No caminho para o chamado centro histórico passamos pela estação ferroviária onde na véspera tivemos o primeiro contacto com a cidade e que agora serve de tecto a alguns sem abrigo que se preparam para mais um dia...provavelmente igual a tantos outros!
A primeira ideia que salta à vista é que esta é uma cidade completamente diferente de Veneza, menos vistosa, com um ambiente mais metropolitano e onde qualquer visitante se confunde facilmente com alguém que por ali vive.
Cruzamos uma ponte e quase de imediato chegamos ao Giardini dell'Arena que naquela manhã recebe sobretudo a visita de alguns moradores que passeiam os seus animais de estimação e uma mão cheia de corajosos que ali vêm realizar o seu jogging matinal.
Do lado de lá da vedação que delimita o espaço, jazem os vestígios silenciosos de uma antiga arena romana e um pouco mais à frente já se avista a Cappella deli Scrovegi que temos esperança de conseguir visitar, mesmo sabendo que seria necessário realizar uma pré-reserva on-line, que por negligência nunca chegámos a fazer.
No anexo onde está instalada a bilheteira o movimento é grande. Serpenteamos por entre os vários grupos de pessoas que aguardam a sua vez de entrar e já no balcão somos informados que as visitas estão completas até ao final do dia. Insistimos uma e outra vez, mas não há volta a dar.
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Após aquela desilusão inicial, retomamos o caminho e entramos numa zona da cidade que nos agrada bastante. Vários edifícios, talvez centenários, embelezam as largas avenidas que com a abertura de algumas lojas, começam lentamente a palpitar de energia.
Passamos pelo mítico Caffé Pedrocchi que em tempos passados foi palco de importantes acontecimentos políticos e sociais da história do país e onde também em 1848 teve início a rebelião estudantil italiana contra a ocupação austríaca.
Compramos uma garrafa de água num supermercado ali próximo e seguimos o nosso caminho cada vez mais contagiados pelo ambiente boémio do centro histórico, que seguramente na noite anterior presenciou os excessos dos estudantes que frequentam aquela que é considerada a mais antiga universidade do país.
É através de uma rua ladeada de arcadas que se alongam por várias dezenas de metros que acedemos à Piazza della Frutta, que naquela manhã vive momentos de grande agitação muito por culpa do mercado que se estende igualmente à Piazza delle Erbe. Aqui, por breves momentos, temos a oportunidade de conhecer e vivenciar um pouco do quotidiano das gentes de Pádua.
No meio e completamente abafado por estes dois espaços públicos animados pelos pregões dos vendedores, ergue-se o Palazzo della Ragione que apesar da sua incrível beleza exterior, passa completamente despercebido face ao aparato e rebuliço que por ali se vivem.
Após aquela desilusão inicial, retomamos o caminho e entramos numa zona da cidade que nos agrada bastante. Vários edifícios, talvez centenários, embelezam as largas avenidas que com a abertura de algumas lojas, começam lentamente a palpitar de energia.
Passamos pelo mítico Caffé Pedrocchi que em tempos passados foi palco de importantes acontecimentos políticos e sociais da história do país e onde também em 1848 teve início a rebelião estudantil italiana contra a ocupação austríaca.
Compramos uma garrafa de água num supermercado ali próximo e seguimos o nosso caminho cada vez mais contagiados pelo ambiente boémio do centro histórico, que seguramente na noite anterior presenciou os excessos dos estudantes que frequentam aquela que é considerada a mais antiga universidade do país.
É através de uma rua ladeada de arcadas que se alongam por várias dezenas de metros que acedemos à Piazza della Frutta, que naquela manhã vive momentos de grande agitação muito por culpa do mercado que se estende igualmente à Piazza delle Erbe. Aqui, por breves momentos, temos a oportunidade de conhecer e vivenciar um pouco do quotidiano das gentes de Pádua.
No meio e completamente abafado por estes dois espaços públicos animados pelos pregões dos vendedores, ergue-se o Palazzo della Ragione que apesar da sua incrível beleza exterior, passa completamente despercebido face ao aparato e rebuliço que por ali se vivem.
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Mais à frente outra praça e outro mercado. A Piazza dei Signori que habitualmente se encontra preenchida por esplanadas está hoje coberta de pequenas tendas sob as quais se compram e vendem todo o tipo de produtos.
É de certa forma interessante sentir o ambiente que se vive nos mercados, mas todo aquele aparato insiste em não me deixar fotografar e acabamos por abandonar o espaço sem o registo que pretendia.
Num dos extremos da praça, uma espécie de túnel atravessa o Palazzo del Capitanio e faz-nos passar sob o Relógio Astronómico.
Estamos de regresso à calma das ruas secundarias da cidade, ao longo das quais antigos palácios se misturam com habitações mais recentes, num equilibro arquitectónico pouco comum.
