segunda-feira, 8 de setembro de 2025

WAE REBO - VISITAR A ALDEIA PERDIDA NAS FLORESTAS DA ILHA DAS FLORES


Embora a jornada tenha começado horas antes em Ruteng a aventura propriamente dita só se desenrola a partir de Denge, a aldeia mais próxima de Wae Rebo, acessível por estrada. A partir daqui há que percorrer um trilho que serpenteia pela floresta tropical, numa ascensão que apesar de moderada se mantém por cerca de um par de horas. O calor em conjunto com a humidade obrigam-nos a realizar algumas pausas para que possamos não só hidratar o corpo mas também repor o fôlego. Se nos primeiros quilómetros avançamos quase sempre sobre uma densa vegetação, à medida que o trilho se nivela, as árvores perdem altura e deixam-nos mais expostos ao sol que brilha como nunca. 



Ao alcançarmos uma clareira, já na fase descendente, vislumbramos, por fim, os famosos telhados cónicos da aldeia que se erguem em semi-circulo sobre um terreiro relvado. Ainda que o desgaste causado pela caminhada seja por demais evidente, o sentimento que nos invade à chegada é sobretudo emocional, até porque visitar Wae Redo era um dos objetivos que mais queríamos ver alcançados nesta viagem pela Indonésia. A primeira interacção com os habitantes revela-se calorosa e logo depois somos encaminhados para o interior de uma das casas onde participamos num ritual de boas-vindas, realizado por umas das personalidade mais respeitadas da aldeia. 




Agora sim, somos oficialmente aceites pela comunidade Manggarai e temos autorização para explorar aquela pequena aldeia perdida por entre os picos montanhosos da ilha das flores. Sem sermos demasiado intrusivos vamos tentando compreender o quotidiano e modo de vida de quem ali vive. Ao que parece, para além dos dividendos gerados pela chegada de visitantes, a agricultura e a produção de café, canela e baunilha são as atividades que garantem o sustento de grande parte da população de Wae Rebo. 







Durante este passeio de exploração rimo-nos ainda com as crianças que por entre brincadeiras simples vão pousando descaradamente para a nossa máquina fotográfica. A tarde avança e com ela surge também uma espessa neblina que rapidamente se apodera da paisagem envolvente, transformando todo aquele enquadramento num retrato tão mágico como misterioso. A temperatura desce à medida que a noite cai e na falta de agasalhos suficientemente quentes recolhemos ao conforto da casa onde já se preparava a refeição que mais tarde viria ser servida. 




Dividimos a grande sala comum com duas dezenas de outros visitantes que também ali estão com o objetivo de passar a noite com as gentes de Wae Rebo. Durante um par de horas convive-se, partilham-se estórias de viagens e quando se faz tempo de jantar o repasto é servido sobre uma longa esteira ao redor da qual se vão dispondo cada um dos participantes.
O serão não se prolonga demasiado até porque o corpo já reclama o merecido descanso. Às dez da noite as luzes apagam-se, faz-se silêncio e o sono acaba por chegar sem pedir licença. 


Na manhã seguinte madrugamos de forma a tentar descobrir que atividades têm lugar enquanto a maioria dos visitantes ainda permanecem sobre as cobertas.  
O passeio matinal revela-nos uma aldeia sem grandes movimentações. Se na véspera a agitação era visível agora, talvez por culpa do horário vespertino, só meia dúzia de personagens fazem girar aquele mundo tão distinto de tudo o que já testemunhámos. 




O pequeno almoço volta a encaminhar-nos para o interior do modesto espaço que nos tem servido de refúgio e no qual, por entre os sabores simples da região, nos vamos despedindo do ritmo pausado que caracteriza Wae Redo.  

Não é fácil dizer adeus a esta pequena aldeia que tão bem nos recebeu. O caminho leva-nos pelo mesmo trilho mas neste regresso ao ponto de partida realizamos o trajeto conscientes de havíamos visitado um dos locais mais incríveis da ilha das Flores. 
 


INFORMAÇÕES ÚTEIS:

.ONDE DORMIMOS EM RUTENG:
Durante a curta passagem por Ruteng ficámos numa pequena guesthouse que apesar de simples satisfez plenamente os nossos critérios de exigência. A M
JR Ticketing Guesthouse situa-se na zona mais central da cidade, a uma curta distância de diversos warungs assim como de alguns supermercados. Os quartos embora não possuam casa de banho privativa, são espaçosos e extremamente limpos. É igualmente possível utilizar a cozinha da propriedade. Para além das comodidades também gostámos da simpatia com que fomos recebidos. 

.COMO NOS DESLOCÁMOS ENTRE RUTENG E DENGE:
Uma vez que nos sentimos à vontade sobre duas rodas, optámos por alugar uma mota para realizar este trajeto (80 Km's), gerindo desta forma o nosso ritmo, parando quando, onde e o tempo que desejávamos. Se tal como nós escolher este meio de transporte é importante ter em conta que na zona sul (junto à costa) existe um trecho de estrada em más condições.

.COMO ACEDER À INTERNET NA ILHA DAS FLORES E EM TODO O TERRITÓRIO INDONÉSIO:
Se for daquelas pessoas que não faz questão de estar ligado à internet em permanência, então a rede wifi do alojamento assim como dos bares, cafés e restaurantes que frequentar durante a sua estadia será certamente suficiente para as suas necessidades. No entanto, se fizer questão de se manter conectado ao mundo digital de forma frequente poderá fazer como nós e adquirir um prático e funcional eSim. Durante a nossa viagem pelo Sudeste Asiático usámos a Operadora Saily que mostrou estar sempre à altura das nossa exigências, mesmo em algumas regiões mais remotas. Se optar por esta solução utilize os nossos códigos (PAULAE8084 & JOAOEN5015) e consiga 5 USD de desconto na sua primeira compra.

.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR A ILHA DAS FLORES:
A melhor altura do ano para visitar não só a cidade de Wae Rebo mas também praticamente todo o território indonésio é entre os meses de Junho e Setembro, altura em que os dias são maioritariamente solarengos e a probabilidade de ocorrência de chuva é relativamente menor. Na Indonésia existem duas estações distintas: a estação das chuvas que ocorre entre Outubro e Abril e a estação seca que acontece entre Junho e Setembro. 
Tendo em conta que a ilha das Flores se localiza numa região subtropical não é de excluir que, de forma ocasional, possam ocorrer perturbações climáticas que contrariem os padrões meteorológicos normais. 
.PARA SABER QUAL É A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR, NÃO SÓ, AS DIVERSAS REGIÕES DA INDONÉSIA MAS TAMBÉM OS RESTANTES PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO CLIQUE AQUI. 

.VISTO E FORMALIDADES FRONTEIRIÇAS PARA A INDONÉSIA: 
Para qualquer viagem de cariz turístico, os cidadãos portugueses não necessitam de visto para estadias inferiores a 30 dias. À sua chegada à Indonésia o visitante deverá estar munido de um passaporte com validade de pelo menos seis meses no qual, depois de pagar uma taxa Rp 500.000, será carimbada a devida autorização de entrada no país. Se tal como nós pretender permanecer por um período entre 30 e 60 dias deverá deslocar-se ao consulado da Indonésia ou realizar todo o processo através deste SITE. Este visto poderá ser prolongado duas vezes (por 30 dias cada) até um período máximo de 120 dias.

.CUIDADOS DE SAÚDE:
A ilha das Flores é por norma um destino que não exige grandes preocupações a nível de saúde, contudo sugerimos a realização da consulta do viajante antes do inicio a viagem. 






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