.VISITAR A ILHA DE MURANO
O dia está fantástico e o vaporeto que nos transporta, avança a bom ritmo pelas águas azul turquesa da Baía de Veneza.
Murano surge no horizonte antes de fazermos uma última paragem na ilha de San Michele, onde se situa o cemitério que acolhe os corpos dos venezianos que já partiram. A escala é curta, não entra nem sai ninguém.
O ruído dos motores a diesel da embarcação que ainda guarda a designação dos tempos em que se movia a vapor, ecoa pelo ar e quebra o silêncio daquelas primeiras horas matinais.
Chegamos, e em conjunto com a meia dúzia de outros passageiros desembarcamos no porto que serve aquele arquipélago de nove ilhas. Ali à volta o movimento é grande. Vários barcos de mercadorias ancorados ao longo do canal, fazem a entrega de bens de primeira necessidade que serão utilizados pelas gentes da ilha.
Pouco antes de chegarmos à Chiesa di San Pietro Martire bebemos um café que tem o condão de nos ajudar a despertar. A igreja é bonita mas não impressiona, e a visita acaba por durar pouco tempo. Do lado de lá do estreito canal, uma enorme escultura de vidro atrai a nossa atenção e aproximamo-nos para fazer meia dúzia de fotos.
Mais à frente já se avista a grande Ponte Longo que atravessa o maior canal do arquipélago e que nos conduz à zona mais turística de Murano.
Anuncia-se mais um dia de calor e o céu azul realça ainda mais a cor da água, assim como as fachadas de cores vivas que se alinham ao longo dos passeios que vamos percorrendo.
Passamos pelo famoso Museu do Vidro de Murano que à semelhança das diversas lojas que ali se encontram abre portas a esta hora. Temos enorme curiosidade de conhecer e saber mais um pouco da história destas peças coloridas típicas que já são produzidas nesta ilha desde o século XV, mas os dez euros pedidos pelo ingresso fizeram-nos seguir viagem. Fica talvez para a próxima!
Passo a passo e sem pressas vamos caminhando ao longo dos principais canais onde alguns antigos palácios resistem ás agruras dos anos e nos relembram os tempos áureos que esta zona já viveu.
Ao longe uma torre destaca-se no horizonte e anuncia a presença de mais uma Igreja, uma daquelas que faz parte dos roteiros turísticos de quem visita Murano.
A Basílica dei Santi Maria e Donato já aqui se encontra desde os primórdios do século XI, sendo considerada uma das mais antigas da região.
Quando chegamos, as grandes portadas de madeira estão a ser abertas naquele preciso momento e temos o privilégio de ser os primeiros visitantes do dia. Lá dentro os nosso olhos são atraídos para os pormenores que decoram as paredes e o solo daquela belíssima obra dos tempos medievais. Pequenos mosaicos coloridos cobrem metade da cúpula existente sob o altar, assim como grande parte do chão que pisamos.
Quando regressamos ao exterior cruzamo-nos com um grupo de visitantes que se prepara para invadir o espaço que até ali tinha sido só nosso.
.LEIA TAMBÉM: VENEZA - O QUE VISITAR NA CIDADE FLUTUANTE
Por muito que procurássemos, Murado parecia não esconder mais segredos e depois de na véspera nos termos apaixonado pela beleza de Veneza, este pequeno grupo de ilhas acabou por ficar um pouco aquém das expectativas que trazíamos.
Numa jogada de sorte e quase inesperada, cruzamo-nos com um pequeno atelier onde de forma gratuita tivemos a oportunidade de assistir ao processo de produção das bonitas peças de vidro.
Visto isto e sem mais atrativos, a decisão foi fácil de tomar. Estava na hora de continuar o passeio e impunha-se que apanhássemos de novo o vaporeto que nos levaria à segunda paragem do dia.
.VISITAR A ILHA DE BURANO
À chegada a Burano somos recebido pelas bonitas e bem tratadas casas pintadas de cores vivas, situadas logo ali, a pouco mais de um par de metros do porto. Percebemos quase de imediato que o turismo é um dos pontos fortes desta ilha, não só pela quantidade de pessoas que connosco desembarcaram mas também pelos visitantes que já circulam e se acumulam ao longo da rua principal.
Lojas de souvenirs, alinham-se uma após outra e para além das lembranças comuns, todas elas têm expostas uma espécie de renda típica que de forma tímida tenta fazer concorrência ás peças de vidro vendidas na ilha vizinha.