As arcadas sucedem-se e é sob elas que caminhamos até perto do Duomo di Padova que se encontra estranhamente deserto. Na praça em frente, uma velhota alimenta os pombos que lhe pousam nas mãos, revelando a confiança adquirida ao longo de vários anos de convivência.
A entrada na Catedral é gratuita e fazemos questão de visitar o interior do imponente edifício religioso do qual esperávamos um pouco mais.
Numa construção anexa situa-se o Batistério, uma autêntica obra de arte à qual se pode aceder através de uma porta exterior e mediante o pagamento de três euros.
À saída e ainda nas imediações da catedral questionamos um senhor sobre qual a direção a seguir, e tal como suspeitávamos o caminho é sempre junto ao canal.
As ruas são bonitas, mas falta-lhes algo e não nos causam empatia. Esta é a sensação que transportamos connosco desde o início do dia.
Mais um canal, mais uma ponte e chegamos ao local pretendido. A Torre do Observatório rasga a linha do horizonte e destaca-se de todos os edifícios que preenchem o nosso campo de visão. Sabemos de ante mão que não é possível entrar, mas é sem dúvida uma obra marcante que merece ser apreciada, mais que não seja pelo bonito enquadramento que a envolve.
Sentamo-nos por ali, bebemos água, comem-se umas bolachas e dá-se um pouco de descanso ás pernas que já se ressentem dos esforços a que têm sido sujeitas.
Estamos de volta à estrada. Entretanto começa a soprar um ventinho agradável que transporta para nós o burburinho que vem da principal praça da cidade.
A poucos metros de chegarmos, o ruído aumenta de tom e as nossas suspeitas confirmam-se...mais um mercado.
O Prato della Valle que é considerada a maior praça de Italia é de facto um espaço incrível, que impressiona desde o primeiro momento. Na zona mais perto do centro um canal circunda uma pequena ilha à qual se acede através de quatro pontes de pedra.
O local é o ponto de encontro de eleição dos habitantes da cidade que aqui se juntam para conversar, estudar e é ocasionalmente o refúgio de alguns casais de namorados que sem pudor, trocam mimos sob o olhar atento das 78 estátuas de ilustres filhos da cidade.
Damos uma volta, absorvemos os detalhes e saboreamos o ambiente descontraído que parece pairar no ar.
Inevitavelmente acabamos aquele passeio a olhar para a fachada da Basílica de Santa Giustina, situada no lado mais estreito da praça.
As portas estão fechadas. Aproximamo-nos para perceber o que se passa e constatamos que não vamos conseguir visitar este local que só volta a abrir por volta das três da tarde.
Este impedimento acaba por não alterar os nossos planos e a partir deste momento iniciamos o caminho de volta ao ponto de partida, ainda com uma ou duas paragens previstas no roteiro.
A Via Beato Luca Belludi leva-nos em menos de dez minutos até aquela que parece ser o mais importante espaço religioso da cidade.
A Basilica di Santo António foi aqui erguida para receber os restos mortais do santo, que segundo rezam as crónicas passou os seus últimos dias de vida em Pádua.
Ao redor a confusão é grande, mostrando que este é um autêntico local de preguiçando diária. À nossa volta temos grupos de pessoas, carros, autocarros, lojas e bancas de rua que grande parte daquela praça que se estende em frente do grandioso edifício.
Sentamo-nos num muro a observar tudo o que por ali se passa, com a secreta esperança que por momentos toda aquela agitação se dilua. Esperamos cinco...dez minutos e nada se altera.
Entramos e faltam-nos as palavras para descrever o que vemos. As paredes e tetos de todo o espaço encontam-se preenchidos de pinturas e imagens de cariz religioso. À nossa esquerda, uma fila que se estende por talvez uma dezena de metros revela que é ali que assenta o famoso Túmulo de Santo António que se encontra protegido por uma espécie de claustro interior.
Por detrás do altar principal, numa pequena capela, estão expostas uma serie de relíquias pertencentes ao santo e às quais, fieis e visitantes vêm prestar a sua homenagem.
A visita acaba por se prolongar por mais tempo que o previsto e quando abandonamos o local os estômagos começam a reclamar. Paramos numa pizzaria onde compramos duas calzones e uma cerveja que levamos e comemos pouco depois sentados na Piazza dei Signori.
Pádua estava vista e este almoço já perto da hora do lanche soube-nos a despedida.
Nessa tarde recuperámos as mochilas que haviam ficado no alojamento e seguimos de comboio rumo a Verona.
Mais à frente outra praça e outro mercado. A Piazza dei Signori que habitualmente se encontra preenchida por esplanadas está hoje coberta de pequenas tendas sob as quais se compram e vendem todo o tipo de produtos.
