Ao alcançarmos uma clareira, já na fase descendente, vislumbramos, por fim, os famosos telhados cónicos da aldeia que se erguem em semi-circulo sobre um terreiro relvado. Ainda que o desgaste causado pela caminhada seja por demais evidente, o sentimento que nos invade à chegada é sobretudo emocional, até porque visitar Wae Redo era um dos objetivos que mais queríamos ver alcançados nesta viagem pela Indonésia. A primeira interacção com os habitantes revela-se calorosa e logo depois somos encaminhados para o interior de uma das casas onde participamos num ritual de boas-vindas, realizado por umas das personalidade mais respeitadas da aldeia.
Agora sim, somos oficialmente aceites pela comunidade Manggarai e temos autorização para explorar aquela pequena aldeia perdida por entre os picos montanhosos da ilha das flores. Sem sermos demasiado intrusivos vamos tentando compreender o quotidiano e modo de vida de quem ali vive. Ao que parece, para além dos dividendos gerados pela chegada de visitantes, a agricultura e a produção de café, canela e baunilha são as atividades que garantem o sustento de grande parte da população de Wae Rebo.
Durante este passeio de exploração rimo-nos ainda com as crianças que por entre brincadeiras simples vão pousando descaradamente para a nossa máquina fotográfica. A tarde avança e com ela surge também uma espessa neblina que rapidamente se apodera da paisagem envolvente, transformando todo aquele enquadramento num retrato tão mágico como misterioso. A temperatura desce à medida que a noite cai e na falta de agasalhos suficientemente quentes recolhemos ao conforto da casa onde já se preparava a refeição que mais tarde viria ser servida.
Dividimos a grande sala comum com duas dezenas de outros visitantes que também ali estão com o objetivo de passar a noite com as gentes de Wae Rebo. Durante um par de horas convive-se, partilham-se estórias de viagens e quando se faz tempo de jantar o repasto é servido sobre uma longa esteira ao redor da qual se vão dispondo cada um dos participantes.
O serão não se prolonga demasiado até porque o corpo já reclama o merecido descanso. Às dez da noite as luzes apagam-se, faz-se silêncio e o sono acaba por chegar sem pedir licença.
Na manhã seguinte madrugamos de forma a tentar descobrir que atividades têm lugar enquanto a maioria dos visitantes ainda permanecem sobre as cobertas.
O passeio matinal revela-nos uma aldeia sem grandes movimentações. Se na véspera a agitação era visível agora, talvez por culpa do horário vespertino, só meia dúzia de personagens fazem girar aquele mundo tão distinto de tudo o que já testemunhámos.
O pequeno almoço volta a encaminhar-nos para o interior do modesto espaço que nos tem servido de refúgio e no qual, por entre os sabores simples da região, nos vamos despedindo do ritmo pausado que caracteriza Wae Redo.
Não é fácil dizer adeus a esta pequena aldeia que tão bem nos recebeu. O caminho leva-nos pelo mesmo trilho mas neste regresso ao ponto de partida realizamos o trajeto conscientes de havíamos visitado um dos locais mais incríveis da ilha das Flores.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
.ONDE DORMIMOS EM RUTENG:
Durante a curta passagem por Ruteng ficámos numa pequena guesthouse que apesar de simples satisfez plenamente os nossos critérios de exigência. A MJR Ticketing Guesthouse situa-se na zona mais central da cidade, a uma curta distância de diversos warungs assim como de alguns supermercados. Os quartos embora não possuam casa de banho privativa, são espaçosos e extremamente limpos. É igualmente possível utilizar a cozinha da propriedade. Para além das comodidades também gostámos da simpatia com que fomos recebidos.
.COMO NOS DESLOCÁMOS ENTRE RUTENG E DENGE:
Uma vez que nos sentimos à vontade sobre duas rodas, optámos por alugar uma mota para realizar este trajeto (80 Km's), gerindo desta forma o nosso ritmo, parando quando, onde e o tempo que desejávamos. Se tal como nós escolher este meio de transporte é importante ter em conta que na zona sul (junto à costa) existe um trecho de estrada em más condições.
.COMO ACEDER À INTERNET NA ILHA DAS FLORES E EM TODO O TERRITÓRIO INDONÉSIO:
Se for daquelas pessoas que não faz questão de estar ligado à internet em permanência, então a rede wifi do alojamento assim como dos bares, cafés e restaurantes que frequentar durante a sua estadia será certamente suficiente para as suas necessidades. No entanto, se fizer questão de se manter conectado ao mundo digital de forma frequente poderá fazer como nós e adquirir um prático e funcional eSim. Durante a nossa viagem pelo Sudeste Asiático usámos a Operadora Saily que mostrou estar sempre à altura das nossa exigências, mesmo em algumas regiões mais remotas. Se optar por esta solução utilize os nossos códigos (PAULAE8084 & JOAOEN5015) e consiga 5 USD de desconto na sua primeira compra.
.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR A ILHA DAS FLORES:
A melhor altura do ano para visitar não só a cidade de Wae Rebo mas também praticamente todo o território indonésio é entre os meses de Junho e Setembro, altura em que os dias são maioritariamente solarengos e a probabilidade de ocorrência de chuva é relativamente menor. Na Indonésia existem duas estações distintas: a estação das chuvas que ocorre entre Outubro e Abril e a estação seca que acontece entre Junho e Setembro.
Tendo em conta que a ilha das Flores se localiza numa região subtropical não é de excluir que, de forma ocasional, possam ocorrer perturbações climáticas que contrariem os padrões meteorológicos normais.
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.VISTO E FORMALIDADES FRONTEIRIÇAS PARA A INDONÉSIA:
Para qualquer viagem de cariz turístico, os cidadãos portugueses não necessitam de visto para estadias inferiores a 30 dias. À sua chegada à Indonésia o visitante deverá estar munido de um passaporte com validade de pelo menos seis meses no qual, depois de pagar uma taxa Rp 500.000, será carimbada a devida autorização de entrada no país. Se tal como nós pretender permanecer por um período entre 30 e 60 dias deverá deslocar-se ao consulado da Indonésia ou realizar todo o processo através deste SITE. Este visto poderá ser prolongado duas vezes (por 30 dias cada) até um período máximo de 120 dias.
.CUIDADOS DE SAÚDE:
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do inicio a viagem.
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do inicio a viagem.
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