Já passa do meio dia e as esplanadas dos restaurantes encontram-se repletas de pessoas que comem ao mesmo tempo que desfrutam do delicioso sol que também lhe aconchega o corpo. A confusão não nos agrada e afastamo-nos daquela área mais central. Caminhamos por ruas secundárias que desembocam noutras ruas e em canais onde não navegam gôndolas, só barcos de transporte de mantimentos e ocasionalmente algumas lanchas privadas.
Os restaurantes e lojas dão agora lugar a casas simples que servem de lar aos habitantes locais, que habituados ao corrupio vivem o dia a dia completamente alheios à presença dos turistas.
Passamos por portas abertas, por estendais repletos de roupa que seca ao sabor do vento e por uma senhora de idade que ocupa o seu tempo a cuidar das flores que enfeitam os parapeitos das janelas.
Este é o lado mais intimo de Burano, onde os pequenos detalhes fazem a diferença e as fachadas vermelhas, amarelas ou azuis nos transportam para um mundo de fantasia no qual a torre inclinada da Chiesa de San Martino parece de forma perigosa desafiar a gravidade.
Por muito que procurássemos, Murado parecia não esconder mais segredos e depois de na véspera nos termos apaixonado pela beleza de Veneza, este pequeno grupo de ilhas acabou por ficar um pouco aquém das expectativas que trazíamos.
Numa jogada de sorte e quase inesperada, cruzamo-nos com um pequeno atelier onde de forma gratuita tivemos a oportunidade de assistir ao processo de produção das bonitas peças de vidro.
Visto isto e sem mais atrativos, a decisão foi fácil de tomar. Estava na hora de continuar o passeio e impunha-se que apanhássemos de novo o vaporeto que nos levaria à segunda paragem do dia.
.VISITAR A ILHA DE BURANO
À chegada a Burano somos recebido pelas bonitas e bem tratadas casas pintadas de cores vivas, situadas logo ali, a pouco mais de um par de metros do porto. Percebemos quase de imediato que o turismo é um dos pontos fortes desta ilha, não só pela quantidade de pessoas que connosco desembarcaram mas também pelos visitantes que já circulam e se acumulam ao longo da rua principal.
Lojas de souvenirs, alinham-se uma após outra e para além das lembranças comuns, todas elas têm expostas uma espécie de renda típica que de forma tímida tenta fazer concorrência ás peças de vidro vendidas na ilha vizinha.
Já passa do meio dia e as esplanadas dos restaurantes encontram-se repletas de pessoas que comem ao mesmo tempo que desfrutam do delicioso sol que também lhe aconchega o corpo. A confusão não nos agrada e afastamo-nos daquela área mais central. Caminhamos por ruas secundárias que desembocam noutras ruas e em canais onde não navegam gôndolas, só barcos de transporte de mantimentos e ocasionalmente algumas lanchas privadas.
Os restaurantes e lojas dão agora lugar a casas simples que servem de lar aos habitantes locais, que habituados ao corrupio vivem o dia a dia completamente alheios à presença dos turistas.
Passamos por portas abertas, por estendais repletos de roupa que seca ao sabor do vento e por uma senhora de idade que ocupa o seu tempo a cuidar das flores que enfeitam os parapeitos das janelas.
Este é o lado mais intimo de Burano, onde os pequenos detalhes fazem a diferença e as fachadas vermelhas, amarelas ou azuis nos transportam para um mundo de fantasia no qual a torre inclinada da Chiesa de San Martino parece de forma perigosa desafiar a gravidade.
.LEIA TAMBÉM: NORTE DE ITÁLIA - 10 CIDADES QUE VAI GOSTAR DE VISITAR
Estamos de volta à rua principal e na vitrine de uma pastelaria, vemos uns biscoitos que são vendidos como uma especialidade local. Entramos, e face à nossa curiosidade, a senhora atrás do balcão explica-nos que os Bussolai Buranelli são doces tradicionais feitos à base de limão.
Convencidos pelo ótimo aspecto resolvemos comprar um "saquinho" que abrimos de imediato e despachamos calmamente sentados na praça principal, enquanto o sol nos massaja a pele.
Gostávamos de ficar mais tempo, mas os ponteiros do relógio parecem avançar de forma descontrolada e não nos dão margem para grandes aventuras.
Está na altura de avançar na direção de Torcello, a terceira e derradeira paragem do dia.
.VISITAR A ILHA DE TORCELLO
A viagem é curta, não dura mais de dez minutos.
Sem surpresas chegamos ao porto de Torcello que surge no meio de uma zona pantanosa onde só a vegetação selvagem parece ter força para crescer. Do local onde desembarcamos não se vêm edifícios nem outras pessoas. Não tinha uma ideia concreta do que iria encontrar nesta pequena ilha, mas seguramente não imaginei nada assim. Um local tão... sem nada!
