Durante a nossa estadia em S.Miguel optámos por ficar instalados em Ponta Delgada e uma vez que alugámos um carro para nos deslocarmos, saíamos todos os dias ás primeiras horas da manhã, só regressando à base depois do sol se esconder.
Apesar desta ilha ser a maior do arquipélago não encontrámos qualquer dificuldade para nos deslocarmos, uma vez que as estradas se encontram em ótimo estado.
Hoje, no segundo dia da nossa aventura Açoreana, voltámos a acordar cedo, cheios de vontade de regressar à estrada para desbravar mais um pouco deste maravilhoso paraíso perdido no meio do Oceano Atlântico.
Ainda não eram oito da manhã e já tomávamos o delicioso pequeno almoço preparado pelo simpático senhor José que tão bem nos recebeu na Guest House Marisol.
O roteiro traçado para hoje iria levar-nos a percorrer a zona central da ilha, tendo como primeira paragem a pequena vila de Rosto de Cão.
Este local, situado no litoral, deve o seu nome ao ilhéu (que na realidade é uma península) ali existente e que os antepassados comparavam a um cão deitado com a cabeça virada para o oceano.
Ainda nesta pequena vila destacamos a praia de areia negra e na qual, numa falésia contígua, se ergue uma bonita e típica igreja.
Abandonámos Rosto de Cão, passámos sem parar em Lagoa e a certa altura virámos à esquerda para começarmos literalmente a subir em direção ás nuvens.
O nosso objectivo era agora visitar mais uma das grandes Lagoas da ilha: a Lagoa do Fogo.
Para lá chegarmos percorremos estradas que literalmente rasgam a montanha e que nos proporcionaram vistas recheadas de extrema beleza.
O tempo lá em cima não estava famoso, pois para além das muitas nuvens que envolviam toda a área ao nosso redor também a temperatura havia baixado drasticamente.
Numa altura em que já estávamos a desmoralizar, assistimos a um dos fenômenos meteorológicos mais incríveis das nossas vidas. Por diversas vezes tínhamos ouvido falar nas súbitas mudanças de tempo que acontecem no arquipélago mas só naquele instante é que percebemos o que isso realmente significava.
De repente toda aquela neblina se dissipou, desvendando a grandeza e a beleza daquela lagoa de águas azuis encravada numa antiga cratera vulcânica.
Fomos parando nos diversos miradouros existentes ao redor da Lagoa, até que chegámos a um que nos dava a possibilidade de descer até à margem do grande lago.
Bastou uma troca de olhares para percebermos que a vontade de ambos não era seguramente ficar ali parados e em menos de dois minutos já caminhávamos encosta abaixo pelo estreito trilho que segundo percebemos nos levaria até à margem da lagoa. A descida foi fácil e demorou talvez trinta minutos a realizar, com paragens sucessivas ora para apreciar a paisagem ora para tirar fotos.
Quando finalmente chegámos à base da caldeira sentimo-nos dois seres pequeninos num mundo de gigantes, uma vez que a imponência de tudo o que nos rodeava se revelou ainda mais avassaladora. Por momentos imaginámos os tempos em que aquele vulcão estaria ativo e como seria o aspecto surreal de toda aquela área que agora se encontra coberta de água.
Ainda caminhámos durante dez ou quinze minutos pelas margens da lagoa até que percebemos que era impensável percorrê-la em toda a sua extensão. Voltámos para trás e iniciámos então o caminho que nos conduziu até ao ponto de partida.
Depois desta autêntica overdose de beleza natural, arrancámos em direção a mais um dos principais cartões postais de S.Miguel. A Caldeira Velha era um dos locais que me lembrava claramente de ter visitado vinte anos antes, aquando da minha primeira passagem pela ilha.
Nessa altura o aceso ao espaço era gratuito e a estrada que nos conduzia à piscina natural era um simples e precário caminho de terra batida.
Em vinte anos muita coisa mudou. Na minha opinião para melhor.
Atualmente o acesso ao espaço é pago e as condições existentes justificam claramente o valor cobrado.
Além de terem sido construídos balneários, os acessos e as infra-estruturas foram melhoradas para proporcionar aos visitantes uma experiência claramente mais agradável mas ainda assim menos genuína. Embora se tenha perdido a originalidade do local, ganharam-se excelentes instalações para receber as centenas de turistas que aqui chegam diariamente.
