Antes de seguir para Teerão não posso deixar de visitar esta pequena aldeia com mais de 1500 anos, situada numa área montanhosa a sul de Kashan.
Ás nove horas, como combinado, encontro-me com o taxista que me pergunta se não me importo de partilhar o táxi com um casal de Suíços.
Não me oponho desde que os vinte euros que havíamos combinado sejam divididos pelos três, e além disso até é melhor ter mais alguém com quem conversar.
O "driver" faz um telefonema e logo depois arrancamos na direção de um hotel ali perto, onde, ao que parece, iremos recolher os novos passageiros.
O Thomas e a Rachel juntam-se a nós e contrariamente ás expectativas iniciais constato que são pessoas de poucas palavras. Afinal, ter companhia pouco alterou a viagem.
Vou tentando quebrar aquele gelo com algumas perguntas de circunstância mas as respostas saem quase sempre de forma forçada. Desisto e vou falando com o taxista que esse sim, parece não poupar no discurso.
O tempo foi piorando à medida que nos aproximávamos do nosso destino e lá fora percebe-se que a temperatura baixou e o céu carregado de nuvens cinzentas diz-me que pode começar a chover a qualquer momento.
Depois de muitas curvas, subidas e descidas feitas a uma velocidade pouco aconselhável para o tipo de estrada que percorremos, tenho o primeiro vislumbre de Abyaneh. Do outro lado do vale lá está aquela pequena aldeia de casas de adobe, pintadas em tons vermelho, que mais parecem equilibrar-se na vertente da montanha.
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O carro encosta na berma e somos de imediato abordados por um homem que solta umas palavras em farsi. O driver apressa-se a explicar que temos de pagar uma taxa de 50.000 IR para entrar na aldeia.
-"Desde quando é que é preciso pagar bilhete para visitar uma aldeia? " - reclamo mas como seria de esperar... de nada me serve.
Este é daqueles momentos em que nos sentimos impotentes perante o avanço descontrolado do turismo.
Se estivesse sozinho talvez tivesse ficado ali por mais uns minutos a argumentar, mas como tenho a companhia de outras pessoas que por sinal não se importaram muito com a situação, rendo-me ás evidências, até porque não tenho o direito de os atrasar.
Ainda assim penso que o driver percebeu a minha indignação, pois naqueles poucos metros que percorremos até chegarmos, explicou-me que a taxa de entrada é cobrada desde o início do ano e que outros "clientes" já tinham também reclamado, embora o resultado acabe por ser sempre o mesmo.
O carro estaciona perto do que parece ser uma praça e combinamos que será neste mesmo local que nos voltamos a encontrar dentro de uma hora e meia.
À medida que vou caminhando reparo na fraca presença de pessoas, talvez por ainda ser cedo e a chuva miudinha que vai caindo provavelmente também não ajuda. Tenho curiosidade em ver as mulheres que aqui se vestem com trajes de padrões coloridos e enquanto caminho tento que o meu olhar se cruze com uma destas senhoras.
Como o taxista me deixou numa das zonas mais altas da aldeia, o meu trajeto é sempre realizado no sentido descendente, levando-me ao longo daquela que penso ser a rua principal e onde algumas lojas de souvenirs começam agora a abrir as portas.
Os habitantes locais que comigo se vão cruzando são maioritariamente pessoas com uma certa idade, talvez porque a grande fatia da população juvenil partiu em direção aos grandes centros urbanos.
Uns metros mais à frente avisto a primeira mulher trajada a rigor. Reconheço imediatamente o lenço que traz na cabeça e que tantas vezes vi durante as pesquisas que fiz na internet. Passo por ela, e com um olhar terno aquela senhora sentada num pequeno banco de madeira, cumprimenta-me e tenta vender-me um saquinho de pevides.
O carro encosta na berma e somos de imediato abordados por um homem que solta umas palavras em farsi. O driver apressa-se a explicar que temos de pagar uma taxa de 50.000 IR para entrar na aldeia.
-"Desde quando é que é preciso pagar bilhete para visitar uma aldeia? " - reclamo mas como seria de esperar... de nada me serve.
Este é daqueles momentos em que nos sentimos impotentes perante o avanço descontrolado do turismo.
Se estivesse sozinho talvez tivesse ficado ali por mais uns minutos a argumentar, mas como tenho a companhia de outras pessoas que por sinal não se importaram muito com a situação, rendo-me ás evidências, até porque não tenho o direito de os atrasar.
Ainda assim penso que o driver percebeu a minha indignação, pois naqueles poucos metros que percorremos até chegarmos, explicou-me que a taxa de entrada é cobrada desde o início do ano e que outros "clientes" já tinham também reclamado, embora o resultado acabe por ser sempre o mesmo.
O carro estaciona perto do que parece ser uma praça e combinamos que será neste mesmo local que nos voltamos a encontrar dentro de uma hora e meia.
À medida que vou caminhando reparo na fraca presença de pessoas, talvez por ainda ser cedo e a chuva miudinha que vai caindo provavelmente também não ajuda. Tenho curiosidade em ver as mulheres que aqui se vestem com trajes de padrões coloridos e enquanto caminho tento que o meu olhar se cruze com uma destas senhoras.
Como o taxista me deixou numa das zonas mais altas da aldeia, o meu trajeto é sempre realizado no sentido descendente, levando-me ao longo daquela que penso ser a rua principal e onde algumas lojas de souvenirs começam agora a abrir as portas.
Os habitantes locais que comigo se vão cruzando são maioritariamente pessoas com uma certa idade, talvez porque a grande fatia da população juvenil partiu em direção aos grandes centros urbanos.
Uns metros mais à frente avisto a primeira mulher trajada a rigor. Reconheço imediatamente o lenço que traz na cabeça e que tantas vezes vi durante as pesquisas que fiz na internet. Passo por ela, e com um olhar terno aquela senhora sentada num pequeno banco de madeira, cumprimenta-me e tenta vender-me um saquinho de pevides.
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Abandono a rua principal e aventuro-me por alguns dos recantos mais interiores, onde a presença de pessoas será certamente menor e nas quais o silêncio se faz ouvir com mais intensidade. De imediato apercebo-me que muitas das casas estão desabitadas, ainda que na sua maioria se encontrem bem conservadas. Se assim for, é bom sinal. Pelo menos utilizam o dinheiro do bilhete que os turistas pagam para preservar as infra-estruturas.
Foi já perto da hora de almoço que regressei a Kashan. Nessa tarde apanhei um táxi até ao terminal rodoviário e pouco depois um autocarro para Teerão. Nove dias depois voltava ao ponto de partida.
Abandono a rua principal e aventuro-me por alguns dos recantos mais interiores, onde a presença de pessoas será certamente menor e nas quais o silêncio se faz ouvir com mais intensidade. De imediato apercebo-me que muitas das casas estão desabitadas, ainda que na sua maioria se encontrem bem conservadas. Se assim for, é bom sinal. Pelo menos utilizam o dinheiro do bilhete que os turistas pagam para preservar as infra-estruturas.
Foi já perto da hora de almoço que regressei a Kashan. Nessa tarde apanhei um táxi até ao terminal rodoviário e pouco depois um autocarro para Teerão. Nove dias depois voltava ao ponto de partida.
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