Florença é um caso antigo, com quem quero fazer as pazes e não seria justo deixar passar esta oportunidade.
Através das frestas das janelas do quarto ainda escuro, entra um feixe de luz que denuncia mais um dia de sol.
Num acto de coragem e numa atitude que contraria a vontade do meu corpo, salto da cama, visto-me, e sem dar hipótese a arrependimentos saio à rua.
Hoje vou sozinho, uma vez que a minha companheira de viagem não resistiu ao danos colaterais causados por mais de meia dúzia de dias de caminhadas.
Combinamos encontrar-nos mais tarde.
O cenário que encontro não é muito diferente daquele com que me tenho deparado nos dias anteriores e quase sozinho percorro aqueles poucos metros que me separam da Piazza del Duomo, onde à chegada também não tenho grande companhia.
É estranho e de certa forma contra natura, olhar à volta e não ver as multidões que habitualmente preenchem este espaço.
Logo ali, em primeiro plano o Batisttero di San Giovanni que visto assim parece fundir-se com a lindíssima fachada da Cattedrale di Santa Maria del Fiore,que preenche grande parte da praça que divido agora com um casal de asiáticos que bem menos discretos que eu tiram fotos em poses engraçadas.
Ao fundo, por uma rua lateral ao grande Campanile di Giotto ,entra em cena um camião do lixo que quebra o silêncio matinal e de forma gradual vai recolhendo os fardos de papelão que se acumulam à porta dos vários restaurantes ali existentes.
Dou uma volta e reparo que uma das portas da Catedral se encontra estranhamente entreaberta. Aproximo-me e num acto de alguma ousadia esgueiro-me para o interior daquele espaço que impressiona e ao que percebi acolhe, àquela hora matinal, os ensaios de um coro composto por vários elementos seniores.
Ando por ali quase cinco minutos, sempre com os meus passos embalados pelo conjunto de vozes que pairam no ar, até ser interpelado por um simpático senhor que de forma educada me pede para sair, uma vez que a catedral ainda se encontra encerrada ao público.
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Regresso à praça e aqueles enormes portões de ferro fecham-se com estrondo pouco depois de os ultrapassar.
Ali à volta e durante a minha ausência nada se alterou. Só o casal que dava saltos para a câmara fotográfica é que desapareceu, deixando aquele local ainda mais despido de gente. Percebe-se claramente que Florença tem alguma dificuldade em acordar.
Meto-me por uma rua que me leva directamente até à Piazza della Repubblica onde já há alguma movimentação. A um canto e perto do grande arco que tenho diante mim, encontram-se três ou quatro camionetas que vão sendo carregadas com mesas e cadeiras retiradas de um bonito edifício que na fachada tem marcado Pensione Pendine.
Quase no meio da praça, um carrossel ainda coberto de lonas aguarda com certeza a hora certa para se pôr em marcha.
A preguiça matinal que teima em possuir o meu corpo faz-me avançar a um ritmo moderado que me permite desfrutar dos detalhes que me rodeiam e num estado de parcial sonolência vou seguindo o meu caminho pelas ruas empedradas e gastas, fruto do vai e vem continuo de milhares de pessoas que com certeza por ali passam diariamente.
Cruzo mais duas ou três esquinas e chego à mítica Piazza della Signoria que agora, tal como aquando da minha última visita, volta a não me impressionar especialmente. É certo que tem a sua beleza, com um punhado de edifícios históricos que provavelmente já aqui estarão desde os tempos em que Florença era uma pequena cidade medieval, mas para mim é só uma praça. Mais uma!
O sol, ainda escondido por detrás da grande torre do Palazzo Vecchio, ilumina de forma tímida aquele espaço onde tal como em Bolonha não consigo ver a Fontana del Nettuno que também aqui se encontra coberta a sofrer trabalhos de restauro.
Não são mais de dez, as pessoas que comigo circulam pela Piazza, repleta de estátuas que em visivelmente maior numero parecem observar de forma silenciosa cada um dos nossos movimentos.
Regresso à praça e aqueles enormes portões de ferro fecham-se com estrondo pouco depois de os ultrapassar.
Ali à volta e durante a minha ausência nada se alterou. Só o casal que dava saltos para a câmara fotográfica é que desapareceu, deixando aquele local ainda mais despido de gente. Percebe-se claramente que Florença tem alguma dificuldade em acordar.
