À nossa chegada somos recebido pelos sorrisos tímidos de quem ainda vê o turista como uma figura exótica, proveniente de um mundo longínquo. Enquanto os habitantes mais velhos nos observam em silêncio, desviando o olhar quando os encaramos, as crianças, sempre curiosas, aproximam-se e interagem connosco sem mostrar qualquer tipo de timidez.
Se as pessoas nos conquistaram pela simpatia, a arquitetura típica mostrou, ainda assim, ser outra valiosa característica destas aldeias onde ainda se vive de forma simples, em casas de madeira com telhados de palha que na maioria dos casos se erguem ao redor de um importante espaço cerimonial.
Visitar estes povoados, para além de ter valorizado ainda mais a nossa passagem pela ilha das Flores, mostrou-nos também o quão importante é a preservação das tradições que ao longo dos séculos ajudaram a moldar a personalidade do seu povo.
AS ALDEIAS QUE VISITÁMOS DURANTE A NOSSA PASSAGEM POR BAJAWA
.ALDEIA DE BENA
Bena é a maior e porventura a mais famosa das aldeias tradicionais presentes ao redor de Bajawa. Este povoado fica situado na vertente de uma colina que proporciona vistas soberbas para o imponente vulcão Inerie.
As casas com a sua arquitetura típica encontram-se dispostas em torno de um espaço central onde se erguem os altares religiosos assim como algumas pedras megalíticas. Estes pequenos santuários apelidados de Ngadhu e Bhaga representam os antepassados masculinos e femininos da comunidade Ngada e são uma imagem comum de todas as aldeias que visitámos. Por ser um local bastante visitado por turistas, a venda de artesanato (principalmente tecidos) é atualmente uma importante fonte de rendimentos para os seus habitantes.
.PARA ACEDER À ALDEIA DE BENA É NECESSÁRIO PAGAR UMA TAXA NO VALOR DE 25.000 IND
.ALDEIA DE LUBA
A poucos quilómetros de Bena encontra-se a aldeia de Luba que apesar de partilhar as mesmas características da sua "irmã" revelou-nos uma atmosfera menos turística, que acabou por nos beneficiar na exploração do espaço. Mais uma vez encantámo-nos com a arquitetura das casas típicas da região com os seus enormes telhados de palha e decoradas com algumas figuras que pensamos ter uma função protetora. A tranquilidade permitiu-nos uma observação mais cuidada do quotidiano dos habitantes que apesar da nossa presença se mantêm focados nas suas tarefas.
.PARA ACEDER À ALDEIA DE LUBA É NECESSÁRIO PAGAR UMA TAXA NO VALOR DE 20.000 IND
.ALDEIA DE TOLOLELA
Apesar de não ser tão bonita como as duas anteriores, a aldeia de Tololela proporcionou-nos uma experiência mais autêntica, uma vez que durante o tempo que ali permanecemos fomos os únicos visitantes. Aqui a vida dos seus habitantes segue um ritmo mais pausado e durante a nossa passagem por este local acabámos mesmo por nos sentar sobre um alpendre enquanto saboreávamos um delicioso café produzido pelas gentes da aldeia.
.AO ACEDER À ALDEIA DE TOLOLELA SER-LHE-Á PEDIDO UM PEQUENO DONATIVO
.ALDEIA DE GURUSINA
A aldeia de Gurusina foi a última que visitámos e também aquela que mostrou ter a história mais trágica uma vez que o povoado foi em 2018 devastado por um incêndio que acabou por reduzir a cinzas grande parte das casas tradicionais que o compunham. A comunidade não se deixou abater e pouco a pouco a aldeia foi reconstruída, mantendo não só vivas as suas raízes mas também a memória dos antepassados. Apesar desta tragédia os habitantes continuam a receber os visitantes de forma calorosa, mostrando-lhes com orgulho que a perseverança será muito provavelmente uma das características mais valiosas do povo Ngada.
