quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

MALACA - VISITAR UMA DAS MAIS VALIOSAS PÉROLAS DA MALÁSIA


Inserir Malaca no nosso roteiro pela Malásia era quase uma imposição. Foi como se nos víssemos obrigados a não deixar escapar a oportunidade de travar conhecimento com aquele que em tempos foi considerado um dos mais valiosos tesouros do império português no Oriente. A viagem aconteceu e à chegada somos confrontados com uma cidade imensa, certamente bem diferente daquela que no século XVI viu desembarcar Afonso de Albuquerque, enviado com o objetivo de acrescentar ao reino um destino que para além de ser altamente cobiçado se destacava também por ser um ponto estratégico nas rotas comerciais que na época cruzavam esta zona do globo.
Hoje, passados mais de cinco séculos, Malaca libertou-se das raízes que durante um longo período a mantiveram agarrada a alguns territórios situados na longínqua Europa. Efetivamente constatamos que se quebraram as ligações com o passado mas os testemunhos da presença lusitana, holandesa e britânica mantêm-se, preservando assim as lembranças de um tempo em que um grupo de desconhecidos vindos de outras latitudes se sentiu no direito de impor uma religião, novos costumes e a suas próprias regras. 
Ao deambularmos pela zona mais antiga cruzamo-nos com uma mão cheia de construções cuja a aparência nos é familiar e nas quais fazemos questão de investir uma boa parte do tempo que permanecemos em Malaca. No nosso menu figuram Igrejas, fortalezas, estátuas e até um bairro (Portuguese Sattlement) no qual somos surpreendidos por pessoas que apesar de nunca terem fincado um pé em Portugal se exprimem de forma fluida na língua de Camões. Ainda que estejamos a meio mundo de distância de casa somos inconscientemente invadidos por uma estranha sensação de proximidade como se cada um destes locais tivesse um pedaço da nossa alma.     






DOIS DIAS EM MALACA - O QUE (MAIS) GOSTÁMOS DE FAZER E VISITAR

.CONTEMPLAR A ARQUITETURA DA DUTCH SQUARE E VISITAR A CHRIST CHURCH
Malaca esteve sob o domínio holandês durante quase dois séculos e as influências deixadas por este povo continuam bem presentes naquela que parece ser a principal praça da cidade. Na Dutch Square ainda é possível admirar diversos edifícios de arquitetura tipicamente europeia que pela sua coloração avermelhada dificilmente passarão despercebidos a quem se passeia nesta zona de Malaca. Gostámos especialmente de visitar a Christ Church e o Stadthuys. 




.PERCORRER A JONKER "WALK" STREET NÃO SÓ DE DIA MAS TAMBÉM À NOITE
A Jonker Street é a principal artéria do centro histórico e o local ideal para sentir a energia da cidade. Percorrer esta rua e toda a área envolvente durante o dia deu-nos a oportunidade de admirar uma série de bonitos edifícios coloniais, muitos deles ocupados por cafés, restaurantes, lojas de artesanato e hotéis. À noite esta zona ganha uma nova vida quando as luzes das lanternas pintam de vermelho as fachadas dos prédios que a abraçam. Como visitámos Malaca durante o fim-de-semana também tivemos a sorte de testemunhar a realização do mercado noturno.




.VISITAR O CHENG HOON TENG TEMPLE E PERCEBER QUE ESTE É O MAIS ANTIGO TEMPLO DO PAÍS
Situado no coração da China Town este bonito Templo é, segundo percebemos, o mais antigo local de culto deste género ainda em funcionamento do país. O Cheng Hoon Teng Temple é realmente muito bonito e ainda que se situe numa das áreas mais turística da cidade o espaço continua a ser utilizado pela população local que faz questão de se manter fiel ás tradições, continuando a utilizar o espaço para realizar os seus rituais religiosos. 




.EXPERIMENTAR ALGUNS PRATOS DA COZINHA TRADICIONAL NYONYA
A cidade de Malaca é conhecida pela sua culinária típica. Nyonya é o nome desta fusão de sabores Chineses e Maláios que foram sendo aprimorados ao longo dos tempos e que hoje são servidos em muitos dos restaurantes da cidade. Ainda que nem tudo o que provámos no tenha agradado, a verdade é que acabámos por nos apaixonar por alguns pratos tradicionais e a nossa passagem por Malaca serviu também para enriquecermos um pouco mais o nosso conhecimento no que à culinária do país diz respeito. 




.VISITAR AS RUÍNAS DA "VELHINHA" IGREJA DE SÃO PAULO (SAINT PAUL'S CHURCH)
As ruínas da Igreja de São Paulo apresentam-se hoje como o mais importante vestígio religioso deixado pelo povo Português em Malaca. Ainda que do edifício original só as paredes tenham resistido ao avançar dos séculos fizemos questão de visitar este local erguido a meia dúzia de metros da antiga fortaleza, no topo de uma pequena colina. Na área onde outrora se situava a entrada do Templo existe uma estátua de São Francisco de Assis. 




.EXPLORAR O (POUCO) QUE RESTA DA FORTALZA E DA "FAMOSA" PORTA DE SANTIAGO
Dos edifícios ainda existentes em Malaca que testemunham a passagem dos portugueses por esta zona do globo durante o século XVI destaca-se o que outrora foi uma antiga fortaleza ali erguida com o objetivo de manter a salvo aquele que era descrito como um dos mais importantes destinos comerciais da região do Oriente. Atualmente já pouco resta desta antiga estrutura defensiva, contudo ainda é possível ver algumas secções da muralha assim como um portal de pedra apelidado de Porta de Santiago que segundo percebemos seria o principal acesso ao interior da área fortificada. 




