sexta-feira, 11 de novembro de 2016

MONTE BROMO - ILHA DE JAVA (INDONÉSIA)


Um forte ruído na porta do quarto tem o condão de interromper o nosso sono que ainda agora parece ter começado. 
-"Devem ser alguns hóspedes que estão a chegar agora" - comentamos despreocupados.
Está frio e na esperança de conseguir dormir mais um pouco aconchegamo-nos ainda mais debaixo dos cobertores.
Voltam a bater, agora com mais vigor, e lá fora alguém grita: "It's time to go! Are you ready?"
Perante tamanha insistência é-nos impossível ignorar aquela chamada.
Olhamos para o relógio que marca 3:45 am, percebendo de imediato que estamos mesmo atrasados.
"Mas porquê que o despertador não tocou?" - questionamo-nos por diversas vezes. A verdade é que na noite anterior estávamos tão cansados que certamente nos esquecemos de ativar o alarme.

Saltamos da cama, vestimo-nos o mais rápido que conseguimos e já no exterior do quarto desculpamo-nos pela situação. 
"Ok, no problem but we have to go, now!" - responde-nos o simpatico rapaz que nos levará até ao Bromo Tengger Semeru National Park. 

Completamente ás escuras seguimos numa van por estradas de terra batida. O jovem explica-nos que vamos tentar ver o nascer do sol no topo do Monte Pananjakan mas, ao que parece, a meteorologia não está a colaborar. Mesmo com pouca luz dá para ver que o céu se encontra carregado de nuvens. 
O veículo só nos leva até um certo ponto. A partir daqui temos de continuar a pé.
Várias outras carrinhas idênticas à nossa encontram-se também ali estacionadas e a presença de outros turistas é agora bem mais significativa.
Ainda bem que trouxemos agasalhos pois o calor que se fez sentir nos dias anteriores foi hoje substituído por um vento gélido que faz com que constantemente sejamos agredidos pelas pequenas partículas de cinza que pairam no ar.
Sempre a subir e de lanterna na mão avançamos por um trilho lamacento até um ponto de onde temos uma visão privilegiada sobre toda aquela planície e na qual se erguem uma mão cheia de cones vulcânicos. Que cenário incrível!

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Aos poucos o dia vai clareando, mas o sol não aparece no horizonte. Aquelas nuvens escuras que cobrem o céu parecem dizer-nos que mais tarde ou mais cedo vamos ter chuva. Mesmo assim conseguimos vislumbrar ao longe o enorme vulcão Semeru que de vez em quando vai dando um ar da sua graça por entre aquela cortina cinzenta. Mais perto de nós e em primeiro plano o sempre ativo Monte Bromo vai ocasionalmente deixando escapar pequenas quantidades de fumo. É para lá que vamos agora... 


Depois de regressar ao local onde a van nos deixou, prosseguimos por alguns minutos num 4x4 através daquele mar de cinzas vulcânicas apelidado de Lautan Pasir. Pela janela vemos aquela paisagem fantástica passar por nós.
Sentimo-nos presos ali dentro. Estamos ansiosos por pisar aquele solo e fazer a pé as poucas centenas de metros que nos separavam da enorme cratera do Monte Bromo. Pedimos para o driver nos deixar ali.




Temos agora duas horas para desfrutar desta experiência única e queremos aproveitar cada segundo. Empurrados pelo vento que se faz sentir, caminhamos sem pressas sobre esta paisagem lunar que na realidade assenta no que outrora foi um antigo super vulcão de proporções inimagináveis que após uma gigantesca erupção acabou por colapsar. Tudo o que resta desse "monstro" é hoje apelidado de Caldeira de Tengger.



Por nós vão passando homens que provavelmente habitam nas proximidades. Alguns deles transportam consigo cestos carregados com oferendas que os mais crentes aproveitam para comprar para mais tarde serem atiradas ás entranhas do Bromo em sinal de respeito.
Cruzamo-nos também com cavalos de aspecto negligenciado que ali se encontram com único o propósito de carregar nas suas costas alguns turistas mais preguiçosos.




À medida que nos aproximamos daquela gigantesca parede de cinzas vulcânicas, o cheio a enxofre vai-se intensificando. Só agora que nos encontramos a talvez duas centenas de metros de altura, é que conseguimos ter a verdadeira dimensão de tudo o que nos rodeia.
Passo a passo e em conjunto com dezenas de outras pessoas vamos subindo a escadaria de pedra que se estende por toda a vertente da encosta e que só termina no limiar da cratera.
Lá em cima a visão é avassaladora e nada nos prepara para um momento destes!


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Um estreito trilho apinhado de pessoas e que circunda toda a cratera é tudo o que nos separa daquele buraco vertiginoso. O vento que sopra agora com mais força faz-nos avançar como se tivéssemos na corda bamba.
Afastamo-nos o mais possível daquela enorme concentração de pessoas com o objectivo de tentar desfrutar de forma tranquila daqueles momentos únicos.
Valeu a pena a noite mal dormida, o frio que passamos e do por do sol que não vimos só para estar ali sentado na orla de um vulcão activo.





.QUAL A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR A ILHA DE JAVA?
A melhor altura do ano para visitar a Ilha de Java é entre os meses de Junho e Setembro, altura em que o tempo é mais agradável uma vez neste período a probabilidade de ocorrência de chuva é relativamente menor. Em Java assim como na maioria do território indonésio existem duas estações distintas: a estação das chuvas que se estende entre Outubro e Abril e a estação seca que acontece entre Junho e Setembro. 
Tendo em conta que a Ilha de Java se localizada numa região subtropical não é de excluir que possam ocorrer perturbações climáticas fora de época que contrariem os padrões meteorológicos normais. 
   .PARA SABER QUAL É A MELHOR ALTURA DO ANO PARA VISITAR, NÃO SÓ, AS DIVERSAS REGIÕES DA INDONÉSIA MAS TAMBÉM OS RESTANTES PAÍSES DO SUDESTE ASIÁTICO CLIQUE AQUI.


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