Meto-me por uma rua que me leva directamente até à Piazza della Repubblica onde já há alguma movimentação. A um canto e perto do grande arco que tenho diante mim, encontram-se três ou quatro camionetas que vão sendo carregadas com mesas e cadeiras retiradas de um bonito edifício que na fachada tem marcado Pensione Pendine.
Quase no meio da praça, um carrossel ainda coberto de lonas aguarda com certeza a hora certa para se pôr em marcha.
A preguiça matinal que teima em possuir o meu corpo faz-me avançar a um ritmo moderado que me permite desfrutar dos detalhes que me rodeiam e num estado de parcial sonolência vou seguindo o meu caminho pelas ruas empedradas e gastas, fruto do vai e vem continuo de milhares de pessoas que com certeza por ali passam diariamente.
Cruzo mais duas ou três esquinas e chego à mítica Piazza della Signoria que agora, tal como aquando da minha última visita, volta a não me impressionar especialmente. É certo que tem a sua beleza, com um punhado de edifícios históricos que provavelmente já aqui estarão desde os tempos em que Florença era uma pequena cidade medieval, mas para mim é só uma praça. Mais uma!
O sol, ainda escondido por detrás da grande torre do Palazzo Vecchio, ilumina de forma tímida aquele espaço onde tal como em Bolonha não consigo ver a Fontana del Nettuno que também aqui se encontra coberta a sofrer trabalhos de restauro.
Não são mais de dez, as pessoas que comigo circulam pela Piazza, repleta de estátuas que em visivelmente maior numero parecem observar de forma silenciosa cada um dos nossos movimentos.
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Sento-me por breves momentos sob as arcadas da Loggia dei Lanzi que pessoalmente acho ser o local mais fascinante da praça, e de guia na mão tento identificar cada uma daquelas figuras de mármore que se alinham ao longo das arcadas.
Ainda que de forma contida as pessoas vão chegando e a calmaria matinal vai-se dissolvendo, tal como a penumbra que até à pouco envolvia as ruas da cidade.
Dalí até as margens do Rio Arno é um saltinho. Opto por fazer o curto trajecto por entre o corredor que se estende ao longo das Galerias Uffizi e por onde corre uma aragem fria que me deixa de lágrimas nos olhos. O relógio marca agora oito horas e ao longo das arcadas já se acumulam diversas pessoas que na sede de visitar aquele que é considerado um dos mais incríveis e importantes museus do mundo, ali chegaram às primeiras horas da manhã.
Quanto a mim, passo esta experiência, uma vez que na minha primeira passagem pela cidade tive a oportunidade de visitar este local. Vale realmente a pena, mas o melhor mesmo é adquirir os ingressos on-line.
Ainda que de forma contida as pessoas vão chegando e a calmaria matinal vai-se dissolvendo, tal como a penumbra que até à pouco envolvia as ruas da cidade.
Dalí até as margens do Rio Arno é um saltinho. Opto por fazer o curto trajecto por entre o corredor que se estende ao longo das Galerias Uffizi e por onde corre uma aragem fria que me deixa de lágrimas nos olhos. O relógio marca agora oito horas e ao longo das arcadas já se acumulam diversas pessoas que na sede de visitar aquele que é considerado um dos mais incríveis e importantes museus do mundo, ali chegaram às primeiras horas da manhã.
Quanto a mim, passo esta experiência, uma vez que na minha primeira passagem pela cidade tive a oportunidade de visitar este local. Vale realmente a pena, mas o melhor mesmo é adquirir os ingressos on-line.
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A chegada à beira rio é feita em meia dúzia de passos. Ali, alguns vendedores de ocasião que num ritual repetido dia após dia, vão montando as suas bancas moveis, esperançados que a venda de hoje lhes traga mais uns cobres.
Já se avista a icónica Ponte Vecchio. É realmente especial, com aquelas pequenas casinhas de janelas verdes que pendem ao longo do tabuleiro.
O relógio vai avançando e continuo a achar estranha esta falta de movimento nas ruas.
Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que comigo se cruzam, durante os cerca de cem metros que me separam do local onde ficou marcado o encontro com a Paula, que seguramente já lá se encontra.
Confirma-se. Agora sim... a equipa está completa!