.AO ACEDER À ALDEIA DE GURUSINA SER-LHE-Á PEDIDO UM PEQUENO DONATIVO
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
.ONDE DORMIMOS EM BAJAWA:
Passámos duas noites em Bajawa e durante a nossa curta estadia ficámos alojados numa pequena guesthouse situada no centro da cidade, a dois passos de restaurantes e supermercados. Apesar de simples, as comodidades da Cinnamon Guesthouse revelaram-se suficientes tendo em conta o preço e o tempo que ali permanecemos. Gostámos sobretudo do pequeno-almoço assim como da simpatia do anfitrião. Um aspeto que eventualmente pode desagradar a algumas pessoas é o facto da casa de banho ser partilhada e de não possuir água quente. Foi também neste local que alugámos a mota que usámos para visitar as aldeias.
.COMO NOS DESLOCÁMOS EM BAJAWA:
Ainda que Bajawa seja um excelente local para se alojar e partir à descoberta desta região da ilha das Flores, a verdade é que todos os locais listados neste artigo se situam fora da cidade, razão pela qual o visitante irá necessitar de um meio de transporte para se locomover. Se tal como nós se sentir à vontade sobre duas rodas então alugar uma scooter é, na nossa opinião, a melhor opção uma vez que lhe permitirá parar onde entender, quando entender e o tempo que entender. Apesar das estradas da região serem um pouco sinuosas, estão relativamente bem conservadas e chegam a todas as aldeias. A única exceção é o acesso à aldeia de Tololela que se encontra em péssimas condições. Sugerimos que caminhe até este local usando o trilho que sai de Gurusina.
.COMO CHEGÁMOS A BAJAWA:
Chegámos a Bajawa vindos de Ruteng, usando a companhia Gunung Mas que (segundo percebemos) opera esta rota diversas vezes por dia. O trajeto teve uma duração de cerca de 5 horas, com a tarifa para este serviço a ser de 150.000 IND/passageiro.
Chegámos a Bajawa vindos de Ruteng, usando a companhia Gunung Mas que (segundo percebemos) opera esta rota diversas vezes por dia. O trajeto teve uma duração de cerca de 5 horas, com a tarifa para este serviço a ser de 150.000 IND/passageiro.
.COMO ACEDER À INTERNET NA ILHA DAS FLORES E EM TODO O TERRITÓRIO INDONÉSIO:
Se for daquelas pessoas que não faz questão de estar ligado à internet em permanência, então a rede wifi do alojamento assim como dos bares, cafés e restaurantes que frequentar durante a sua estadia será certamente suficiente para as suas necessidades. No entanto, se fizer questão de se manter conectado ao mundo digital de forma frequente poderá fazer como nós e adquirir um prático e funcional eSim. Durante a nossa viagem pelo Sudeste Asiático usámos a Operadora Saily que mostrou estar sempre à altura das nossa exigências, mesmo em algumas regiões mais remotas. Se optar por esta solução utilize os nossos códigos (PAULAE8084 & JOAOEN5015) e consiga 5 USD de desconto na sua primeira compra.
.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR A ILHA DAS FLORES:
A melhor altura do ano para visitar não só a ilha das Flores mas também praticamente todo o território indonésio é entre os meses de Junho e Setembro, altura em que os dias são maioritariamente solarengos e a probabilidade de ocorrência de chuva é relativamente menor. Na Indonésia existem duas estações distintas: a estação das chuvas que ocorre entre Outubro e Abril e a estação seca que acontece entre Junho e Setembro.
Tendo em conta que Bajawa se localizada numa região subtropical não é de excluir que, de forma ocasional, possam ocorrer perturbações climáticas que contrariem os padrões meteorológicos normais.
.PARA SABER QUAL É A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR, NÃO SÓ, AS DIVERSAS REGIÕES DA INDONÉSIA MAS TAMBÉM OS RESTANTES PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO CLIQUE AQUI.
.VISTO E FORMALIDADES FRONTEIRIÇAS PARA A INDONÉSIA:
Para qualquer viagem de cariz turístico, os cidadãos portugueses não necessitam de visto para estadias inferiores a 30 dias. À sua chegada à Indonésia o visitante deverá estar munido de um passaporte com validade de pelo menos seis meses no qual, depois de pagar uma taxa Rp 500.000, será carimbada a devida autorização de entrada no país. Se tal como nós pretender permanecer por um período entre 30 e 60 dias deverá deslocar-se ao consulado da Indonésia ou realizar todo o processo através deste SITE. Este visto poderá ser prolongado duas vezes (por 30 dias cada) até um período máximo de 120 dias.
.CUIDADOS DE SAÚDE:
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do inicio a viagem.
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do inicio a viagem.
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