Num mapa que se encontra logo ali, percebemos que será necessário caminhar ao longo da calçada que acompanha o canal, até encontrarmos os primeiros sinais de vida.
Assim seja. Avançamos calmamente ao longo do estreito braço de água onde um pouco mais à frente o silêncio é quebrado pelo som do violino de um homem que ali sentado tenta ganhar uns cobres com os poucos turistas que por ele passam.
Dois restaurantes, anunciam a chegada ao minúsculo povoado onde segundo o mapa iremos encontrar os únicos locais de interesse desta ilha, que em tempos chegou a ser mais importante que a Veneza que hoje conhecemos. Diz-se inclusive que foi neste local que nasceu a cidade flutuante.
Passamos pela Ponte do Diabo e daí já avistamos a torre sineira da Catedral onde chegaremos em meia dúzia de minutos.
É na pequena praça principal, que não é mais que um descampado, que se erguem para além de um antigo palácio, a bonita Catedral de Santa Maria dell'Assunta, a Chiesa di Santa Fosca e o Museu Provinciale de Torcello.
Enquanto ocupamos o nosso tempo com visitas a estes locais históricos, um grupo de estudantes têm uma aula ao ar livre, e sentados à sombra de uma árvore ouvem com atenção as explicações da professora.
Depois de passar cerca de uma hora a explorar cada canto e cada detalhe daqueles três edifícios, chegamos à conclusão que a ilha de Torcello estava vista.
Sem mais motivos de interesse, restava-nos esperar pacientemente pela hora da passagem do próximo vaporeto e sentados num dos degraus da Catedral bebemos um expresso, comprado num café improvisado ali existente.
Estamos de volta à rua principal e na vitrine de uma pastelaria, vemos uns biscoitos que são vendidos como uma especialidade local. Entramos, e face à nossa curiosidade, a senhora atrás do balcão explica-nos que os Bussolai Buranelli são doces tradicionais feitos à base de limão.
Convencidos pelo ótimo aspecto resolvemos comprar um "saquinho" que abrimos de imediato e despachamos calmamente sentados na praça principal, enquanto o sol nos massaja a pele.
Gostávamos de ficar mais tempo, mas os ponteiros do relógio parecem avançar de forma descontrolada e não nos dão margem para grandes aventuras.
Está na altura de avançar na direção de Torcello, a terceira e derradeira paragem do dia.
.VISITAR A ILHA DE TORCELLO
A viagem é curta, não dura mais de dez minutos.
Sem surpresas chegamos ao porto de Torcello que surge no meio de uma zona pantanosa onde só a vegetação selvagem parece ter força para crescer. Do local onde desembarcamos não se vêm edifícios nem outras pessoas. Não tinha uma ideia concreta do que iria encontrar nesta pequena ilha, mas seguramente não imaginei nada assim. Um local tão... sem nada!
Num mapa que se encontra logo ali, percebemos que será necessário caminhar ao longo da calçada que acompanha o canal, até encontrarmos os primeiros sinais de vida.
Assim seja. Avançamos calmamente ao longo do estreito braço de água onde um pouco mais à frente o silêncio é quebrado pelo som do violino de um homem que ali sentado tenta ganhar uns cobres com os poucos turistas que por ele passam.
Dois restaurantes, anunciam a chegada ao minúsculo povoado onde segundo o mapa iremos encontrar os únicos locais de interesse desta ilha, que em tempos chegou a ser mais importante que a Veneza que hoje conhecemos. Diz-se inclusive que foi neste local que nasceu a cidade flutuante.
Passamos pela Ponte do Diabo e daí já avistamos a torre sineira da Catedral onde chegaremos em meia dúzia de minutos.
É na pequena praça principal, que não é mais que um descampado, que se erguem para além de um antigo palácio, a bonita Catedral de Santa Maria dell'Assunta, a Chiesa di Santa Fosca e o Museu Provinciale de Torcello.
Enquanto ocupamos o nosso tempo com visitas a estes locais históricos, um grupo de estudantes têm uma aula ao ar livre, e sentados à sombra de uma árvore ouvem com atenção as explicações da professora.
Depois de passar cerca de uma hora a explorar cada canto e cada detalhe daqueles três edifícios, chegamos à conclusão que a ilha de Torcello estava vista.
Sem mais motivos de interesse, restava-nos esperar pacientemente pela hora da passagem do próximo vaporeto e sentados num dos degraus da Catedral bebemos um expresso, comprado num café improvisado ali existente.
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