Lembro-me de atravessar a ponte quando aqui estive em 2011. Nessa altura vi-a completamente apinhada de turistas, num corrupio constante, que não me deixaram desfrutar do local como gostaria.
Hoje a história é outra e no meio desta calma difícil de explicar posso ver, rever e voltar a ver tudo e mais alguma coisa. Um luxo que só acordando cedo se consegue.
É a partir daqui que a cidade começa verdadeiramente a acordar.
Dá ideia que depois de atravessarmos a ponte, entrámos numa espécie de portal do tempo que nos transportou para uma dimensão onde já há pessoas a circular nas ruas. Turistas e habitantes locais envolvem-se agora numa mistura bonita de se ver. Nas estradas os carros vão circulando de forma moderada e como vem sendo habito, por nós vão passando bicicletas guiadas por pessoas bem vestidas que seguramente se dirigem para os seus empregos.
Depois de termos andado talvez um quilómetro por uma estreita rua paralela ao rio os nossos sentidos são alertados pelo tilintar de chávenas que anunciam a presença de uma pastelaria.
Sim, trata-se na realidade de uma velha união recreativa, cheia de carisma na qual acabamos por beber uns expressos e comer umas sandes que fazem as vezes de um pequeno almoço tardio mas extremamente reconfortante.
Já se avista a Torre di San Niccolo, situada na pouco atrativa Piazza Giuseppe Poggi, que naquela manhã de terça feira se encontra transformada num enorme parque de estacionamento.
De forma inesperada as nuvens voltaram e é sob um brilhar de sol intermitente que avançamos por uma escadaria que cravada na encosta de uma colina nos guia por entre dois ou três jardins embelezados por várias fontes.
Não levamos mais de quinze minutos a chegar ao primeiro grande patamar onde levamos com a primeira enchente do dia.
Centenas de pessoas, na sua maioria turistas, passeiam-se pela bonita Piazzale Michelangelo e aproveitam a fabulosa vista sobre a cidade para tirarem os inevitáveis retratos que daqui a nada já circularão na internet.
Levanta-se um ventinho desagradável que nos obriga a reforçar os agasalhos.
Lá em baixo, ao longe, os sinos da Catedral tocam a rebate anunciando a chegada das onze da manhã.
Está na altura de abandonar aquele espaço amplo e galgamos mais alguns lances de escadas que nos levam à Chiesa di Salvatore al Monte onde o panorama impressiona mais que o próprio monumento que acabo por não fotografar.
A passagem por este lugar é curta e segue-se mais uma subida. Desta vez a ascensão é feita por uma estrada onde avançamos em conjunto com outros turistas, no meio de um corrupio de carros que sobem e descem a toda a hora.
Já no topo da colina e com Abazia di San Miniato al Monte diante nós, sentamo-nos por ali enquanto aguardamos que aquele enorme grupo de turistas alemães seja conduzido para os autocarros que já os aguardam.
Vamos matando os minutos com algumas bolachas enquanto a alguns metros de nós um homem com traços africanos e de conversa fácil, tenta impingir selfie sticks e outras bugigangas a quem por ele passa.
Com a partida do grupo o ambiente acalma visivelmente. Subimos aquele derradeiro conjunto de degraus que nos conduz até ás portas da Basílica que infelizmente estão prestes a encerrar. No interior do espaço não temos tempo para grandes andanças, uma vez que um funcionário tenta de forma quase inglória fazer sair os muitos turistas que ali se mantêm indiferentes aos seus apelos.
Já passa das duas da tarde e como seria expectável a barriga dá os primeiros sinais de impaciência e nem as bolachas conseguem atenuar a fome que de forma inconsciente nos faz avançar mais rápido do que seria habitual.
O ritmo acelerado que impusemos, fez-nos chegar em pouco mais de um quarto de hora à Piazza Pitti onde no meio de uma animada multidão nos sentamos e comemos umas pastas compradas num take away ali próximo.
Sabe-nos bem aquele momento que nos esforçamos por prolongar ao máximo!
Enquanto no céu o sol continua a sua luta titânica com as nuvens, nós estamos de volta às ruas de Florença.
Atravessamos mais uma vez a Ponte Vecchio, bebemos outro expresso e por entre um mar de gente voltamos a cruzar a Piazza della Signoria que agora envolta naquela confusão nem parece a mesma.
Dali até à Piazza di Santa Croce ainda houve tempo para um delicioso gelado, comprado na famosa Gelateria Vivoli.
