No nosso terceiro dia em Vang Vieng acordei cedo, muito antes daquilo que tínhamos previsto. Tenho fome e sem mais alternativas petisco duas ou três bananas do cacho que comprámos ontem no mercado.
Aos poucos o sol vai nascendo e a claridade entra vergonhosamente através das cortinas entreabertas que protegem as janelas do nosso bungalow. Prevejo mais um dia espetacular!
Entretanto e quando já terminávamos a primeira refeição do dia, somos surpreendidos pelo dono do hotel que com o seu ar engraçado nos dá os bons dias, pegando imediatamente numa chávena de café que vai bebendo enquanto organiza a papelada que se encontra espalhada sobre o balcão da recepção.
De vez em quando vai falando connosco e aqui e ali deixa sair umas palavras em Português, que nos confessa ter aprendido com um amigo moçambicano que conheceu durante os anos que viveu na Rússia.
Pegamos nas mochilas e logo ali, à saída do hotel, cruzamo-nos com uma pequena loja onde por 25.000 kip alugamos duas bicicletas que já viram melhores dias. Tentamos recolher algumas informações e rapidamente nos lançamos à descoberta das ruas de Vang Vieng. O principal objectivo de hoje é visitar a famosa Blue Lagoon, que segundo o nosso mapa se situa a meia dúzia de quilómetros a norte da cidade. Assim à primeira vista parece ser uma tarefa fácil de realizar.
Mesmo sabendo que a decisão iria acrescentar umas centenas de metros ao nosso percurso, optamos por atravessar o rio Nam Song pela ponte de bamboo para evitar pagar os 2000 kip cobrados na ponte de ferro.
Nesta zona o dia parece iniciar-se sem grandes pressas. Os bares da zona ribeirinha ainda recuperam dos excessos da noite anterior e somente meia dúzia de habitantes locais parecem por agora atrever-se a cirandar por ali.
À medida que nos afastamos do centro da cidade a paisagem vai mudando e a certa altura damos connosco completamente envolvidos pela verdadeira realidade rural do Laos, num mundo que poucas transformações deve ter sofrido nas últimas décadas. Avançamos por entre campos de cultivo a perder de vista e onde aqui e acolá o gado pasta calmamente. De ambos os lados da estrada alinham-se dezenas de enormes penhascos rochosos que parecem vigiar uma ou outra pequena aldeia ali existente e onde as gentes ocupam o tempo com os seus afazeres quotidianos. À nossa passagem são as crianças que melhor demostram a felicidade causada com a nossa presença, sorrindo e cumprimentando-nos com o típico sabaidee.
A viagem acaba por demorar o dobro do que seria expectável, uma vez que somos constantemente forçados a parar para que possamos registar aquelas paisagens.
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Pequenos restaurantes e cabanas com souvenirs á beira da estrada anunciam a nossa chegada ao local pretendido. Por nós vão passando agora diversas vans que provavelmente transportam turistas que optam por realizar a visita de um forma mais prática e confortável. De facto, já se avista a entrada daquele que muito provavelmente será um dos locais mais visitados de Vang Vieng.
Depois de percorrermos os derradeiros metros, o acesso é-nos autorizado assim que adquirimos o ingresso que para nossa surpresa só custa 10.000 kip por pessoa.
As expectativas eram grandes e afinal o espaço não deslumbra. O nome Blue Lagoon tinha feito crescer no nosso imaginário a imagem de algo paradisíaco. Um daqueles locais capazes de nos fazer imediatamente ter a certeza de que aquela curta viagem tinha realmente valido a pena.
Ainda assim e porque não queríamos tirar conclusões precipitadas, entrámos quase de imediato naquela piscina natural de águas turvas parcialmente ocupada por um grupo de chineses ruidosos.
Por entre mergulhos e macacadas, ficamos naquele trecho de rio até que o corpo começa a ceder à baixa temperatura da água. Além disso já se vão fazendo horas de almoço.
Logo ali ao lado, um terreno relvado revela-se o sítio ideal para nos estendermos confortavelmente ao sol enquanto comemos as sanduíches que comprámos esta manhã.
Pequenos restaurantes e cabanas com souvenirs á beira da estrada anunciam a nossa chegada ao local pretendido. Por nós vão passando agora diversas vans que provavelmente transportam turistas que optam por realizar a visita de um forma mais prática e confortável. De facto, já se avista a entrada daquele que muito provavelmente será um dos locais mais visitados de Vang Vieng.
Depois de percorrermos os derradeiros metros, o acesso é-nos autorizado assim que adquirimos o ingresso que para nossa surpresa só custa 10.000 kip por pessoa.
As expectativas eram grandes e afinal o espaço não deslumbra. O nome Blue Lagoon tinha feito crescer no nosso imaginário a imagem de algo paradisíaco. Um daqueles locais capazes de nos fazer imediatamente ter a certeza de que aquela curta viagem tinha realmente valido a pena.
Ainda assim e porque não queríamos tirar conclusões precipitadas, entrámos quase de imediato naquela piscina natural de águas turvas parcialmente ocupada por um grupo de chineses ruidosos.
Por entre mergulhos e macacadas, ficamos naquele trecho de rio até que o corpo começa a ceder à baixa temperatura da água. Além disso já se vão fazendo horas de almoço.