.CONHECER UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DE MALACA NO MUSEU/PALÁCIO SULTANATE
Este vistoso edifício de madeira é na realidade uma réplica fiel de um antigo palácio real datado do século XV. O espaço situado a uma curta distância da Porta de Santiago é hoje um dos principais museus de Malaca e o local ideal para aprender um pouco mais sobre a história e as tradições da cidade. 




.SUBIR A BORDO DA RÉPLICA DE UMA ANTIGA CARAVELA PORTUGUESA E VISITAR O MUSEU MARÍTIMO 
Visitar este museu deu-nos a conhecer as rotas e trocas comerciais que durante um longo período fizeram de Malaca um dos mais importantes portos marítimos desta região do globo. Para além da aprendizagem, este local permitiu-nos também a oportunidade de aceder ao interior da uma réplica da antiga caravela Flor do Mar, uma embarcação portuguesa que naufragou algures ao largo de Malaca. 




.APROVEITAR O FINAL DA TARDE PARA PASSEAR TRANQUILAMENTE AO LONGO DO RIO/CANAL 
Depois de um dia inteiro de visitas aproveitámos as temperaturas mais amenas do final da tarde para caminharmos tranquilamente ao longo do rio que rasga a zona do centro histórico. Assistimos ao momento em que as luzes da cidade se iluminam e dão uma nova face aos bares e restaurantes que se perfilam em ambas as margens. Ao acaso sentámo-nos numa esplanada e vimos a vida acontecer enquanto bebíamos uma cerveja bem fresca. 




.ASSISTIR AO PÔR-DO-SOL ENQUANTO APRECIA A ARQUITETURA EXÓTICA DA STRAITS MOSQUE 
Numa pequena praia ergue-se aquela que provavelmente será a mais bela Mesquita da cidade. Para além de se encontrar sob o mar a Straits Mosque destaca-se também pela sua arquitetura fora do comum onde predominam os detalhes de tons azul, branco e dourado. Este local é especialmente bonito ao final da tarde quando o sol se prepara para se esconder no horizonte. 




.ESTAR MAIS PERTO DE CASA COM A VISITA AO PORTUGUESE SATTLEMENT 
Ainda que este pequeno aglomerado habitacional se situe um pouco longe da zona mais central da cidade, fizemos questão de o visitar. O Portuguese Sattlement foi o local onde no século XVI se estabeleceram alguns dos portugueses que desembarcaram em Malaca e hoje, quinhentos anos depois, a alma lusa parece ainda fazer parte de quem continua a ocupar estes terrenos. Durante a visita percorremos diversas ruas com nomes familiares, com restaurantes que propõem menus que nos transportam para casa e com pessoas que ao saber de onde vimos fazem questão de nos falar na língua de Camões. 




INFORMAÇÕES ÚTEIS:

.COMO CHEGAR A MALACA:
  • DESDE KUALA LUMPUR: Se o ponto de partida for a capital da Malásia deverá em primeiro lugar chegar ao Terminal Bersepadu Selatan (TBS), local de onde saem de forma regular autocarros para Malaca. O trajeto entre Kuala Lumpur e Malaca demora pouco mais de duas horas e tem um custo que pode variar entre RM10 e RM20. Este bus tem como destino o terminal rodoviário de Melaka Sentral situado a cerca de 5Km's da cidade. Para este último trecho o visitante poderá apanhar um GRAB/Táxi com a tarifa a situar-se entre RM15 e RM20. Em alternativa (foi o que fizemos) alcançar o centro de Malaca usando o bus urbano 17, com o serviço a ter um custo de RM2. 
  • DESDE SINGAPURA: Para quem quer chegar a Malaca vindo de Singapura (tendo em conta que não se realizam voos diretos entre os dois locais) a opção mais prática e económica é realizar o trajeto de autocarro. De entre os vários locais em Singapura onde seria possível iniciar a viagem optámos por fazê-lo em Queen Street. A chegada a Malaca aconteceu quase cinco horas mais tarde e pagámos 25SGD (+/- 18 euros). O destino foi o terminal rodoviário de Melaka Sentral situado a cerca de 5Km's da cidade. Neste último trecho o visitante poderá apanhar um GRAB/Táxi com a tarifa a situar-se entre RM15 e RM20 ou em alternativa (foi o que fizemos) alcançar o centro de Malaca usando o bus urbano 17, com o serviço a ter um custo de RM2. 

.COMO NOS DESLOCÁMOS EM MALACA:
A maioria dos locais listados neste artigo situam-se na zona do centro histórico e podem ser facilmente alcançados a pé. As únicas exceções são a Straits Mosque e o Portuguese Sattlement que já se encontram em áreas um pouco mais afastadas. Uma vez que gostamos de caminhar optámos por chegar a ambos os locais desta forma, contudo poderíamos ter apanhado um GRAB/Táxi e realizado a viagem em cerca de 10/15 minutos. Segundo nos foi dito este serviço deverá ter um custo de cerca de RM10 por trajeto.

.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR MALACA:
De forma a tirar o máximo partido da sua viagem a Malaca é importante ter em conta a meteorologia. Ainda que esta região do país seja durante quase todo o ano brindada por um clima quente e húmido é no período que se estende entre Fevereiro e Julho que existe uma menor probabilidade de ocorrência de chuva. 
Os meses de Novembro e Dezembro são por norma aqueles onde a precipitação acontece com maior frequência. 



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