Na praça o movimento é grande mas sem exageros. Anda-se bem de um lado para o outro e até consigo fazer meia dúzia de fotos sem muitos figurantes a passarem em frente daquele enquadramento extraordinário.
Ao lado da Basílica di Santa Croce um homem de aspecto simples vende castanhas assadas numa banca improvisada que espalha pelo ar um cheiro que me transporta para os dias de inverno em Portugal.
A fila de acesso está pequena e funciona como incentivo à visita daquele que é um dos principais locais de culto de Florença. Lá dentro o ambiente é o esperado. O silêncio é dono e senhor daquele espaço sagrado, onde sem pressas vamos apreciando os túmulos que alinhados ao longo das paredes laterais, guardam os restos mortais de algumas das mais importantes personagens da cidade e do país.
Michelangelo, Dante, Leonardo da Vici e Galileu. Quanta sabedoria e genialidade concentradas num só local....
Gostámos bastante, de tal forma que acabámos por perder a noção do tempo, deixando-nos numa situação complicada uma vez que ainda nessa tarde tínhamos de seguir viagem em direção a Lucca, onde contamos chegar antes do anoitecer.
Está na altura de recuperar as mochilas e quase nove horas depois, regresso ao ponto de partida daquela jornada que já vai longa. Muitos quilómetros percorridos e outros tantos locais visitados e aquelas centenas de metros que fazemos rumo à estação central, já sabem a despedida.
O capitulo Florença estava definidamente encerrado e a sensação de que mais uma vez a cidade não havia correspondido ás expectativas atormentava-nos o pensamento!
Será que estamos a ficar demasiado exigentes?
A chegada à beira rio é feita em meia dúzia de passos. Ali, alguns vendedores de ocasião que num ritual repetido dia após dia, vão montando as suas bancas moveis, esperançados que a venda de hoje lhes traga mais uns cobres.
Já se avista a icónica Ponte Vecchio. É realmente especial, com aquelas pequenas casinhas de janelas verdes que pendem ao longo do tabuleiro.
O relógio vai avançando e continuo a achar estranha esta falta de movimento nas ruas.
Contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que comigo se cruzam, durante os cerca de cem metros que me separam do local onde ficou marcado o encontro com a Paula, que seguramente já lá se encontra.
Confirma-se. Agora sim... a equipa está completa!
Lembro-me de atravessar a ponte quando aqui estive em 2011. Nessa altura vi-a completamente apinhada de turistas, num corrupio constante, que não me deixaram desfrutar do local como gostaria.
Hoje a história é outra e no meio desta calma difícil de explicar posso ver, rever e voltar a ver tudo e mais alguma coisa. Um luxo que só acordando cedo se consegue.
É a partir daqui que a cidade começa verdadeiramente a acordar.
Dá ideia que depois de atravessarmos a ponte, entrámos numa espécie de portal do tempo que nos transportou para uma dimensão onde já há pessoas a circular nas ruas. Turistas e habitantes locais envolvem-se agora numa mistura bonita de se ver. Nas estradas os carros vão circulando de forma moderada e como vem sendo habito, por nós vão passando bicicletas guiadas por pessoas bem vestidas que seguramente se dirigem para os seus empregos.
Depois de termos andado talvez um quilómetro por uma estreita rua paralela ao rio os nossos sentidos são alertados pelo tilintar de chávenas que anunciam a presença de uma pastelaria.
Sim, trata-se na realidade de uma velha união recreativa, cheia de carisma na qual acabamos por beber uns expressos e comer umas sandes que fazem as vezes de um pequeno almoço tardio mas extremamente reconfortante.
Já se avista a Torre di San Niccolo, situada na pouco atrativa Piazza Giuseppe Poggi, que naquela manhã de terça feira se encontra transformada num enorme parque de estacionamento.
De forma inesperada as nuvens voltaram e é sob um brilhar de sol intermitente que avançamos por uma escadaria que cravada na encosta de uma colina nos guia por entre dois ou três jardins embelezados por várias fontes.
Não levamos mais de quinze minutos a chegar ao primeiro grande patamar onde levamos com a primeira enchente do dia.
Centenas de pessoas, na sua maioria turistas, passeiam-se pela bonita Piazzale Michelangelo e aproveitam a fabulosa vista sobre a cidade para tirarem os inevitáveis retratos que daqui a nada já circularão na internet.