Logo ali ao lado, um terreno relvado revela-se o sítio ideal para nos estendermos confortavelmente ao sol enquanto comemos as sanduíches que comprámos esta manhã.
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A um canto, meio escondida por entre a vegetação, reparamos numa placa com a indicação: Tham Phu Cave.
Havíamos lido algumas críticas positivas sobre este local e mesmo sabendo de antemão que teríamos de literalmente escalar uma montanha, este era um dos locais que tínhamos marcado como sendo de visita obrigatória.
Pegámos nas mochilas e com passos firmes vamos trepando aquela encosta escarpada. Se ocasionalmente vamos tendo a ajuda de corrimões de bamboo que nos amparam os movimentos noutros pontos a dificuldade aumenta e somos obrigados a subir pequenos escadotes de madeira de aspecto pouco seguro.
Por fim alcançamos o nosso objectivo. Na parede daquele corpo rochoso, uma pequena abertura não deixa de forma alguma antever o espetáculo que estamos prestes a testemunhar.
Penetramos naquela espécie de mundo de sombras e depois do nosso olhar se habituar à pouca luz existente, detenho-me por breves minutos num ponto estratégico de onde tenho uma visão privilegiada sobre a grande câmara subterrânea que nos dá as boas vindas. Sinto-me pequeno, demasiado pequeno perante a imponência daquela galeria onde tudo parece ter sido criado numa escala sobre humana.
O chão gasto pelos milhares de pessoas que percorrem o único caminho que nos faz avançar até ao nível inferior prega-nos algumas partidas, levando-nos a escorregar por várias vezes. Além disso a quase falta de luz limita-nos os movimentos, levando-nos em alguns casos a caminhar sem a mínima noção do que pisamos ou ao que nos agarramos.
Sem incidentes de maior chegamos ao local que ainda agora avistávamos lá do alto. Estamos literalmente no coração da montanha, e sob as nossas cabeças ergue-se aquele impressionante tecto rochoso de onde pendem dezenas de estalactites das mais variadas formas. Um pouco mais à frente, deparamo-nos com um pequeno e simples santuário budista, onde o Buda reclinado ali presente parece receber sobre ele uma qualquer luz divina que de forma espetacular entra por uma abertura situada numa das paredes laterais da gruta.
A um canto, meio escondida por entre a vegetação, reparamos numa placa com a indicação: Tham Phu Cave.
Havíamos lido algumas críticas positivas sobre este local e mesmo sabendo de antemão que teríamos de literalmente escalar uma montanha, este era um dos locais que tínhamos marcado como sendo de visita obrigatória.
Pegámos nas mochilas e com passos firmes vamos trepando aquela encosta escarpada. Se ocasionalmente vamos tendo a ajuda de corrimões de bamboo que nos amparam os movimentos noutros pontos a dificuldade aumenta e somos obrigados a subir pequenos escadotes de madeira de aspecto pouco seguro.
Por fim alcançamos o nosso objectivo. Na parede daquele corpo rochoso, uma pequena abertura não deixa de forma alguma antever o espetáculo que estamos prestes a testemunhar.
Penetramos naquela espécie de mundo de sombras e depois do nosso olhar se habituar à pouca luz existente, detenho-me por breves minutos num ponto estratégico de onde tenho uma visão privilegiada sobre a grande câmara subterrânea que nos dá as boas vindas. Sinto-me pequeno, demasiado pequeno perante a imponência daquela galeria onde tudo parece ter sido criado numa escala sobre humana.
O chão gasto pelos milhares de pessoas que percorrem o único caminho que nos faz avançar até ao nível inferior prega-nos algumas partidas, levando-nos a escorregar por várias vezes. Além disso a quase falta de luz limita-nos os movimentos, levando-nos em alguns casos a caminhar sem a mínima noção do que pisamos ou ao que nos agarramos.
Sem incidentes de maior chegamos ao local que ainda agora avistávamos lá do alto. Estamos literalmente no coração da montanha, e sob as nossas cabeças ergue-se aquele impressionante tecto rochoso de onde pendem dezenas de estalactites das mais variadas formas. Um pouco mais à frente, deparamo-nos com um pequeno e simples santuário budista, onde o Buda reclinado ali presente parece receber sobre ele uma qualquer luz divina que de forma espetacular entra por uma abertura situada numa das paredes laterais da gruta.
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O caminho continua por um corredor que não nos inspira muita confiança. Ponderamos avançar, nem que seja só por alguns metros, mas rapidamente desistimos da ideia. Não vale a pena arriscar.
Ficamo-nos por ali.
Quando abandonamos a gruta, como que por magia, o tempo havia mudado completamente. O calor continua, mas o céu encontra-se agora coberto de nuvens.
A descida revela-se um pouco mais complicada, mas acaba por se fazer em menos de quinze minutos.
A nossa passagem pela Blue Lagoon termina depois de mais uma sessão de mergulhos que nos ajudam a refrescar o corpo.
O caminho continua por um corredor que não nos inspira muita confiança. Ponderamos avançar, nem que seja só por alguns metros, mas rapidamente desistimos da ideia. Não vale a pena arriscar.
Ficamo-nos por ali.
Quando abandonamos a gruta, como que por magia, o tempo havia mudado completamente. O calor continua, mas o céu encontra-se agora coberto de nuvens.
A descida revela-se um pouco mais complicada, mas acaba por se fazer em menos de quinze minutos.
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