Trocámos de roupa e banhámo-nos naquele tanque alimentado por uma cascata de águas quentes.
Àquela hora, não sei se por sorte ou se será sempre assim, não havia muitas pessoas e foi ótimo poder desfrutar daquele local sem grandes confusões.
Tivemos ainda oportunidade de subir ao ponto onde se encontra a nascente que alimenta a caldeira velha. As visitas a este local são efectuadas na companhia de um guia e acontecem a horas especificas, sempre com um número limitado de pessoas.
Para quem estiver interessado em realizar esta curta caminhada o melhor é informar-se previamente da disponibilidade.
Estava na altura de seguir viagem. Continuámos para norte na direção da Ribeira Grande, mas antes de chegarmos à cidade fizemos um desvio que nos conduziu ao lugar de Caldeiras (Caldeiras da Ribeira Grande).
Este pequeno aglomerado de casas, situado no meio de um vale, foi em tempos um destino de eleição onde algumas famílias abastadas da ilha passavam os meses de verão. Atualmente tudo o que resta dessa época são várias casas que ainda guardam o encanto dos tempos passados. Muitas delas estão fechadas ou mesmo abandonadas.
Num ponto mais elevado existe uma ermida datada de 1850 que também se encontrava encerrada aquando da nossa passagem e que oferece a partir do adro uma vista geral de todo o lugar.
Na zona central destacamos a presença de vários tanques onde as águas de tons azul turquesa estão em constante ebulição, proporcionando um espetáculo digno de ser visto.
Foi também neste local que decidimos almoçar. Fizemos uma espécie de pic-nic que tantas vezes se viria a repetir nos dias seguintes.
A próxima paragem do dia foi na cidade vizinha da Ribeira Grande, situada na costa norte da ilha. Este bonito centro urbano é cortado ao meio por uma ribeira que desagua no mar (daí o seu nome). Deixámos o carro estacionado um pouco distante do centro uma vez que na zona mais central o estacionamento é maioritariamente pago.
Bebemos um café à beira mar e de seguida rumámos ao chamado centro histórico onde se encontram os edifícios mais emblemáticos da cidade.
Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, a Igreja do Espirito Santo, o Teatro e a Câmara Municipal vale a pena visitar também o bonito Jardim situado em ambos os lados da Ribeira e de onde temos uma vista privilegiada sobre a Ponte dos Oitos Arcos. Este é provavelmente o local mais fotografado da cidade.
Foi já ao final da tarde que regressámos a Ponta Delgada, mas antes ainda passámos por um hipermercado onde comprámos tudo o que precisávamos para o almoço do dia seguinte.
O que teria esse almoço de tão especial?
Na próxima crónica revelamos os nossos planos...
Abandonámos Rosto de Cão, passámos sem parar em Lagoa e a certa altura virámos à esquerda para começarmos literalmente a subir em direção ás nuvens.
O nosso objectivo era agora visitar mais uma das grandes Lagoas da ilha: a Lagoa do Fogo.
Para lá chegarmos percorremos estradas que literalmente rasgam a montanha e que nos proporcionaram vistas recheadas de extrema beleza.
O tempo lá em cima não estava famoso, pois para além das muitas nuvens que envolviam toda a área ao nosso redor também a temperatura havia baixado drasticamente.
Numa altura em que já estávamos a desmoralizar, assistimos a um dos fenômenos meteorológicos mais incríveis das nossas vidas. Por diversas vezes tínhamos ouvido falar nas súbitas mudanças de tempo que acontecem no arquipélago mas só naquele instante é que percebemos o que isso realmente significava.
De repente toda aquela neblina se dissipou, desvendando a grandeza e a beleza daquela lagoa de águas azuis encravada numa antiga cratera vulcânica.
Fomos parando nos diversos miradouros existentes ao redor da Lagoa, até que chegámos a um que nos dava a possibilidade de descer até à margem do grande lago.
Bastou uma troca de olhares para percebermos que a vontade de ambos não era seguramente ficar ali parados e em menos de dois minutos já caminhávamos encosta abaixo pelo estreito trilho que segundo percebemos nos levaria até à margem da lagoa. A descida foi fácil e demorou talvez trinta minutos a realizar, com paragens sucessivas ora para apreciar a paisagem ora para tirar fotos.