Levanta-se um ventinho desagradável que nos obriga a reforçar os agasalhos.
Lá em baixo, ao longe, os sinos da Catedral tocam a rebate anunciando a chegada das onze da manhã.
Está na altura de abandonar aquele espaço amplo e galgamos mais alguns lances de escadas que nos levam à Chiesa di Salvatore al Monte onde o panorama impressiona mais que o próprio monumento que acabo por não fotografar.
A passagem por este lugar é curta e segue-se mais uma subida. Desta vez a ascensão é feita por uma estrada onde avançamos em conjunto com outros turistas, no meio de um corrupio de carros que sobem e descem a toda a hora.
Já no topo da colina e com Abazia di San Miniato al Monte diante nós, sentamo-nos por ali enquanto aguardamos que aquele enorme grupo de turistas alemães seja conduzido para os autocarros que já os aguardam.
Vamos matando os minutos com algumas bolachas enquanto a alguns metros de nós um homem com traços africanos e de conversa fácil, tenta impingir selfie sticks e outras bugigangas a quem por ele passa.
Com a partida do grupo o ambiente acalma visivelmente. Subimos aquele derradeiro conjunto de degraus que nos conduz até ás portas da Basílica que infelizmente estão prestes a encerrar. No interior do espaço não temos tempo para grandes andanças, uma vez que um funcionário tenta de forma quase inglória fazer sair os muitos turistas que ali se mantêm indiferentes aos seus apelos.
Já passa das duas da tarde e como seria expectável a barriga dá os primeiros sinais de impaciência e nem as bolachas conseguem atenuar a fome que de forma inconsciente nos faz avançar mais rápido do que seria habitual.
O ritmo acelerado que impusemos, fez-nos chegar em pouco mais de um quarto de hora à Piazza Pitti onde no meio de uma animada multidão nos sentamos e comemos umas pastas compradas num take away ali próximo.
Sabe-nos bem aquele momento que nos esforçamos por prolongar ao máximo!
Enquanto no céu o sol continua a sua luta titânica com as nuvens, nós estamos de volta às ruas de Florença.
Atravessamos mais uma vez a Ponte Vecchio, bebemos outro expresso e por entre um mar de gente voltamos a cruzar a Piazza della Signoria que agora envolta naquela confusão nem parece a mesma.
Dali até à Piazza di Santa Croce ainda houve tempo para um delicioso gelado, comprado na famosa Gelateria Vivoli.
Na praça o movimento é grande mas sem exageros. Anda-se bem de um lado para o outro e até consigo fazer meia dúzia de fotos sem muitos figurantes a passarem em frente daquele enquadramento extraordinário.
Ao lado da Basílica di Santa Croce um homem de aspecto simples vende castanhas assadas numa banca improvisada que espalha pelo ar um cheiro que me transporta para os dias de inverno em Portugal.
A fila de acesso está pequena e funciona como incentivo à visita daquele que é um dos principais locais de culto de Florença. Lá dentro o ambiente é o esperado. O silêncio é dono e senhor daquele espaço sagrado, onde sem pressas vamos apreciando os túmulos que alinhados ao longo das paredes laterais, guardam os restos mortais de algumas das mais importantes personagens da cidade e do país.
Michelangelo, Dante, Leonardo da Vici e Galileu. Quanta sabedoria e genialidade concentradas num só local....
Gostámos bastante, de tal forma que acabámos por perder a noção do tempo, deixando-nos numa situação complicada uma vez que ainda nessa tarde tínhamos de seguir viagem em direção a Lucca, onde contamos chegar antes do anoitecer.
Está na altura de recuperar as mochilas e quase nove horas depois, regresso ao ponto de partida daquela jornada que já vai longa. Muitos quilómetros percorridos e outros tantos locais visitados e aquelas centenas de metros que fazemos rumo à estação central, já sabem a despedida.
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Faltou irem a Siena que é muito bonito e Turim :)
ResponderEliminarOlá Ana. Fomos a Siena mas a crónica sobre a nossa passagem pela cidade ainda não está terminada. Faltou-nos Turim mas não faltarão oportunidades. A Itália é um dos nossos países favoritos e voltaremos uma e outra vez. Obrigado pelos comentários. Boas Viagens. :)
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