poder falar com duas, que no seu inglês bastante rudimentar, lá me explicaram o porquê de se de vestirem de forma peculiar.
Segundo percebi, ser uma Harajuku girl é um estilo de vida, uma forma de afirmarem a sua personalidade, e ainda que muitas vezes sejam confundidas com punks fizeram questão de me informar que se auto-proclamam góticas.



O dia aproximava-se rapidamente do fim e ainda tinha um local que pretendia visitar. O único problema que agora enfrentava era o facto de estar a anoitecer mais rápido do que seria de esperar. Aprecei-me o mais que pude, voltei a apanhar o metro, e assim que saí na estação de Shinjuku (a maior estação ferroviária do mundo) fui abraçado por uma autêntica selva de betão. Esta área é famosa pelas dezenas de arranha céus, de entre eles aquele que iria visitar seguidamente. 

O imponente Tokyo Metropolitan Government Building com as suas duas torres de 243 metros ,era o local para onde me dirigia. 
Uma vez que é gratuito o objectivo era subir a um dos decks de observação situados um em cada torre. 
Cheguei sem dificuldades de maior e ainda antes de anoitecer. 
Por se tratar de um edifício governamental pensei que os procedimentos de segurança para a visita fossem bastante mais exigentes e burocráticos, mas a verdade é que àquela hora havia poucos visitantes e só precisei de passar por um simples detector de metais.
Ambos os decks de observação ficam situados no 45° andar, a uma altura de aproximadamente 200 metros, de onde já é possível ter uma vista fantástica de grande parte da cidade. Segundo dizem, em certas alturas e com bom tempo, é possível avistar o mítico Mount Fuji. Infelizmente hoje não era um desses dias e limitei-me a ver a noite cair sobre esta gigantesca cidade que aos poucos e com as iluminações a tomarem conta dela, ia ganhando uma vida nova.
Para os interessados posso desde já informar que a torre sul encerra as 17:30 e a norte 23:00.





Quando desci já era noite cerrada e antes de regressar ao hotel não resisti e dei um "saltinho" à área que circunda a estação de 
Shinjuku que tal como Akihabara é rica, não só, em lojas de artigos eletrónicos como também em luzes coloridas.



Este foi o culminar de mais um dia espetacular na capital Japonesa.
Antes de voltar à minha ca1psula comi uma generosa tigela de nooddles no restaurante do costume.


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    **** Os preços e horários apresentados são referentes ao período da nossa passagem (Março de 2015) e obviamente estão sujeitos a alterações.

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