segunda-feira, 25 de maio de 2015

VISITAR HIROSHIMA E A ILHA DE MIYANJIMA


Penúltimo dia desta incrível aventura pelo Japão!
Por mais que tentasse não pensar nisso a verdade é que embora não o quisesse admitir esse pensamento não me saía da cabeça. Queria aproveitar cada minuto, cada segundo, queria conhecer e visitar o mais que pudesse.
Como habitualmente tinha feito desde que me encontrava em Quioto, o dia começou bem cedo e após o pequeno almoço tomado na loja de conveniência do costume percorri a curta distância que me separava da estação de comboios.

A primeira paragem de hoje seria a cidade de Hiroshima situada a 360 quilómetros de distância. Mais uma vez dei uso ao Japan Rail Pass que não me canso de elogiar e que sem dúvida foi das melhores compras que fiz para esta minha viagem.



Duas horas mais tarde já me encontrava no local onde foi escrita uma das páginas mais negras da história do país. Foi sobre Hiroshima que, no dia 6 de agosto de 1945, foi lançada pelos norte americanos a primeira bomba atómica (a segunda foi lançada dois dias depois sobre Nagasaki) que destruiu por completo toda a cidade assim como tudo o que existia num raio de várias dezenas de quilómetros.
Milhares de pessoas morreram durante a explosão e muitas outras viriam a sucumbir nos anos seguintes devido aos efeitos secundários gerados pela radiação libertada.
Como seria de esperar a maioria dos pontos de interesse na cidade de Hiroshima estão de alguma forma ligados com este acontecimento. 

No exterior da estação ferroviária apanhei o elétrico número 2 que em menos de quinze minutos me levou até à área do Memorial Park, local onde foi erguido um memorial que relembra o triste acontecimento.


A paragem de saída (Genbaku Dome-mae) é facilmente identificável pois podemos ver o famoso Dome do outro lado da estrada (lado esquerdo). 
Assim que desci do elétrico detive-me por breves momentos a olhar para aquele edifício que foi propositadamente deixado no estado em que ficou depois da explosão, para que aquele fatídico dia seja para sempre recordado.
Depois de algumas fotos caminhei em direção ao Hiroshima Peace Memorial Museum.

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O preço do ingresso é surpreendentemente barato e uma vez no interior, os visitantes são confrontados com a cruel realidade dos factos, alguns deles de violência tão cruel que em alguns casos poderão chocar os mais sensíveis.
O museu está muito bem organizado e com as fotos, vídeos e objetos expostos, facilmente conseguimos imaginar como terão sido os momentos de pânico e sofrimento vividos pelo povo de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945.





Terminada a visita ao museu e como o tempo estava ótimo resolvi percorrer o parque e um pouco ao acaso fui parando nos vários memoriais que aqui foram erguidos.

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Permaneci em Hiroshima até perto do final da manhã, tendo como objetivo seguinte conhecer a ilha de Miyanjima que segundo tinha lido é o local onde se encontra um dos mais bonitos santuários do país.
Para lá chegar tinha duas alternativas: ou voltava a apanhar na mesma paragem o elétrico numero dois, mas desta feita em direção ao porto ou então apanhava o mesmo elétrico numero dois mas no sentido contrário e voltava à estação ferroviária onde seguiria no comboio regional até ao porto.
Optei pela segunda hipótese, porque tinha lido que apesar de ambas levarem praticamente o mesmo tempo esta seria a opção mais confortável.

Chegado ao porto, e uma vez que existem duas companhias de ferry's, é importante fazer atenção e apanhar o barco pertencente à JR pois neste é permitido utilizar o Japan Rail Pass.


A travessia não leva mais de dez minutos e como o tempo estava ótimo acabou por ser um passeio bastante agradável.
Pouco depois de deixarmos o porto começamos a ver lá ao fundo o Torii Flutuante que é a principal imagem desta pequena ilha e que como seria de esperar não só captou a minha atenção durante a travessia mas também no momento em que desembarquei. À chegada ainda ali fiquei um bom bocado a observar e a fotografar aquele portal de cor laranja que tal como o nome indica parece flutuar nas águas calmas da baía.


Outra das coisas que me surpreendeu foram os veados que tal como na cidade de Nara são donos e senhores daquele território.



Caminhei por alguns minutos à beira mar até que cheguei ao lindíssimo Itsukushima Shrine, construído sobre a água e que é o mais importante santuário da ilha de Hiyanjima. Depois de pagar o devido ingresso, acedi ao interior do complexo que se destaca da paisagem envolvente devido à sua cor laranja. Este é um dos locais mais visitados da ilha e como consequência cruzei-me com várias dezenas de outros turistas. Tal como havia acontecido em Tóquio também aqui tive o privilégio de assistir a uma cerimónia de casamento tradicional.






Andei por ali talvez uma hora, tentando explorar cada recanto daquele bonito santuário. Visitei as diversas salas, pátios e varandas que se debruçam literalmente sobre o mar. 
Outro dos locais que não podia deixar de conhecer era o Templo Daishō-in situado na base do Monte Misen.
Para lá chegar tive de caminhar um pouco e depois de aceder ao espaço ainda fui confrontado com alguns lanços de escadas ladeados por uns cilindros metálicos que podem ser girados à medida que fazemos a ascensão. Segundo entendi, este gesto faz parte de um ritual budista.


O templo é na realidade composto por diversos pavilhões e como já fica um pouco longe do centro da ilha não tem tantos visitantes como o Itsukushima Shrine, acabando por ser um local onde podemos caminhar calmamente e absorver o ambiente de tranquilidade que por aqui impera.
O edifício principal ou pelo menos aquele que mais me impressionou é uma pequena estrutura de madeira que no seu interior tem expostas diversas estátuas de pedra, mas o que realmente salta à vista são as muitas lanternas suspensas no tecto que iluminam todo o espaço.
Para quem dispuser de mais tempo é possível continuar a subida até ao topo da montanha. Eu como ainda tinha que regressar a Kyoto, optei por não o fazer, mas para os interessados posso dar a informação que existem vários hotéis na ilha e 
até não é má ideia passar pelo temos uma noite neste local. 



Com mais este local visitado, fiz o caminho no sentido descendente e ainda passei por um ou outro templo de onde destaco o Senjō-kako que é nada mais nada menos que um imenso edifício de madeira datado de 1587 suportado por gigantescos pilares cilíndricos.
Mesmo ao lado ergue-se uma bonita Pagoda de cinco níveis.

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Enquanto caminhava pelo meio da pequena vila onde abundam lojas, restaurante e cafés deparei-me com a maior colher de pau do mundo, que se encontra exposta a poucos metros do porto.
A minha passagem por Miyanjima estava praticamente concluída e c
omo ainda tinha algum tempo até à hora do próximo ferry que me levaria de volta à estação de comboios de Miyanjima-guchi, sentei-me à beira mar e ali fiquei a desfrutar dos últimos momentos na ilha.



À hora marcada apanhei o ferry e mais tarde o comboio...
Num esfregar de olhos estava de regresso a Quioto. Amanhã seria o meu derradeiro dia no Japão!



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