Quando finalmente chegámos à base da caldeira sentimo-nos dois seres pequeninos num mundo de gigantes, uma vez que a imponência de tudo o que nos rodeava se revelou ainda mais avassaladora. Por momentos imaginámos os tempos em que aquele vulcão estaria ativo e como seria o aspecto surreal de toda aquela área que agora se encontra coberta de água.
Ainda caminhámos durante dez ou quinze minutos pelas margens da lagoa até que percebemos que era impensável percorrê-la em toda a sua extensão. Voltámos para trás e iniciámos então o caminho que nos conduziu até ao ponto de partida.
Depois desta autêntica overdose de beleza natural, arrancámos em direção a mais um dos principais cartões postais de S.Miguel. A Caldeira Velha era um dos locais que me lembrava claramente de ter visitado vinte anos antes, aquando da minha primeira passagem pela ilha.
Nessa altura o aceso ao espaço era gratuito e a estrada que nos conduzia à piscina natural era um simples e precário caminho de terra batida.
Em vinte anos muita coisa mudou. Na minha opinião para melhor.
Atualmente o acesso ao espaço é pago e as condições existentes justificam claramente o valor cobrado.
Além de terem sido construídos balneários, os acessos e as infra-estruturas foram melhoradas para proporcionar aos visitantes uma experiência claramente mais agradável mas ainda assim menos genuína. Embora se tenha perdido a originalidade do local, ganharam-se excelentes instalações para receber as centenas de turistas que aqui chegam diariamente.
Trocámos de roupa e banhámo-nos naquele tanque alimentado por uma cascata de águas quentes.
Àquela hora, não sei se por sorte ou se será sempre assim, não havia muitas pessoas e foi ótimo poder desfrutar daquele local sem grandes confusões.
Tivemos ainda oportunidade de subir ao ponto onde se encontra a nascente que alimenta a caldeira velha. As visitas a este local são efectuadas na companhia de um guia e acontecem a horas especificas, sempre com um número limitado de pessoas.
Para quem estiver interessado em realizar esta curta caminhada o melhor é informar-se previamente da disponibilidade.
Estava na altura de seguir viagem. Continuámos para norte na direção da Ribeira Grande, mas antes de chegarmos à cidade fizemos um desvio que nos conduziu ao lugar de Caldeiras (Caldeiras da Ribeira Grande).
Este pequeno aglomerado de casas, situado no meio de um vale, foi em tempos um destino de eleição onde algumas famílias abastadas da ilha passavam os meses de verão. Atualmente tudo o que resta dessa época são várias casas que ainda guardam o encanto dos tempos passados. Muitas delas estão fechadas ou mesmo abandonadas.
Num ponto mais elevado existe uma ermida datada de 1850 que também se encontrava encerrada aquando da nossa passagem e que oferece a partir do adro uma vista geral de todo o lugar.
Na zona central destacamos a presença de vários tanques onde as águas de tons azul turquesa estão em constante ebulição, proporcionando um espetáculo digno de ser visto.
Foi também neste local que decidimos almoçar. Fizemos uma espécie de pic-nic que tantas vezes se viria a repetir nos dias seguintes.
A próxima paragem do dia foi na cidade vizinha da Ribeira Grande, situada na costa norte da ilha. Este bonito centro urbano é cortado ao meio por uma ribeira que desagua no mar (daí o seu nome). Deixámos o carro estacionado um pouco distante do centro uma vez que na zona mais central o estacionamento é maioritariamente pago.
Bebemos um café à beira mar e de seguida rumámos ao chamado centro histórico onde se encontram os edifícios mais emblemáticos da cidade.
Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, a Igreja do Espirito Santo, o Teatro e a Câmara Municipal vale a pena visitar também o bonito Jardim situado em ambos os lados da Ribeira e de onde temos uma vista privilegiada sobre a Ponte dos Oitos Arcos. Este é provavelmente o local mais fotografado da cidade.
Foi já ao final da tarde que regressámos a Ponta Delgada, mas antes ainda passámos por um hipermercado onde comprámos tudo o que precisávamos para o almoço do dia seguinte.
O que teria esse almoço de tão especial?
Na próxima crónica revelamos os nossos planos...
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gostei, obrigada.Aguardo mais!
ResponderEliminarAdorei... Espero pelo resto...
ResponderEliminarPara a semana parto para S. Miguel e o vosso foto-report está a ajudar imenso! Obrigado!!!