É de certa forma interessante sentir o ambiente que se vive nos mercados, mas todo aquele aparato insiste em não me deixar fotografar e acabamos por abandonar o espaço sem o registo que pretendia.
Num dos extremos da praça, uma espécie de túnel atravessa o Palazzo del Capitanio e faz-nos passar sob o Relógio Astronómico.
Estamos de regresso à calma das ruas secundarias da cidade, ao longo das quais antigos palácios se misturam com habitações mais recentes, num equilibro arquitectónico pouco comum.
As arcadas sucedem-se e é sob elas que caminhamos até perto do Duomo di Padova que se encontra estranhamente deserto. Na praça em frente, uma velhota alimenta os pombos que lhe pousam nas mãos, revelando a confiança adquirida ao longo de vários anos de convivência.
A entrada na Catedral é gratuita e fazemos questão de visitar o interior do imponente edifício religioso do qual esperávamos um pouco mais.
Numa construção anexa situa-se o Batistério, uma autêntica obra de arte à qual se pode aceder através de uma porta exterior e mediante o pagamento de três euros.
À saída e ainda nas imediações da catedral questionamos um senhor sobre qual a direção a seguir, e tal como suspeitávamos o caminho é sempre junto ao canal.
As ruas são bonitas, mas falta-lhes algo e não nos causam empatia. Esta é a sensação que transportamos connosco desde o início do dia.
Mais um canal, mais uma ponte e chegamos ao local pretendido. A Torre do Observatório rasga a linha do horizonte e destaca-se de todos os edifícios que preenchem o nosso campo de visão. Sabemos de ante mão que não é possível entrar, mas é sem dúvida uma obra marcante que merece ser apreciada, mais que não seja pelo bonito enquadramento que a envolve.
Sentamo-nos por ali, bebemos água, comem-se umas bolachas e dá-se um pouco de descanso ás pernas que já se ressentem dos esforços a que têm sido sujeitas.
Estamos de volta à estrada. Entretanto começa a soprar um ventinho agradável que transporta para nós o burburinho que vem da principal praça da cidade.
A poucos metros de chegarmos, o ruído aumenta de tom e as nossas suspeitas confirmam-se...mais um mercado.
O Prato della Valle que é considerada a maior praça de Italia é de facto um espaço incrível, que impressiona desde o primeiro momento. Na zona mais perto do centro um canal circunda uma pequena ilha à qual se acede através de quatro pontes de pedra.
O local é o ponto de encontro de eleição dos habitantes da cidade que aqui se juntam para conversar, estudar e é ocasionalmente o refúgio de alguns casais de namorados que sem pudor, trocam mimos sob o olhar atento das 78 estátuas de ilustres filhos da cidade.
Damos uma volta, absorvemos os detalhes e saboreamos o ambiente descontraído que parece pairar no ar.
Inevitavelmente acabamos aquele passeio a olhar para a fachada da Basílica de Santa Giustina, situada no lado mais estreito da praça.
As portas estão fechadas. Aproximamo-nos para perceber o que se passa e constatamos que não vamos conseguir visitar este local que só volta a abrir por volta das três da tarde.
Este impedimento acaba por não alterar os nossos planos e a partir deste momento iniciamos o caminho de volta ao ponto de partida, ainda com uma ou duas paragens previstas no roteiro.
A Via Beato Luca Belludi leva-nos em menos de dez minutos até aquela que parece ser o mais importante espaço religioso da cidade.
A Basilica di Santo António foi aqui erguida para receber os restos mortais do santo, que segundo rezam as crónicas passou os seus últimos dias de vida em Pádua.
Ao redor a confusão é grande, mostrando que este é um autêntico local de preguiçando diária. À nossa volta temos grupos de pessoas, carros, autocarros, lojas e bancas de rua que grande parte daquela praça que se estende em frente do grandioso edifício.
Sentamo-nos num muro a observar tudo o que por ali se passa, com a secreta esperança que por momentos toda aquela agitação se dilua. Esperamos cinco...dez minutos e nada se altera.
Entramos e faltam-nos as palavras para descrever o que vemos. As paredes e tetos de todo o espaço encontam-se preenchidos de pinturas e imagens de cariz religioso. À nossa esquerda, uma fila que se estende por talvez uma dezena de metros revela que é ali que assenta o famoso Túmulo de Santo António que se encontra protegido por uma espécie de claustro interior.
Por detrás do altar principal, numa pequena capela, estão expostas uma serie de relíquias pertencentes ao santo e às quais, fieis e visitantes vêm prestar a sua homenagem.
A visita acaba por se prolongar por mais tempo que o previsto e quando abandonamos o local os estômagos começam a reclamar. Paramos numa pizzaria onde compramos duas calzones e uma cerveja que levamos e comemos pouco depois sentados na Piazza dei Signori.
Pádua estava vista e este almoço já perto da hora do lanche soube-nos a despedida.
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